Acciona demole construções às margens da Lúcio Meira, em Barra do Piraí

by Diário do Vale
Só escombros: Tudo que restou foram restos das construções; moradores querem uma explicação (Foto: Franciele Bueno)

Só escombros: Tudo que restou foram restos das construções; moradores querem uma explicação (Foto: Franciele Bueno)

Barra do Piraí – Moradores da Rua 1, no distrito da Califórnia, em Barra do Piraí, estão revoltados com a Acciona. É que a concessionária que administra a Rodovia Lúcio Meira (BR-393) demoliu no fim da manhã desta quarta-feira (30) construções que ficavam às margens da pista. Algumas estavam ali por quase uma década. A Polícia Rodoviária Federal auxiliou o trabalho.

Ao todo foram destruídas cinco construções, sendo uma delas uma horta toda cercada por arames. Algumas eram utilizadas como depósito de peças. O morador Vicente Amaro Elias lamentou a ação e disse que iria montar em um dos imóveis demolidos uma “casa de sucos”, onde venderia caldo de cana e bebidas em geral.
– Minha intenção era criar um local em que pudesse vender caldo de cana, sucos e pastéis. Já estava tudo pronto. Quando vi que eles estavam destruindo as construções pedi na hora para me darem um prazo para retirar minhas coisas. Eles me deram apenas 10 minutos. O que eu conseguiria retirar com esse tempo? Só algumas telhas e uma porta de aço que tinha acabado de comprar – falou Vicente que disse ter tido um prejuízo de R$ 10 mil.

Vicente comentou que tinha o terreno há oito anos mas que só agora estava “investindo de verdade”. Ele contou que a Acciona havia informado há um tempo, que para a construção ser considerada legal, ela teria que estar a 35 metros a partir do centro da pista, mas ontem a PRF alegou que casas e empreendimentos teriam que ter mais 15 metros de distância.
– Eu saí da empresa na qual trabalhava e recebi um dinheiro que resolvi investir nessa loja de sucos, então acabei comprando material para montar o comércio. E agora quem vai pagar a conta? – questionou indignado, acrescentando que mesmo com a intervenção da Acciona, não vai desistir de construir novamente no local.

O que deixou os moradores mais indignados não foi só a derrubada das construções, mas sim porque alguns locais como: bares, lanchonetes e borracharias que possuem as mesmas características das que foram destruídas continuaram intactos.
– É muita sacanagem, não mostraram nenhum papel, já chegaram destruindo tudo sem dar explicação nenhuma. Por que um pode e outro não? Por que não tiraram todo mundo? Eu tinha o depósito há quatro anos, era um barraco. Conforme ia ganhando meu dinheiro fui melhorando, e agora já estava com tijolos e cimento. Ao todo gastei aproximadamente R$ 4 mil – disse Gracindo Santos Filho, dono de um depósito de peças e ferramentas de automóveis.

Para uma moradora, que preferiu não ser identificada, a ação da Acciona foi fruto de denúncia de uma pessoa que não conseguiu construir naquele local.
O DIÁRIO DO VALE entrou em contato com a Acciona, solicitando informações sobre o caso mas até a publicação desta reportagem, a empresa não havia se pronunciado.

Por Melissa Carísio e Franciele Bueno
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10 comments

Mário robdon 1 de outubro de 2015, 22:32h - 22:32

Gente boa, deixa de ser corrupto fica invadindo áreas públicas e ainda quer ter direito, vá trabalhar e comprar seu terreno. E construa como deve ser feito, um país se faz com deveres e direitos. E só tem direito quem faz e trabalha honestamente.

ÊTA POVINHO 1 de outubro de 2015, 20:35h - 20:35

O Sr. precisa pegar essa reportagem, além de fotografar tudo, de todos os lados incluindo a rodovia e demais construções e entrar na justiça. Se a justiça aceitar deve pedir indenização.

Se não fizer isso ou a justiça ignorar está comprovado que é um invasor, como tantos outros invasores eleitores corruptos que votam em politiqueiros que tbm não cumprem as leis do MEU BRasil.

Se for invasor de propriedade alheia e for eleitor em VR, certamente faz parte dos 95 mil eleitores corruptos de um prefeito que tbm não cumpre as leis.

ÊTA POVINHO 1 de outubro de 2015, 20:37h - 20:37

Se for invasor, por favor, não jogue a culpa no MEU BRasil, tá?!

Cleber 1 de outubro de 2015, 19:22h - 19:22

Que derrubem tudo, mais que façam alguma coisa importante por essa rodovia: duplicação é ideal.

maia 1 de outubro de 2015, 13:12h - 13:12

Tem que destruir mesmo … e o cara da reportagem tinha que pagar e não ficar chorando. Invadiu um área pública.

Dani 1 de outubro de 2015, 08:53h - 08:53

Como assim… Sem nenhum ordem judicial????? Sem mostrar nenhum papel??? Isso e abuso. E acredito que nenhum endinheirado se arriscaria construindo numa área nas margens da pista uma casa de sucos. Não empreguemoa o termo coitadinhos para quem investe e trabalha. Se e para começar diteito, que retire os auxílios de deputados e juízes.

Bruno Williams 1 de outubro de 2015, 08:40h - 08:40

Moro nesta região e vi o ocorrido fico triste mas infelizmente a lei tem que ser cumprida por que já estava ficando complicado aquele local, mas acho que tinha que ser igual para todos não adianta derrubar um e deixar dez direitos iguais para todos

luiz 1 de outubro de 2015, 07:50h - 07:50

Nego é foda, tá errado invadindo as coisas e ainda vem reclamar.

Wilson Muniz 1 de outubro de 2015, 01:23h - 01:23

Posso estar enganado mas na costituição brasileira fala em 15 metros salvo a lei orgânica do município agora se uma firma espanhola vem para o Brasil e faz suas leis acima da constituição o de vamos parar ?????

zé brega 1 de outubro de 2015, 07:51h - 07:51

seu abestado, leia o texto! quem efetivamente coordenou a demolição, for a PRF. alás, devemos acabar com o coitadismo no Brasil, pois trata-se de atitude de 3º mundo. aqui se invade a propriedade alheia e depois vem exigir indenização para sair. o pior, é que as invasões são estimuladas por políticos demagogos. demorou para retirar a favela que ali surgiu. faltam outras!

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