Volta Redonda – Os efeitos dos 45 dias de isolamento social mostram, segundo dados da CBH (Comitê de Bacias do Médio Paraíba do Sul), que as águas do Rio Paraíba estão entre 30% a 40% mais limpas. Isto ocorre, de acordo com a entidade, por conta do isolamento social que provocou a redução de dejetos industriais despejados nas águas do Rio Paraíba e seu afluentes.
O professor da área ambiental do IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro) e membro do Comitê de Bacias, José Arimathéa, disse que outro fator favorável a melhoria da qualidade da água é o tempo seco. “Com a redução das chuvas percebemos que as águas do rio estão mais claras sem a cor barrenta,que se tornou comum antes da pandemia”, disse, acrescentando que esse fator associado a diminuição da atividade econômica impactou na melhoria da qualidade da água dos rios.
Apesar da boa notícia, o professor lembra que o isolamento social gera um outro fator: aumenta a presença das pessoas em casa e a quantidade de esgoto doméstico jogado nas águas do rio. Para reduzir esse impacto, o representante do Comitê de Bacias deixa dicas importantes como: ao lavar a louça, o correto é retirar o excesso de sujeira e restos de comida das vasilhas, evitando que restos de alimentos entrem no encanamento se transformando em agentes poluidores no rio.
– Jogando os restos de alimentos na pia, estamos aumentando a quantidade de matéria orgânica na água, o que é muito prejudicial para sua qualidade.
Outro cuidado em tempo de pandemia para preservação do Rio Paraíba é o descarte do óleo de cozinha, considerado um agente prejudicial aos rios, pois são muito difíceis de serem filtrados e uma vez na natureza é preciso uma grande quantidade de organismos para destruir uma gota de óleo jogada em nossos rios.
– É muito importante que possamos separar o óleo usado, já velho, e não jogá-lo na pia ou no bueiro da rua em frente a sua casa. Precisamos guardar esse óleo em uma garrafa PET e depois entregá-la nos diversos pontos de coleta de óleo usado na cidade – explicou o professor.
Mais
Outra fator que chama atenção dos ambientalista é o despejo de lenços umedecidos, fraldas descartáveis ou absorventes higiênicos no vaso sanitário. Todo esse material além de entupir as tubulações, aumenta a carga orgânica dos rios, prejudicando a qualidade das águas e dificultando o tratamento.
Covid- 19 nas águas do Rio
O presidente do Comitê de Bacias apresenta outro alerta importante: os cuidados na recreação em rios em tempo de pandemia. Pesquisadores da UFMG(Universidade Federal de Minas Gerais), tem realizados estudos e, mesmo que em etapa inicial, já tem acusado a presença de partículas do Corona vírus COVID 19 nos esgotos das cidades com casos registrados.
– Isso nos obriga a reforçar a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para que as pessoas fiquem em casa e ainda assim reforçar que as pessoas não façam dos rios espaços de lazer, neste período de pandemia, para se evitar o contato de águas que podem ter a presença de esgoto e que pode ter partículas viáveis do vírus em contato com as mãos ou até com a boca diretamente – alertou.
5 comments
mes de fevereiro choveu o mes inteiro, claro que os afluentes do Paraíba levaram muita matéria em suspensão deixando com cor de barro, ja temos um mês sem chuvas fortes, e as pessoas estão vivendo usando as redes sanitárias e industrias como CSN e outras não pararam suas atividades…então essa de que isolamento social deixou a água mais limpa e “estorinha”
Dúvido muito.
É muito esgoto despejado sem tratamento
BM trata apenas 3% do esgoto da cidade. O resto, 97% é jogado nos rios. Eu gostaria de saber o quê esse Comitê de Bacia está fazendo para evitar.
Em VR temos de beber essa água de esgoto de BM.
Menos em Porto Real. Tá 40% mais barrenta.
Impressionante essa informação….
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