Angra dos Reis – A equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social e Promoção da Cidadania, com o apoio de outras secretarias municipais e da Polícia Militar, realizaram na noite de ontem, de 21 às 1h30min, uma abordagem aos moradores de rua, que ficam no espaço destinado gratuitamente ao estacionamento de veículos, no Aterro do São Bento. Esta é uma antiga reivindicação da população, que estava se sentindo constrangida, intimidade e até ameaçada por algumas pessoas.
– A abordagem conjunta foi necessária porque não foi só um trabalho da assistência social, mas envolveu outros setores como o Serviço Público, o Trânsito, a Saúde e a Polícia Militar, devido à situação que se instalou no local de drogadição, de constrangimento ostensivo e de maneira velada às pessoas e precisávamos desse apoio. A ação foi muito bem sucedida em função desse trabalho integrado – salientou Célia Jordão, secretária da pasta.
A ação resultou no encaminhamento de uma pessoa para o Centro de Atenção à População de Rua, que fica no Bracuí; o encaminhamento de um grupo para sua cidade de origem e o restante se evadiu. Além dessa abordagem, o Serviço Público retirou quatro caminhões de entulho do local e a Secretaria Executiva de Parques e Jardins já está revitalizando o local. Vale ressaltar que as abordagens também se estenderam para a Praia do Anil e na Praia Grande. Tinham aproximadamente 15 pessoas alojadas no estacionamento com tendas montadas e abrigos improvisados, que já foram retirados do local.
Outra situação detectada pela equipe da Ação Social foi a utilização dos botes que estavam na Praia do Aterro do São Bento como abrigo. Esses botes foram retirados e acolhidos pela Superintendência de Trânsito e seus donos poderão resgatá-los sem nenhum problema. Para reclamá-los, basta entrar em contato com o órgão, que fica localizado na Rua Dr. Moacyr de Paula Lobo, nº 151, Centro, e mais informações podem ser obtidas através do telefone (24) 3365-7217.
No local já houve relatos de assaltos, pneus roubados, danos aos veículos, assalto de celulares, repasse de drogas dentro do local, abordagens aos motoristas com tom ameaçador e até utilização de cachorros como meio de coagir (há informações de que já houve uma pessoa mordida por cachorro). “Nosso trabalho é de oferecer assistência e além da questão das drogas, estavam fazendo exploração indevida de um espaço público, então, por isso, que foi necessária a integração”, esclareceu Célia Jordão, completando que a abordagem à população de rua é um trabalho contínuo e que estava paralisado, sendo retomado agora por sua equipe. Desde janeiro deste ano até a presente data, cerca de 40 pessoas foram retiradas das ruas e assistidas.
Trabalho a longo prazo
O secretário executivo de Assistência Social, Munir Francisco, explicou que o trabalho de abordagem com moradores de ruas vem sendo desde o início do governo e precisa ser a longo prazo.
– É importante este trabalho de abordagem, que vem sendo feito desde janeiro, quando observamos os maiores problemas. Vamos dar continuidade neste trabalho no município e fazer novas forças-tarefas quando necessário – disse Munir, acrescentando ainda que os moradores abordados são encaminhados para o centro específico para eles, ou encaminhados para a sua cidade de origem. “Alguns voltam para casa. Para suas famílias e são reintegrados à sociedade”, completou Munir.