Prestadores de serviço congelam preços para manter clientela

by Diário do Vale

Barra Mansa – Frequentar a academia, salão de beleza, centro de estética, restaurantes, entre outros serviços se tornou um desafio diante da crise econômica. Da mesma maneira, é uma missão difícil para os prestadores de serviço conseguirem manter a clientela. Em muitos casos, tais atividades passaram a ser consideradas “luxos” e caíram na lista de prioridades. Diante dessa realidade, a saída de muitos empreendedores dessa área foi congelar seus preços.
As empresárias Juliana Quinane e Lulude Rodrigues, que são sócias de um salão de beleza em Barra Mansa, sabem bem como isso funciona. Elas abriram o estabelecimento há dois anos e, nesse período, tiveram de manter os preços dos serviços e absorver os reajustes das despesas.
– Nós fomos muito corajosas, já que abrimos o salão em meio à crise, no olho do furação. De fato, nesses dois anos, mesmo aumentando a luz, água, aluguel e os preços dos produtos, nós não pudemos repassar isso para as clientes e tivemos segurar com a gente – comentou Juliana.
Conforme explica a empresária, a alternativa adotada para manter as clientes foi investir em pacotes especiais e ações com marcas parceiras que, periodicamente, levam para as clientes um dia de beleza no salão. Nesses casos, conforme exemplificou Juliana, um técnico de determinada marca faz o tratamento, dá dicas e o salão oferece um café especial como forma de “mimar” a clientela.
– É uma forma de fazer as mulheres se sentirem especiais, bem acolhidas e, dessa forma, fidelizar sua permanência no salão. Nós também adotamos medidas em que a cliente faz pé e mão, mais o cabelo, por um preço fechado. Enfim, são medidas que, apesar do salão ter pouco tempo de mercado, têm dado certo e nos ajudado muito nesse período de crise – afirmou a empresária.
Outra forma de cativar as clientes, segundo Juliana, foi investir em serviços voltados para noivas, debutantes e formandas, com preços e pacotes diferenciados, que atendam a vários perfis. A empresária conta que ela e a sócia sentiram a necessidade desse tipo de negócio e que o serviço também vem ganhando espaço. “Mesmo diante da crise, as pessoas não deixam de casar, de se cuidar, elas buscam mais promoções e isso que estamos oferecendo para elas”, conclui.

Segurando o preço na comida

A empresária Elisângela Aparecida Silva Souza montou um restaurante próximo ao prédio da prefeitura há sete anos e meio. Nesse tempo, devido o aumento da demanda de clientes, ela precisou expandir seu espaço. No entanto, nos últimos dois anos não conseguiu repassar para os clientes os reajustes das suas despesas mensais. Pelo contrário: conforme conta, ela precisou baixar o preço da comida.
“Tomamos essa decisão em dezembro e abaixamos o preço do marmitex de R$ 13 reais para R$ 12 e o do self service, o quilo foi de R$ 37 reais para R$ 35. Infelizmente, tudo está mais caro no supermercado, no açougue, assim como os gastos com água, luz, entre outros, mas não podemos passar isso para os consumidores”, comentou Elisângela.
De acordo com ela, a saída para não ter mais despesas do que lucros foi apostar em corte de gastos. Um deles, segundo a empresária, foi dispensar uma ajudante de cozinha e trabalhar em dobro para o bom funcionamento do restaurante. “Está muito difícil manter os preços congelados, sem reajuste, mas esperamos que quando as coisas melhorarem, a economia crescer, nossos clientes entendam a necessidade desse aumento e que continuem nos dando preferência”, disse.
A personal trainer Jésia Helena é dona de um estúdio é também afirma não ter reajustado o valor dos seus serviços, em função da crise. Ela acredita que, mesmo a população estando mais informada sobre a importância de praticar atividades físicas para uma melhor qualidade de vida, muitas pessoas estão priorizando os gastos mais necessários.
“O efeito da crise foi uma realidade para prestadores de serviço de várias áreas e, comigo, não foi diferente. Nos últimos dois anos tive que congelar meus preços e ainda não é possível reajustar nada. As pessoas sabem da importância de praticar atividades, do bom resultado que se tem quando é acompanhado por um personal, mas elas têm outras demandas que precisam priorizar como plano de saúde, aluguel, supermercado, a mensalidade da escola, entre outras. Manter o preço, sem reajuste, é uma forma de manter os clientes que já se tem”, disse a personal.

 

Por Roze Martins
(Especial para o DIÁRIO DO VALE)

 

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1 comment

fernando 20 de março de 2018, 12:30h - 12:30

Sempre vejo os comerciantes falarem da crise, dos impostos, encargos sociais e várias outras reclamações. Mas são raros os comerciantes que de fato inovam para que a crise não os afetem. Querem somente a redução dos impostos, demissões de funcionários e outros beneficios, mas jamais reduzem seus preços, não buscam novos fornecedores e por ai se vai. Tal como era a crise no setor automotivo. ganharam todos os incentivos possiveis, demitiram e sempre ajustavam os preços de seus veículos para cima. Recentemente estive em uma churrascaria em Santa Catarina e perguntei pela crise, a resposta foi: passamos a dividir em cartão de credito em até tres vezes sem juros, contratamos mais garçons para melhorar o atendimento e negociamos com os fornecedores uma melhor qualidade com os mesmos preços. Então, a crise esta lá fora, aqui na churrascaria ela não chegou.

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