Subúrbios e a sociedade motorizada

by Diário do Vale

Classe média ganha acesso a carros e vai morar mais longe do centro – Foto: Arquivo

No Brasil, subúrbio geralmente é onde moram pessoas pobres, ou no máximo da classe média baixa. Já nos Estados Unidos, quem costuma morar “uptown”, nos subúrbios, a muitas milhas de “downtown”, no centro das cidades, é a classe média alta. A explicação está na alta taxa de motorização dos americanos (há famílias comuns com mais de um carro para cada pessoa em condições de dirigir, e lá se tira a habilitação com 16 anos). Além disso, com a gasolina custando a metade do que custa aqui, e com a renda média praticamente dez vezes mais alta que a brasileira, quem se importa em rodar até 160 quilômetros por dia nas “highways”, indo e vindo do trabalho?
Algumas exceções, como Barueri, em São Paulo, e a Barra da Tijuca, no Rio, confirmam a regra: são refúgios para uma classe média alta muito motorizada que não se importa com grandes deslocamentos de carro. No entanto, bairros próximos aos centros das metrópoles, como a Zona Sul do Rio, geralmente são mais valorizados.
A situação começa a mudar no Brasil com o avanço da motorização para as camadas menos ricas da classe média. Em Volta Redonda, por exemplo, já são comuns os empreendimentos imobiliários em locais de onde só se pode chegar ao centro da cidade em veículo particular ou de táxi ou aplicativo.
Isso ocorre porque há mais famílias com acesso ao segundo automóvel, o que garante deslocamento a qualquer dia ou qualquer hora, sem a dependência do transporte público.

Separação

Assim como ocorreu nos EUA desde o boom econômico do pós-guerra, a ida da classe média motorizada para condomínios luxuosos distantes do centro das cidades tem como principais motivações, além do acesso a imóveis mais amplos por preços menores do que os praticados no Centro, a separação de zonas de pobreza que costumam existir nos grandes aglomerados urbanos.
Longe de zonas de posse, a classe média se sente mais segura. Em Volta Redonda, a Rodovia do Contorno é um dos eixos que vão abrigar esse crescimento. Já está instalado em suas margens um condomínio de classe média alta e estão em construção diversos condomínios destinados à classe média.

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3 comments

Loxha 25 de dezembro de 2019, 20:27h - 20:27

Emir você é um babaca…. Pobre coitado

Gustavo Guerra 19 de dezembro de 2019, 22:20h - 22:20

O sonho de todo empresário imobiliario, é construir em um lote uma casa em cima da outra, amontoar as pessoas e ainda faze las pagar condominio.

Emir Cicutiano 8 de dezembro de 2019, 12:25h - 12:25

Essa tendência já havia começado em VR há muito tempo, onde há bairros de classe média-alta já consolidados em áreas afastadas do centro, como Jardim Suíça e Jardim Europa, na região da Ponte Alta; Morada da Granja, no limite com Barra Mansa (pela 207 e São Cristóvão), Jd. Esperança e Jd. Belvedere, na Região Sul… Agora, tem o Alphaville na Contorno e o Reserva do Valle, este já no limite com Pinheiral, pela Metalúrgicos…

Além de VR, a única cidade da região que tem bairros nessas características é Resende. As demais, todas tem seus bairros mais nobres contíguos ao centro…

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