
O consumidor hoje em dia está mais atento aos preços – Foto: Divulgação CDL.
Volta Redonda- Devido ao valor do dólar estar em alta, os preços dos produtos importados e adquiridos em moeda estrangeira tem causado um impacto nos preços. E com o câmbio mais caro, há uma consequência direta no valor final do produto, obrigando os comerciantes a serem mais criativos na hora de comprar seus produtos.
De acordo com Jerônimo dos Santos, presidente do Sicomércio-VR(Sindicato do Comércio Varejista de Volta Redonda), muitos itens procurados para a festa de fim de ano têm os preços calculados pelo dólar, principalmente, os importados, bebidas, nozes, castanhas, por exemplo. Com o valor da moeda americana em alta, os comerciantes acabam tendo que repassar esse reajuste, mas, a maioria já negociou o estoque para o Natal bem antes, e isso, deve ajudar a manter o preço final ao consumidor, mais estável.
Já Gilson de Castro, presidente da CDL-VR(Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda) acredita que por conta do planejamento prévio do estoque pela maioria das empresas, a alta do dólar possa impactar menos do que o esperado com essas oscilações. Além disso, os consumidores também terão opções mais em conta, podendo substituir itens importados pelos nacionais, que não sejam inflacionados pela moeda americana.
Custo maior
Segundo Gilson, com certeza, as empresas que trabalham com produtos que têm impacto do dólar, vão ter um custo maior com o Natal, mas é possível, traçar estratégias para reduzir esses valores maiores, porque o comércio, muitas vezes, antecipa as compras, avalia o estoque necessário e o poder de consumo dos clientes, mas, com certeza, qualquer aumento no preço pelo fornecedor, pelo produtor, traz riscos.
Na opinião de Jerônimo dos Santos, o consumidor hoje em dia está mais atento aos preços, pesquisando mais, buscando alternativas menos pesadas no orçamento, mas não deixa de comprar, de ter uma confraternização, de presentear, porque o Natal é uma tradição, um momento de homenagear quem se ama. Mas, acreditamos que artigos e alimentos importados podem ter uma queda nas vendas, não só por parte do consumidor, mas também das empresas, que podem reduzir o estoque para equilibrar oferta e procura.
Preparação e sugestões
Desde o início do ano, as entidades vêm orientando com dicas, qualificando o setor em vendas, mesmo que por meio de palestras e workshop online, para que o comerciante se prepare para enfrentar os desafios de vender não só com a alta do dólar, mas com a oscilação econômica provocada pela pandemia.
As entidades também estão incentivando o planejamento de compras, aproveitamento de estoque, promovendo cursos, palestras para que as empresas consigam se preparar para driblar essa alta do dólar.
A CDL-VR tem uma programação de cursos online e o Sicomércio-VR tem contado com a Fecomércio-RJ nessa capacitação.
“Já temos visto em pesquisas, um consumidor mais confiante, com a recuperação dos empregos, com um crescimento da economia, e os lojistas, também mais otimistas. Acreditamos que a alta do dólar não vai trazer um impacto tão grande, porque o mix de produtos é muito variado, com muitas opções com preços que atendem a todos os públicos”, disse Gilson.
O presidente do Sicomércio-VR também aposta nessa linha de ação, preços variados e opções que atendem a todas as rendas. “Temos mais de 10 mil estabelecimentos comerciais, uma gama enorme de produtos, o que facilita para o consumidor ter escolha na hora de comprar e também de lojas que trabalham com várias opções, então, o dólar é apenas um fator a mais. A nossa economia está melhorando, novos empregos sendo gerados e, como 2020, foi um Natal bem atípico, por conta da pandemia, 2021, com certeza, será uma data de retomada”, afirmou.
Em relação aos produtos que mais terão alta neste período, o representante da CDL acredita que serão os que trabalham com componentes importados, como eletroeletrônicos, alguns brinquedos, bebidas importadas e alimentos importados.
Por este motivo a CDL e o Sicomércio sugerem aos seus associados que se planejem, aproveitem o estoque, façam promoções, tenham o delivery como opção para o consumidor que ainda prefere comprar online, e reforcem o atendimento. Tenha empatia e se capacite.
Para economista é provável que o Natal fique mais caro este ano
Segundo a economista Paloma Lopes, os produtos como bacalhau, vinhos e frutas secas podem ser importados, o que faz com que a cotação mais alta do dólar eleve automaticamente seus preços. Por este motivo a economista ressalta que a solução é buscar substituir os importados por produtos nacionais mais barato.
Apesar disso, Paloma acredita que é bem provável que o Natal fique mais oneroso este ano.
– Como a inflação está em um patamar elevado, os preços dos alimentos subiram muito e possivelmente não irão retrair até o Natal. Um real mais desvalorizado beneficia os exportadores, que recebem uma receita maior em reais, ao passo que penaliza os importadores, que têm de lidar com o encarecimento de suas compras, podendo contribuir para um Natal mais caro – lamenta.
Segundo Paloma, existem algumas opções do comércio para não aumentar tanto os produtos natalinos. “Na realidade se forem comprar agora os produtos, não terá como fugir do aumento dos preços dos importados. Por outro lado, o comércio pode buscar diversificar os produtos ofertados, assim propiciará uma maior variedade aos consumidores que poderão comprar mais itens – sugeriu a economista.
1 comment
Dólar alto? Espere até eles sentirem o que está vindo da China. O governo já orientou o povo a estocar alimentos. Aqui pensam em gastar. rsrs
Comments are closed.