
Ana Lúcia Corrêa, a Ana Lúcia do Beira-Rio, esteve neste domingo na redação do DIÁRIO DO VALE (Foto: Arlindo Novais)
Volta Redonda – O DIÁRIO DO VALE recebeu na manhã de ontem a candidata à Prefeitura de Resende, Ana Lúcia Corrêa (PT), a Ana Lúcia do Beira-Rio, na sessão “Pergunte ao Candidato”. A petista respondeu questões enviadas por internautas e falou sobre projetos na área da educação, saúde, segurança pública, cultura, lazer, geração de emprego e funcionalismo público. Ela destacou que pretende fazer um governo humanizado, preocupando-se com a geração de renda, mas também com o lado social.
O entrevistado desta segunda-feira será o candidato à Prefeitura de Rio Claro, Daniel Barbosa, o Dr. Daniel (PSB).
Internauta – Conhecida pela sua atuação como jornalista e até professora, quais são as suas propostas para a educação de Resende?
Ana Lúcia – Para a educação a gente quer dentro das nossas potencialidades constitucionais, cuidar da questão de creche, da educação infantil e da educação fundamental. A questão hoje da falta de vagas em creche é um problema muito sério e a gente sabe que não tem recursos para construir, então, no nosso governo, no nosso plano está a ampliação das creches já existentes e ampliação também de anexos nas escolas de educação infantil para novas vagas. A gente acredita nisso, pois não tem critério para escolha, toda criança com três anos de idade tem direito a creche e nós temos que cumprir isso. Não tem esta questão do critério de que só a mulher que trabalha. Não, a vaga tem que ser para todo mundo. É difícil falar isso, é difícil inclusive porque não tem vagas, mas a gente precisa resolver esse problema. Assim como resolver o problema da evasão escolar na educação fundamental, infelizmente no ensino fundamental a gente ainda tem crianças muito jovens que deixam as escolas ou por problemas de não acompanhamento junto aos familiares ou mesmo por problemas ligados a saúde, assistência social e que nós vamos fazer um acompanhamento mais de perto para evitar essa evasão escolar. Sem dúvida nenhuma a educação hoje passa também pelos professores onde a gente precisa ter um trabalho mais amplo trazendo mais professores. O número de professores concursados é muito pequeno em razão, inclusive, pelo número de cargos comissionados que existem com pessoas com desvio de função na prefeitura. Quem é servidor público sabe disso, a população sabe disso, então essa é uma medida que a gente vai tomar imediatamente sem dúvida nenhuma. A valorização desses professores de ensino fundamental que não passa só pela questão salarial não, é ouvir esse profissional saber as deficiências hoje da estrutura, do ensino de modo geral. Poder compartilhar com eles também essas nossas dificuldades e buscar soluções para que a sala de aula tenha mais professores motivados com mais vontade de ensinar e conseguir de fato levar a qualidade que esperamos no ensino. E a gente não tem nenhuma fórmula, a gente vive falando isso, nosso processo é sempre em construção por isso que o nosso plano de governo está aberto para que as pessoas possam colaborar em todos os sentidos e também, obviamente, para a educação.
Internauta – Hoje vivemos numa insegurança constante em Resende. Muitos roubos, assaltos e jovens com envolvimento com o tráfico de drogas. Como a segurança de Resende pode melhorar em seu governo?
Ana Lúcia – Não adianta a gente ficar naquele clichê “olha a segurança é do Estado”, todo mundo já sabe disso, mas o município tem sim obrigação de melhorar a segurança. A gente falou aqui anteriormente a questão da educação é fundamental, se a gente tem criança na sala de aula dentro das escolas com atividades, essa criança não está na rua, ela não é um alvo fácil da insegurança, do tráfico, da criminalidade. A outra questão são os serviços básicos da prefeitura que nós podemos fazer, está faltando iluminação, tem que acabar com essa história da pessoa reclamar que queimou a lâmpada e demora um mês, dois meses, dois anos para trocar uma lâmpada. Não vai ter isso, quer dizer é iluminação, é o mato alto dos terrenos, quer dizer se é terreno privado tem que ser notificado, tem que ser multado, independente se é amigo ou não do prefeito. Porque o que a gente tem visto ultimamente é isso. Se é conhecido deixa pra lá, agora se não, a gente vai lá multa e notifica. A gente precisa de fato fazer com que o mato alto seja cortado, que a iluminação esteja boa, que o transporte faça o itinerário que atenda a população. Nós tivemos na Cidade Alegria infelizmente um estupro com morte por conta exatamente de um ônibus passando lá depois do Ciep, quando na verdade todo aquele bairro ali da perimetral não é beneficiado com o itinerário de ônibus. Isso tem que mudar, por que o ônibus não passa por aquelas ruas? Por que essa população tem que andar? Essa população tem crianças, têm jovens, tem idosos, então isso a gente pode resolver. Eu não posso resolver a questão de policiamento nem acredito que a criminalidade e a violência se resolvam com mais polícia na rua, não acredito nisso. A polícia, a repressão é um instrumento, não é o único, não é o melhor. O melhor é realmente a gente dar transporte para esses bairros, a gente conseguir manter os jovens e as crianças na sala de aula, e a gente conseguir ter espaços de área de lazer também nos bairros. Essa Perimetral Norte, por exemplo, lugar com várias áreas públicas e o que a gente vê é esgoto vazando, a gente vê é lugar abandonado, é vala, é mau cheiro. E a outra questão são as políticas públicas para a juventude, a gente tem que começar realmente a parar só com essa conversa de que nós vamos fazer para a juventude não. É ouvir os jovens, os jovens sabem falar e sabem muito bem o que querem, então ouvir o que é importante para eles. A gente tem no nosso plano de governo que não é para curto prazo porque a gente não tem recurso para isso, tem muita ciência do nosso orçamento, mas a gente tem ali como projeto para o final do governo a criação de um centro de referência de cultura negra, onde a gente possa trabalhar realmente essa juventude que muitas vezes hoje é sem dúvida nenhuma a menos privilegiada.
Internauta – Em seu plano de governo quais são as propostas para a saúde e lazer da cidade?
Ana Lúcia – A saúde passará por uma reforma. Nosso governo quando entrarmos passará por uma reforma profunda no que diz respeito a humanização. A gente entende que faltam recursos de um modo geral e acho que a crise que a gente está vivendo no nosso país com esse governo golpista que assumiu agora. Nós vamos ter um problema muito maior. A gente entende que precisamos, sem dúvida nenhuma, olhar a nossa arrecadação tentar trabalhar com o orçamento, inclusive para ter fonte de receita própria, mas a saúde ela passa em especial em Resende pela humanização. O mau atendimento, a má vontade, o excesso de cargos comissionados na saúde. Você chega a algumas unidades de saúde e encontra pessoas que batem no peito e dizem eu sou afilhado do vereador tal, eu tenho costas quentes porque sou amigo do prefeito, eu estou falando porque sou conselheira municipal de saúde há três anos e vejo e vi esse tipo de situação. Então, isso vai acabar disso eu não tenho dúvidas, a humanização de um modo geral, nós vamos a essas unidades, vamos trazer os servidores realmente e motivá-los para que possam fazer esse atendimento. E criar um sistema de marcação de consultas está também no nosso projeto, isso não precisa de recurso muito grande é só adequar o que já existe. Hoje para evitar essas filas de espera que as pessoas ficam meses para fazer um exame, uma consulta e pegar o resultado de um exame de sangue que na verdade sai em duas semanas. A pessoa vai pegar dois, três meses depois porque às vezes não dá para mandar para unidade ou a unidade não tem impressora, se tem impressora não tem tinta, ou se tem tinta não tem papel para imprimir, quer dizer esse tipo de coisa a gente vai acabar, isso é questão de logística, a gente tem como resolver imediatamente. A humanização, a criação de uma marcação de consultas, é importante ampliar o número de leitos do Hospital de Emergência e manter a Santa Casa que hoje está sob intervenção municipal também com esses leitos para atendimento municipal. A Santa Casa hoje é um braço importante e precisa, mas não é um investimento maquiado não. É fazer com que aqueles profissionais, assim como a ampliação realmente atendam a questão da saúde. Por que hoje, por exemplo, na Santa Casa tem muitas deficiências, muitos problemas de longos anos que a comissão que está lá, a direção, a nova direção, assim como os servidores e funcionários da Santa Casa estão tentando resolver. É um braço importante que a gente precisa, mas não vamos fazer aqui uma promessa maior, e a questão da prevenção isso é bom falar, nós vamos priorizar essa questão da prevenção, a gente não quer gente doente. O hospital é importante, mas nós vamos dar espaço a terapias alternativas, de forma que a gente possa integrar ao complexo e a rede de saúde.
Internauta – Como a senhora pretende atrair novas empresas para Resende?
Ana Lúcia – Olha, eu gostaria que as empresas existentes em Resende que elas começassem a pagar os impostos devidos por uma simples questão, muitas empresas tiveram um beneficio de isenção fiscal, algumas até por cinquenta anos, uma coisa que foi criada especificamente com esse discurso de atração de empresas. A gente tem visto que esse discurso de atração de empresa é muito mais discurso do que efetividade para manter emprego e pra gerar riquezas para o município. A gente vê que geralmente as fábricas chegam fazem dos nossos jovens bucha de fábrica, tem até um termo que eles usam que eu acho horroroso que é o operário chão de fábrica. A gente não quer isso, a gente quer pessoas qualificadas com empregos e possibilidades de subir na carreira. Então as empresas elas precisam pagar seus impostos, acabar com a sonegação é claro que a gente pode sentar e vamos fazer isso e ver todas as possibilidades de parcelamento, a facilidade, mas a gente tem que acabar com essa história de isenção. Nós estamos vivendo um momento crítico no Brasil e ainda a gente vê governo falando que vai dar todos os incentivos possíveis para poder atrair novas empresas. Nós temos que essas empresas instaladas garantam os impostos e os empregos que estão lá, não adianta nada a gente fazer um discurso de trazer uma nova empresa que por algum interesse tem para se instalar ai cria 200 empregos enquanto isso as outras estão mandando embora mais de 1.500, nós não queremos isso. Essa não é a nossa prioridade podemos sim gerar riquezas temos que sair um pouco desse polo metalmecânico, que está começando a chegar ao esgotamento, ele é importante vai ficar ai por um longo tempo, mas quando a gente olha pra gente já percebe esse esgotamento. E incentivar os pequenos empresários, os pequenos empreendedores. O comércio, por exemplo, que é tão desvalorizado todo mundo fala de novas empresas pensam nas grandes empresas, nós temos que falar do comércio local, da geração de emprego onde a gente tem a maior parte de pessoas empregadas hoje no município e isso é importante. Poder ter uma parceria com esses empresários, com esses comerciantes pra que esses empregos sejam mantidos, que não sejam subempregos, que essas pessoas tenham qualidade. A gente tem muita preocupação com isso já existem inclusive algumas ações dos comerciantes junto a CDL, por exemplo, com cursos de capacitação e qualificação, isso sem dúvida é importante. A gente vai manter isso e a intenção é ampliar para gente poder não ter novas empresas, mas garantir o que está ai hoje porque infelizmente a gente está vendo muita gente indo embora do município.
Internauta – Existe algum projeto para a valorização dos servidores públicos?
Ana Lúcia – A gente tem falado bastante sobre isso. O primeiro ponto é esse dos cargos comissionados, não adianta dizer que não vamos ter, precisamos sim de alguns cargos de confiança para aquela gestão dentro do plano que estamos construindo. Agora, esse absurdo que a gente tem hoje em Resende, na última reforma administrativa criou-se inclusive em Resende Parque Olímpico, piscina olímpica, pergunta se existe isso em Resende, não existe. Mas pergunta se tem de ser nomeado. Nós mostramos isso lá em Resende é um absurdo. A última reforma que a Câmara aprovou há dois anos deu a possibilidade de oito mil vagas na Prefeitura de Resende. Abrindo vagas em algumas profissões, só que não abriu concurso acompanhado desse paralelo de vagas, o último concurso teve agora e não foi para preencher todas as vagas que foram criadas pelos vereadores. Ou seja, muitas dessas vagas elas estão dentro de um limite da estrutura administrativa aprovada em 2013 com praticamente 1.800 cargos comissionados. Além de ser um abuso e a transparência do município quando a gente vai olhar coloca lá cargos comissionados ai tem hora que tem cinco mil, tem hora que tem quatro mil. Tá lá pra quem quiser abrir e ver, nem isso eles conseguem informar corretamente para a população. Então o servidor vê isso está cansado de vê isso, precisa ser valorizado ele consegue mais do que ninguém a administração pública. O que é muito importante a gente falar para o servidor, além da questão da qualificação da capacitação que a gente acredita nisso, mas é que todo mundo fala isso. Não adianta falar que vai qualificar, capacitar, claro que nós vamos. Isso faz parte inclusive do Plano de Cargos e Carreira dos Servidores, mas o que a gente tem que ser é honesto com o servidor, ele de fato tem que ocupar uma posição que seja qualificada, ele tem de fato entender a importância do serviço público para toda a população e fazer isso da melhor forma possível. A gente quer que realmente construir um novo governo com apoio integral dos servidores municipais. Cargo comissionados serão aqueles da grande maioria esmagadora isso podem me cobrar, a partir de fevereiro do ano que vem. Em janeiro a gente entra, fevereiro a gente começa a arrumar a casa. Vocês vão ver a maioria dos cargos comissionados estarão para esses servidores que já são capacitados e qualificados para assumir.
Internauta – A senhora pretende investir no turismo da nossa região, que conta com uma rica natureza e turismo ecológico, por exemplo?
Ana Lúcia – O turismo ecológico é uma das questões cruciais pra gente ter geração e renda no nosso município e que é totalmente desprezado. Hoje a gente percebe que o turismo é quase inexistente, a um esforço até isolado para que se faça alguma coisa, algumas atividades, mas isso não está consolidado e muito menos e população percebe isso, tem essa visão. A gente quer sim trabalhar primeiro a questão do turismo domestico, até antes do turismo ecológico. O que é o turismo domestico? Tem gente, a população de Resende, principalmente quem mora ali no Centro não conhece, por exemplo, Serrinha do Alambarim, não conhece a Fumaça , não conhece Pedra Selada. Muita gente passa anos da vida nasceu em Resende e não conhece esses lugares, não conhece nosso vizinho, Itatiaia, o Parque Nacional do Itatiaia, que o parque como o todo pega Resende, Itatiaia e Minas. Ou seja, você tem um potencial enorme e a população não conhece. Como a gente quer que a população divulgue, promova de certa forma esse turismo, só ela fazendo também. Então o turismo domestico é aquele primeiro para a população, existem áreas limadíssimas pelo lado do Pirapitinga, tem áreas maravilhosas para lazer, piquenique, banho em ribeirão, então sem dúvida nenhuma essa é uma prioridade. A questão do turismo ecológico, o turismo sustentável é também maravilhoso, nosso Visconde de Mauá, a nossa região toda ela permite isso. Agora sem perder o foco para essa áreas de preservação ambiental isso é muito importante. Não adianta a gente querer trazer turista para ganhar ali no varejo enquanto na situação ambiental a gente perde. Muitas vezes pelo fluxo maior de pessoas, muitas vezes por um número sem controle e sem dúvida nenhuma com a educação ambiental necessária. Então é um trabalho paralelo que a gente tem que fazer com a educação ambiental trazer sim turistas mais com controle porque isso é importante para a preservação ambiental do contrario o turismo é só um dinheiro a curto prazo. Não é isso que a gente quer, a gente quer poder estar reinvestindo nessa questão do turismo, eu acredito muito. Também em Resende tem uma área rural privilegiada, abandonado hoje não tenham dúvidas disso, mas a área rural hoje com os seus casarões, com a sua história, ela é outro potencial para o turismo, tanto para o domestico quanto para o turismo convencional para as pessoas poderem conhecer. Tem outra questão também que a gente abraçou o movimento e vamos abraçar no nosso governo oficialmente o movimento em defesa favor trens, esse movimento pode trazer recursos pelos negócios assim como o turismo. Nós vamos abraçar esse estudo com outros municípios que estão fazendo essa defesa.
Internauta – Uma única empresa realiza o transporte público municipal, e no ano passado, por exemplo, mais da metade da frota foi reprovada em vistoria da prefeitura. Como a senhora pretende melhorar o transporte público da cidade?
Ana Lúcia – Então, a questão da concessão é importante que a gente diga. O transporte público é uma concessão pública. Toda concessão tem que ser fiscalizada pela prefeitura. Então você imagina uma frota que tem metade dela reprovada numa vistoria. Já era motivo suficiente para a prefeitura multar, pedir por exemplo a cassação dessa concessão. Coisa que a gente não vê em Resende, muito pelo contrário. A gente percebe uma caixa hermética, que a gente não entende essa planilha que aumenta a tarifa do transporte e parece que a concessão é alguma coisa que não se mexe. Nós temos que respeitar sim os contratos, respeitar o que está ali no termo jurídico da concessão, mas dentro desse contrato que é até 2020. Cuidado que tem gente falando que já foi renovado por mais 20 anos, mentira. Não pode, tem que passar por audiência pública, tem que passar pelo crivo popular, para saber se a prefeitura tem condições ou não de renovar. O seu contrato tem vários critérios que falam sobre: itinerário, economicidade, qualidade do serviço, pontualidade do serviço, enfim são vários itens que precisam ser observados.
Um governo sério já teria pedido, sim, a cassação da São Miguel. Porque infelizmente a São Miguel é um transporte cruel para o trabalhador. Em Resende só sabe quem pega ônibus. Eu tenho carro, raríssimas vezes pego ônibus, e quando pego eu constato, a começar, muitas vezes, pelo o esperar no ponto de ônibus, porque os horários não são respeitados. Quando quebra não coloca outro no lugar, as pessoas ficam ali. Enfim, a começar por aí. Sem falar nas condições dos ônibus. Então de pessoas que precisam diariamente pegar seus ônibus para ir para o trabalho ou para escola é realmente cruel. Então um governo sério, através desses critérios, pode dizer se vai pedir ou não a cassação da São Miguel. A gente vai primeiro fiscalizar. É isso que nós vamos fazer. O que está no contrato tem que ser cumprido. Existem vários itinerários. Existem novos itinerários. Essa empresa entrou em 2000 e vejam só como a cidade cresceu, novos bairros em Resende, novos itinerários foram criados pelo Conselho Municipal de Trânsito, que alias, infelizmente, que acaba sempre dizendo “amém” à empresa. Nós vamos empoderar o Conselho Municipal de Trânsito, o Contran, para ele ter força de fiscalização junto com o governo. Um governo sério vai fiscalizar, notificar e, se for o caso, vamos pedir a cassação e colocar uma concorrência pública antes de 2020.
Internauta – Ainda em relação à segurança, muitos adolescentes são apreendidos com drogas todos os dias em Resende. Na opinião da senhora qual o problema com os nossos jovens e qual a solução?
Ana Lúcia – O problema com o jovem é que muitas das vezes ele não tem opções culturais ou de educação. Existem também os problemas primários que são aqueles da família mesmo. Muitas vezes o pai, a mãe, ou só a mãe, só o pai, nós sabemos que existem aquelas famílias disfuncionais que não conseguem cumprir aquele seu papel do pai, da mãe, do filho, enfim. E com isso os jovens vão para a rua mais cedo, ficam realmente alvo. A droga todo mundo sabe não adianta fazer discurso de que: “Ahh vamos coibir aqui, coibir ali”, a gente sabe que a droga está em todos os lugares. A gente tem que começar a fazer esse debate, essa discussão de uma forma mais ampla. Mas o que a gente percebe é que as políticas públicas para os jovens são inexistentes em Resende. Então uma das questões é, falei aqui numa das primeiras respostas, é a questão do espaços públicos. As praças, os parques. É realmente a gente ter o próprio municipal, ou seja os prédios da prefeitura, como as escolas ou outros como a Fundação Casa da Cultura, o Teatro de Bolso, tem o Cine Vitória, lugares que podem sim, imediatamente serem disponibilizados para as atividades dos jovens. Seja música, teatro. A gente tem até uma oferta em Resende, de música, teatro, mas é mínima. É um número de vagas mínimo. Os professores nem todos são concursados, então fica aquela fragilidade jurídica e aí não ampliam o número de vagas, não tem o número de professores suficiente. Isso, sem dúvida, a gente pretende ampliar com um concurso público, para trazer professores para essa área cultural, para que possa, sem dúvida nenhuma, oferecer isso para os jovens.
A questão das drogas em si, acho que as escolas precisam estar mais preparadas. É muito fácil, muitas vezes, infelizmente, alguns alunos quase que são colocados para fora da escola, quase convidados para fora da escola, ou porque estão com álcool ou sob efeito de qualquer outra. E isso é lamentável porque a gente percebe que não há uma estrutura dentro da escola entendimento para os profissionais da educação, muito menos para os pais. E vai recair sem dúvida nenhuma sobre esses jovens. A gente precisa trabalhar, tem o Capsi que cuida disso, mas a gente precisa ampliar assim como o Caps 3 que é aquele Centro de Atendimento Psicosocial que fica aberto 24 horas. Sem dúvida nenhuma na questão das drogas será o Caps 24 horas, para poder fazer esse atendimento com estrutura. Não é só ter um lugar para os profissionais ficarem não. É ter carro, ter uma estrutura para que eles possam andar na cidade, fazer as abordagens corretas e necessárias para cuidar desses jovens.
Internauta: Resende foi a cidade do Sul Fluminense com mais casos de mortes por dengue e H1N1 nos últimos anos. Como a senhora vê esse problema? E como vai combatê-lo?
Ana Lúcia – Não foi só em 2015 que nós tivemos epidemia de dengue não, tá gente? A epidemia de dengue também se deu esse ano também, em 2016. É porque como teve a H1N1 também nesse ano, as pessoas ficaram só na epidemia do ano passado, mas não, nós tivemos epidemia de dengue ano passado e esse ano. Porque pela organização de saúde, pelos parâmetros mundiais, 300 casos por 100 mil habitantes já é considerado uma epidemia. Nós tivemos no ano passado mais de quatro mil e esse ano mais de três mil, ou seja, foi epidemia também. Então a questão que a gente precisa combater, sem dúvida nenhuma, é a limpeza na cidade. Nós percebemos que as pessoas começaram a culpar, o poder público começou a culpar, como praticamente a mídia toda faz, dizendo que a sujeira está dentro dos quintais. Está também dentro dos quintais, mas não está só dentro dos quintais. Está no bueiro da rua que não é limpo, que tem lá uma parte reservada de água parada. Está muitas vezes em cima dos pontos de ônibus, onde a água fica parada. Está também nos terrenos baldios que não são cuidados e tem lixo, quando chove fica água armazenada e portanto proliferando o mosquito. Ou seja: limpeza é fundamental, não é só na casa do morador.
Nós vimos por exemplo ruas que estavam passando por limpeza, mutirão … aliás quero falar sobre mutirão. Acho mutirão a coisa mais horrível do mundo. A prefeitura ter que parar carro, caminhão, na porta da casa das pessoas numa época de epidemia para tirar entulho, isso é horrível. Se a gente vai colaborar com a população, muitas vezes não tem condições de pagar uma caçamba, não tem muitas vezes condições para chamar um caminhão para tirar o lixo, a gente tem que criar um programa de atendimento a esses bairros, passando caminhões regularmente para tirar o lixo dessas casas. E não chegar numa época de epidemia, para dizer que está fazendo alguma coisa, fazer um mutirão e parar caminhão na porta dos outros para dizer que aquela pessoa é porca, suja ou seja lá o que for. Acho horrível esse tipo de atitude. Nós vamos ter um programa regular para a retirada desses entulhos. Isso não tem nada de difícil. A prefeitura dispõe desses veículos, tem caminhões para isso, se tiver organização, sem dúvida nenhuma também com um trabalho de educação, junto às escolas, aos moradores e associação de moradores a gente tem certeza que consegue fazer isso. A saúde é a ponta, a pessoa está doente, ela tem que ir e cuidar. Para evitar a dengue, a gente tem que tirar essas sujeiras que estão na cidade toda, que é obrigação do poder público, é bom que se diga isso. Gostam de jogar para o morador, mas é obrigação do poder público.
Nós vivemos também a síndrome congênita do zika. Uma outra questão muito grave, também transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e que a gente precisa ter um controle muito sério porque isso traz uma dor muito grande à vida da mulher.
Internauta: Quais serão as primeiras prioridades do seu governo, caso seja eleita?
Ana Lúcia –A questão da humanização da saúde. Sem dúvida nenhuma. Acho que o povo está doente, mas está doente não é só do organismo, mas um mal físico, as pessoas estão doentes do ponto de vista moral. Da animação, da autoestima. As pessoas estão entristecidas porque elas estão atingidas na sua dignidade. Você ir a um posto de saúde e a pessoa não olhar nem mesmo na sua cara. Isso é terrível. As pessoas têm que olhar nos olhos, elas precisam falar com as outras olhando, sentindo o problema delas. Não é jogar elas numa fila de espera e esquecer o problema delas. Existem programas maravilhosos que vieram do governo federal, nesses últimos 12 anos do governo do PT. Nós tivemos programas muito bons que podem estabelecer um atendimento mais humanizado.
3 comments
Ainda bem que essa senhora comunista não vai ganhar. Só fala em social. Totalmente avessa a indústria, motor da economia. Ela não entende que o jovem que ingressa numa indústria tem a chance de crescimento de acordo com seus resultados e empenho. Não entende que sem a isenção de impostos, essas indústrias jamais teriam se instalado no estado do RJ, somente em SP e no Sul. Compare Resende antes e depois das montadoras. Não entende que sem as indústrias o comércio afunda, não há o que se possa fazer. Resende já tem dois ótimos shoppings com lojas vazias, precisam das indústrias estarem a pleno vapor para terem movimento, não há outra solução. Aliás o site do jornal dessa senhora é péssimo, basta comparar com o site do DV.
Eu gostaria de lembrar a candidata que o termo “bucha de fábrica”, que a mesma usa indiscriminadamente( usou no primeiro debate é usou nessa entrevista) é tal desrespeitoso quanto “chão de fábrica”, que a mesma confessou ser “horroroso”. Que nem todos tiveram a chance de estudar jornalismo, ter o próprio jornal, além de dar aulas em faculdade particular, como a caríssima candidata. Entendo que para cativar as pessoas é necessário respeito à seus ofícios, independente de ter curso superior e posição social e profissional respeitável, como a candidata demonstra que considera. Lamento por seu infeliz posicionamento. Eu, brasileiro, eleitor, já tenho uma posição a seu respeito. Irei demonstra-lo nas urnas em outubro de 2016.
Eu gostaria de fazer duas perguntas: como a candidata se sente num partido que desviou muito dos meus impostos e a como ela pensa pedir votos para ela pertencendo ao partido que desviou muito do meus impostos?
Se puder mais perguntas: Além dos poucos militantes que ficaram no partido, ela acha que receberá mais votos?
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