Resende – Um ambiente de aprendizagem que estimula o desenvolvimento criativo de protótipos e soluções voltadas para o bem comum e social. É com esse pensamento que 39 alunos do projeto FabLab Social receberam o certificado, esta semana, do curso de qualificação de Assistente de Projetos. Ao longo da formação, os participantes aplicaram o conhecimento na construção de protótipos voltados para preservação da água e incentivo à leitura. Esses projetos já têm destino certo e serão implantados em pontos periféricos de Resende com grande circulação de pessoas.
Inaugurado em março deste ano, o Senai FabLab é um espaço para estimular a criatividade e o espírito inovador de seus alunos, que podem ser os futuros profissionais da indústria. No local, os estudantes têm acesso a equipamentos como impressoras 3D, máquinas de corte a laser, kits Arduino para montagem de circuitos eletrônicos, entre outros. O laboratório faz parte de uma rede mundial de FabLabs, criada no Center for Bits and Atoms, do Instituto de Tecnologia Massachusetts (MIT).
O especialista em educação do Senai Rio, Fernando Pinto, frisou que o FabLab é uma oportunidade de desenvolver uma ideia que flui para uma possível solução. “Os alunos veem que o que estão produzindo é real e aplicável, e tem uma finalidade para o bem social, que é de responsabilidade de todos”, salienta.
Para o diretor do Polo Industrial Brasil do Grupo PSA em Porto Real, Eduardo Chaves, o programa projeto FabLab Social, uma parceira entre o Sistema FIRJAN, a empresa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vai além da interação entre aluno e professor. “É um trabalho que mexe com a personalidade dos estudantes. A partir do momento em que passam a vivenciar e criar projetos práticos em prol do outro, passam a tomar gosto pelo aprendizado”, define.
Durante o curso de Assistente de Projetos FabLab, os estudantes construíram ideias com foco em sustentabilidade e incentivo à leitura. O Aquafilter Home, sistema de captação e filtragem de águas pluviais, foi desenvolvido com componentes de baixo custo, com o objetivo de incentivar a economia de água e evitar o desperdício, além de reduzir o valor da conta mensal. Segundo Adrienne Maia, 17 anos, foi pensado junto à equipe que o projeto deveria ter como diferencial o baixo custo e fácil manuseio.
Os alunos também criaram a Fabteca, que vai ampliar o acesso da população de baixa renda aos livros. O projeto é uma forma de incentivo à criatividade, imaginação, melhora na fala e escrita e desenvolvimento do senso crítico. A minibiblioteca conta inicialmente com 30 livros e aumentará sua capacidade com a ajuda dos usuários, que podem levar o livro para casa e colaborar com doações.
– Nós pensamos no aproveitamento da luz solar ou do ambiente que a Fabteca for instalada, além do cuidado em deixá-la bem protegida das variações climáticas, caso seja colocada em local ao ar livre. Por isso, ela foi feita em MDF com revestimento em acrílico, o teto projetado e fechamento da porta automático para não entrar água em caso de chuva – detalhou João Victor de Carvalho, 17 anos, um dos 20 estudantes de escola pública que participaram do Projeto FabLab Social.
O primeiro Aquafilter Home, sistema de captação de água da chuva criado pelos alunos do programa FabLab Social, será implantado na Escola Estadual Antonina Ramos Freire, na Cidade Alegria, para a irrigação de horta. Já os primeiros locais a receber a Fabteca são o Parque Tobogã, na Vila Julieta, e o Centro de Referência à Assistência Social (CRAS), do bairro Toyota.