Os extremos do clima no nosso dia a dia

by Diário do Vale

Enquanto aqui no Brasil enfrentamos um outono anormalmente frio, na Índia o calor chegou a 50 graus centigrados e teve gente se jogando nas águas poluídas do rio Ganges para se refrescar. Esses extremos de temperatura, calor na Índia e no Paquistão e frio na ponta sul da América caracterizam o descontrole do clima na época atual. No Brasil a friagem atípica provocada pela tempestade Yakecan. Um típico ciclone extra-tropical que começou associado a uma frente fria, depois de desprendeu dela e rumou para o continente. Num comportamento semelhante ao dos furacões do hemisfério norte.

Na quarta-feira passada os meteorologistas alertavam para a possibilidade de ventos de até 120 quilômetros horários na costa do Rio Grande do Sul. E neve nas serras Gaúcha e catarinense, o que não é típico do outono. Aqui no sudeste tivemos tempestade de granizo na zona norte do Rio de Janeiro, um vendaval que fechou a ponte Rio-Niterói e madrugadas geladas. Tudo bem que o outono é a antessala do inverno, mas frio de 10, 12 graus aqui no sudeste é algo que só acontece lá para os meses de julho e agosto. O jeito é tirar os casacos e mantas do armário, e acender a lareira, se você tiver uma.

Sempre que temos uma onda de frio dessas, aparece gente perguntando o que aconteceu com o aquecimento global. Afinal, a Terra não esta ficando mais quente? O aquecimento global vai bem, obrigado. Na Antártida o degelo dos glaciares tem revelado ilhas que nunca estiveram nos mapas. Elas ficaram ocultas durante séculos, debaixo de uma calota de gelo que agora esta se desfazendo. É o caso da ilha Sif, que recebeu esse nome em homenagem a esposa do deus Thor, na mitologia nórdica.

E quando as calotas polares se desmancham, o nível dos oceanos aumenta. Na costa dos Estados Unidos, do Canadá, e aqui no Brasil, casas construídas no litoral estão sendo destruídas pelo mar que avança para o continente. A preocupação maior é de que alguns estados insulares do oceano Pacífico, ou seja, aqueles países como Tonga e Samoa, que ficam situados em pequenas ilhas, sumam do mapa nas próximas décadas. O aquecimento global exige uma resposta global, mas isso é muito difícil nos dias atuais. As pessoas da geração passada ainda se lembram do alerta sobre o buraco na camada de ozônio, que mobilizou o planeta na década de 1980.

Antártida: Onda de calor revelou ilhas ocultas (Foto Degelo3)

A vida na Terra só é possível devido a uma camada de gás ozônio, que fica na alta estratosfera, acima dos 30 quilômetros de altura. É essa camada que impede que sejamos atingidos pelos raios ultravioleta do Sol. Nos anos de 1980 pesquisadores ingleses descobriram que a camada de ozônio estava desaparecendo. E que um enorme buraco se formava sobre a Antártida todo ano. O culpado eram os CFCs, um tipo de gás inerte usado em geladeiras e latinhas de spray. Diante do perigo os líderes mundiais chegaram a um acordo e baniram a fabricação desse gás. E a camada de ozônio se recuperou.

Se não tivesse acontecido uma resposta rápida, hoje teríamos buracos na camada de ozônio espalhados por todo o planeta, com os raios ultravioleta matando a vegetação e tornando a vida impossível aqui na Terra. No século 21 a mudança climática global pede uma resposta semelhante. Infelizmente o mundo esta mais preocupado com a guerra na Europa, e o dinheiro que seria gasto com a recuperação do meio ambiente e a saúde vai ser empregado em bombas, canhões e mísseis. É a humanidade assinando seu atestado de estupidez.

Por Jorge Luiz Calife

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