Rio tem 800 comunidades sob controle do crime organizado

by Diário do Vale
Ministro alerta que controle do território pode afetar resultado eleitoral

Ministro alerta que controle do território pode afetar resultado eleitoral


Rio – 
O ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que o Brasil e o Rio de Janeiro precisam discutir a segurança para encontrar saída no combate à violência que hoje, em grande medida, “causa medo, desassossego e gera intranquilidade” nos brasileiros e cariocas.

Para o ministro, este é um tema que tem impacto para as eleições de 2018. O ministro se mostrou mais uma vez preocupado com a influência do crime organizado na escolha dos eleitos.

“Preocupa muito porque o Rio tem, aproximadamente, 800 comunidades que vivem, infelizmente, sob o controle do crime organizado, do tráfico de drogas ou das milícias. Isso representa que, quem tem o controle do território, tem o controle do voto, e se tem o controle do voto, pode eleger inclusive os seus representantes e seus aliados”, disse o ministro. Ele foi ao Rio para participar nesta terça-feira (3), na sede do jornal O Globo, na região central do Rio, de um debate sobre segurança.

Segundo Jungmann, é necessário cortar este fluxo entre o controle do território, as milícias, o tráfico e as drogas. “Isso afeta a representação popular e afeta, inclusive, o funcionamento dos próprios órgãos de segurança, porque eles ficam, de certa forma, mais vulneráveis à ação, inclusive, daqueles que estão dentro do aparelho dos órgãos públicos”, apontou.

Exército nas ruas

De acordo com o ministro, o Rio de Janeiro passa por uma transição no âmbito da intervenção federal na segurança. Segundo Jungmann, as mudanças estão alterando o comando das polícias Militar e Civil, além de reequipar as duas instituições. Ele também disse que o sistema de inteligência está sendo revisto e as corregedorias estão sendo fortalecidas para garantir a punição dos desvios.

“Esse novo momento. É um momento de transição entre o que tínhamos anteriormente, que era de fato algo que não trazia a percepção nem a segurança aos cariocas, e um futuro melhor em termos de segurança e de redução da violência. Esse é um momento de transição”, afirmou. Segundo ele, está “se implantando uma nova maneira de fazer e de levar a segurança aos cariocas e ao Rio de Janeiro”.

Policiamento ostensivo

De acordo com o ministro, o esquema adotado na segurança do Rio de Janeiro atualmente é de manter modificações frequentes no planejamento das operações de segurança para surpreender o crime organizado. Isso inclui a possibilidade de as forças militares realizarem policiamento ostensivo. “Nós temos sempre que surpreender o crime. Então, se tornou-se necessário o patrulhamento ostensivo nós vamos fazer, ele será feito em vários dias, em vários lugares, será feito no interior do estado”, afirmou.

Marielle Franco

Sobre a investigação das mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista dela, Anderson Gomes, no dia 14 de março, no bairro do Estácio, região central do Rio, o ministro assegurou que a polícia vai chegar aos mandantes e executantes do crime. Para ele, é necessário manter o silêncio sobre a investigação, para não favorecer os responsáveis pelo crime.

“Existem oito equipes envolvidas nisso e, sobretudo, aqueles que estão à frente têm por parte da sociedade do Rio de Janeiro o respeito e o reconhecimento da competência, porque no passado já desvendaram outros crimes, como o caso da juíza Patrcia Accioli e do Amarildo. Acredito que teremos resposta sim, mas não devemos fazer uma pressão que leve a resultados que são sejam aqueles que nós queremos, que é encontrar os mandantes e executantes e colocá-los na cadeia. É isso que queremos que aconteça”, afirmou.

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4 comments

Paulo Elias 4 de abril de 2018, 08:14h - 08:14

Permissão ao abate de criminoso andando armado na rua já seria 90% do problema resolvido. Um atirador de elite abate ele há 500m de distância, assim como era na guerra no Iraque.

Não haveria confronto, policiais não morreriam em incursões e não haveria bala perdida.

////// 4 de abril de 2018, 07:46h - 07:46

Que novidade? hein !

Maniac 4 de abril de 2018, 05:59h - 05:59

Palavras ao vento… disso todos sabemos.

De Passagem 3 de abril de 2018, 21:34h - 21:34

Esse ministro e mais os da Justiça e da Defesa, nada falam sobre as armas de grande poder e suas munições que mantêm o poder do crime organizado e chegam ao Rio através das fronteiras do Brasil atravessando depois no mínimo outros 2 estados e também pela Baía de Guanabara, jurisdição da Marinha. Sem esse poder de fogo dos criminosos o combate pode ficar mais equilibrado.

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