Trabalho infantil é crime, alerta Conselho Tutelar

by Diário do Vale

Volta Redonda –  Embora seja de desconhecimento da maioria da população, o trabalho infantil é crime e pode ser caracterizado de inúmeras formas inclusive dentro de casa. O alerta é feito pelo conselheiro tutelar, Antônio de Souza Luiz, de 57 anos. Ele afirma que crianças e adolescentes, entre 15 e 17 anos, precisam estar focadas em desenvolvimento acadêmico, antes de desempenharem alguma atividade profissional.

Apesar da rigorosidade da medida, o conselheiro tutelar afirma que, havendo necessidade de um incentivo financeiro entre familiares, existem diversos projetos sociais que ajudam manter os jovens com foco nos estudos, mas também inseridos no mercado de trabalho.

– A ideia é, além de darmos uma oportunidade para esse jovem aumentar, a renda familiar, nós o retiramos das ruas – ressaltou Antônio Luiz.

Para agregar ainda mais apoios, as entidades que trabalham com essa faixa etária contam também com o apoio de empresas, que inserem os menores no Programa Jovem Aprendiz. “Dessa forma, o jovem recebe apoio financeiro amplia conhecimentos, tudo isso dentro das leis estabelecidas para os menores de idade”, disse.

Outro bom exemplo é o PEAA (Programa Educando Adolescente Assistido), projeto elaborado por José Roberto, de 52 anos, conselheiro e coordenador do conselho tutelar de Volta Redonda, direcionado às adolescentes assistidas pela entidade. A proposta prevê maior atenção às jovens com dificuldades na escola, ocasionada, na maioria das vezes, por problemas de comportamento. Para elas, o PEAA desenvolve atividades ajudando a resgatar o interesse pelo ensino.

– Hoje temos jovens estudando com ótimo desempenho acadêmico, o que poderia não ter acontecido, caso não recebessem acompanhamento – ressaltou José Roberto.

 

Pesquisa

 

Pesquisa do IBGE mostra que trabalhadores precoces entre 5 e 17 anos de idade, no Brasil, correspondem a 5% da população. A mão de obra de crianças e adolescentes ainda é explorada de forma indiscriminada no país. Seja nos semáforos, lixões, feiras, restaurantes, indústrias ou dentro de casa, os direitos à infância e a educação, são negados para quase três milhões de crianças e adolescentes.

Fórum lança campanha ‘Não proteger a infância é condenar o futuro’

 

Nesta terça-feira, dia 12, Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) lança a campanha Não proteger a infância é condenar o futuro, uma parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O foco são as modalidades chamadas de “piores formas” de trabalho, como tarefas relacionadas à agricultura, atividades domésticas, tráfico de drogas, exploração sexual e trabalho informal urbano. Em razão dos riscos e prejuízos, o emprego de meninos e meninas nessas tarefas é proibido até os 18 anos.

Nas demais situações, o trabalho é permitido a partir dos 16 anos, sendo possível também a partir dos 14 anos caso ocorra na função de aprendiz.

De acordo com a assessora do fórum, Tânia Dornellas, mais de 2 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalham no Brasil. “Qual o futuro que essas crianças vão ter? Uma criança que trabalha não tem a mesma concentração e energia que precisa para estudar. Só o fato de o Estado não garantir educação pública de qualidade para todos já é uma agressão. Quando aliado à iniciação precoce ao trabalho, você condena essas crianças”, afirmou.

A consequência é a falta de competência e qualificação necessárias para inserção no mercado de trabalho e, provavelmente, aposentadoria precoce devido às sequelas adquiridas, ligadas às atividades de risco.

Houve aumento, nos últimos anos, no número de crianças de 5 a 9 anos trabalhando na agricultura, uma das piores formas de trabalho infantil, segundo Tânia Dornellas. “Embora o número absoluto de trabalho infantil seja no meio urbano. Do ponto de vista relativo, nas áreas rurais há menor concentração, mas é onde elas mais trabalham”, disse.

A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) mostra que, em 2015, havia 2,7 milhões de crianças e adolescentes trabalhando irregularmente.

O objetivo da campanha é chamar a atenção de órgãos públicos, empresas, organizações civis e da sociedade em geral para o problema e fomentar ações que contribuam para o combate a prática, especialmente as de maior impacto para meninos e meninas. As ações da campanha ocorrem de forma descentralizada em vários locais do país.

 

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19 comments

------- 14 de junho de 2018, 07:49h - 07:49

Oh país da hipocrisia !

Norma 13 de junho de 2018, 13:19h - 13:19

É o que mais vemos nas ruas são demenor em trabalho, em trabalhos de venda de drogas, é errado mas eles fazem é aí como fica? Às vezes nem os familiares sabem que estão trabalhando

Sandra1 13 de junho de 2018, 11:42h - 11:42

Se é crime por que continua? Por que todo crime aqui no Brasil é legal? Por que os juízes libertam todos os criminosos? Por que alguns presos tem vida de luxo e ainda comandam o crime lá de dentro da prisão? Lembrei, aqui é Brasil.

Carlos Rodrigues 13 de junho de 2018, 11:17h - 11:17

Essa merda de Conselho Tutelar tem que acabar. É menos um gasto para o Estado e o município.
Trabalhei desde os 8 anos de idade nas feiras livre e vendia picolé e acredite até jornal que os peixeiros compravam para embrulhar seus peixes.
E não virei presa fácil pra ninguém.

YANKEE 13 de junho de 2018, 10:27h - 10:27

Revoltada, concordo com vc. Eu também comecei a trabalhar na faixa de 09 anos de idade e hoje me sinto uma pessoa realizada graças aos meus pais que me cobraram muito.
As vezes o Conselho tutelar ao invés de ajudar atrapalha.

rey 13 de junho de 2018, 09:47h - 09:47

roubar e matar pode mais trabalhar nao,e por isso que esse pais e uma vergonha mundial

Rurales 13 de junho de 2018, 01:39h - 01:39

Comecei com 12… Tranquilão graças a Deus.

revoltada 13 de junho de 2018, 00:39h - 00:39

Senhores pais vocês tem que cobrar do concelho a desobediência de seu filhos.Hoje eles e obrigado ir para sala de aula sendo que nem mesmo professor tem obrigação .inventa outro tem que ser rápido antes que não sobra mas nem mas nem uma .as crianças perde sua vida cedo por conta dessa lei,colocar pessoas estranha pra tomar conta do filhos dos outros.

revoltada 13 de junho de 2018, 00:32h - 00:32

Fui criança trabalhei ate no dia de me casar estou apanhei ,mas aprendi a trabalhar.hoje eu agradeço meus pais, pelo bom encino que eles me dero . Agora fica essa palhaçada, as crianças não pode trabalhar mas pode roubar pode matar e ficar jogados nas ruas usando drogas.Assim e dificil quem não entende nada de filhos fica ai se metendo nas vidas das pessoas nas criação de nossos filhos..O concelho tutelar quer olhar filho de quem trabalha mas olhar essas meninas que fica na linha do trem ate onze horas da noite isso eles não vé não eu passo e vejo, meninos e meninas usando drogas traz do trem e namorando também absurdo isso . os pia tem que cobrar seus filhos e do concelho tutelar que dis que eles tem que estar dentro de sala de aula vai traz deles ne vê se e issu.

Tolerância Zero 12 de junho de 2018, 23:31h - 23:31

Conselho Tutelar, dveria entrar nas COMUNIDADES ( FAVELAS ), identificar os menores que TRABALHAM para o tráfico, NOTIFICAR os pais e MULTAR os CHEFES DO TRÁFICO…

Morador 12 de junho de 2018, 22:27h - 22:27

Uéééé não e crime as mães colocarem os seus filhos menores para mendigar e pedir dinheiro, e só ir na vila tá cheio de mãe com filhos menores e até de colo pedindo. isto pode?

Oleitorvr 12 de junho de 2018, 22:15h - 22:15

Olha eu concordo que a prioridade de uma criança e adolescente sejam a educação, as brincadeiras sadias, mas uma pequena dose de responsabilidade não mata ninguém, não estou falando de trabalho de jornadas, mas ajudar em alguma coisa em casa ou aprender uma profissão não é ruim ajuda na formação do caráter, na minha casa sempre foi assim e nem por isso foi trabalho escravo.
E o que dizem então pra essas crianças que trabalham em programas de tv, faz novela não é trabalho não? Ué mas não pode…rsr sociedade hipócrita!!

pé de mesa 12 de junho de 2018, 20:11h - 20:11

os valores estão invertidos, culpa de uma sociedade hipócrita,SOMENTE PODE FAZER O QUE É ERRADO NÉ ???
APRENDER UMA PROFISSÃO, NEM PENSAR.

Pafuncio 12 de junho de 2018, 23:22h - 23:22

Pois é, p eles é melhor cair nas mãos de traficas do que trabalhar honestamente. O empresário escraviza,o traficante não, ele é bonzinho.
Crime é essa demagogia, preferem jovens sem fazer nda, presa fácil p o crime, do que se profissinalizar honestamente
O que eles querem é não perder a boquinha nesses órgãos por serem um trampolim p virarem carreiristas políticos.

pé de mesa 12 de junho de 2018, 20:06h - 20:06

os valores estão invertidos,o que era certo passou a ta errado e o que é errado, passou a ser certo.
sentimos falta da garotada ajudando nos mercados, nas feiras livres,etc…, para ganhar um dinheirinho honesto.
no entanto,não pode mais ensinar um ”dimenor”a aprender uma profissão, seja la qual for, pedreiro,padeiro,etc..
lembramos ainda, dos brisolões onde as crianças estudavam, comiam,e iam embora somente no final da tarde,onde faziam diversas atividades estudantis,porem,a educação nesse pais, esta totalmente descartada,haja vista que, povo culto,políticos pilantras não ganhariam as eleições…. resumindo,o brasil tem que começar literalmente do ZERO.

asdrubal 12 de junho de 2018, 19:18h - 19:18

vai nas favelas tirar os menores da boca de fumo e processar os traficantes,esse Brasil cada vez pior,cada dia uma piada diferente.

Pafuncio 12 de junho de 2018, 23:24h - 23:24

É, isso aí. Quero ver ter c….p isso.

Indignado 12 de junho de 2018, 18:06h - 18:06

E as crianças que trabalham nas novelas ? Elas ficam horas por conta das gravações. As emissoras e os pais serão processados ?

Zero 12 de junho de 2018, 17:57h - 17:57

Ja cansei de comentar que a cidade com a anuência do im-prefeito gestor de sua própria incompetência não combate esse e demais delitos que ocorrem nos sinais, praças e portas de comércio. Pra variar o im-prefeito tem o dedo podre pra escolher seus subordinados, vide comandante da Guarda Municipal, entre outros secre-otários. Vergonha.

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