Aplicativo criado por engenheira de VR ajuda mulheres em situação de violência

by Diário do Vale

Tecnologia e inovação a serviço para o combate ao feminicídio-Foto: Divulgação

Volta Redonda- A engenheira de produção Caroline da Silva, de Volta Redonda, faz parte da empresa Women Angels, uma Startup que faz parte do programa de incentivo ao empreendedorismo digital do governo do Estado.

Incomodada com os casos de violência contra a mulher na região, principalmente ao feminicídio, a engenheira formada pela UFF-VR (Universidade Federal Fluminense), teve a iniciativa de criar um aplicativo para smartphone que auxilia mulheres em situação de violência.

O aplicativo foi lançado em Volta Redonda no dia 08 de março, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher e já está disponível na versão android no google play para todo o Brasil. Caroline da Silva explicou sobre o funcionamento da ferramenta que contém um dispositivo com um botão do pânico que, ao ser acionado por três segundos, envia uma mensagem SMS com a localização em tempo real da mulher que precisa de ajuda.

A mensagem, que vai acompanhada também de uma notificação no celular (push), será recebida por duas mulheres de confiança – chamadas de “angels”, que foram cadastradas previamente pela vítima e, por meio da localização, poderão acionar as autoridades policiais.

– Esse botão do pânico vai emitir uma mensagem para as “angels”, que a usuária cadastrou, “angels” são contatos de mulheres de confiança. Você vai selecionar duas amigas ou familiares adicionando no aplicativo. Quando precisar acionar o botão e chamar a emergência, o intuito é diminuir o tempo que a usuária tem para pedir ajuda. Pois se não tivesse o aplicativo a vítima teria que pegar o celular, discar, a pessoa tem que atender. Então o botão do pânico é para encurtar esse processo. A mulher aperta por três segundos e vai ser enviada imediatamente a mensagem SOS para os contatos – explicou acrescentando que quando as “angels” de confiança recebem esse chamado podem tomar as medidas cabíveis com as autoridades para ir até a mulher que esteja em perigo.

– As duas angels cadastradas vão poder chamar a polícia e ajudar a passar as suas informações, como características físicas, etc. Então às vezes, as mulheres podem estar em uma situação que não conseguem ter auxílio, mas essas duas pessoas podem ajudar através do aplicativo, mesmo se as angels cadastradas não tiverem com a internet ligada no momento, elas receberão o pedido de socorro – disse.

No aplicativo, há também uma área de notícias, onde assuntos sobre o enfrentamento à violência contra a mulher serão tratados para que cada vez mais mulheres possam tomar conhecimento da gravidade do problema.

– Sempre pensei em soluções para mudar a vida das pessoas a partir do empreendedorismo social. Inicialmente, havia pensado em desenvolver algo que pudesse juntar mulheres saírem juntas, uma vez que muitas deixam de se divertir por medo de estarem sozinhas. Durante minha apresentação no ‘Startup Rio’, 45 mulheres estavam sendo vítimas de violência, segundo um rápido levantamento. Diante disso, surgiu a ideia de um aplicativo com um mecanismo de segurança. E, sendo duas mulheres cadastradas, pelo menos uma delas vai receber a notificação da vítima – completou Caroline.

O app WomenAngels está disponível, a partir deste domingo, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, nas lojas virtuais de aplicativos. O download é gratuito.

Angels Capacita

Ainda dentro do objetivo de reduzir os casos de violência contra a mulher, a startup lançou o Angels Capacita, programa de capacitação para quem estiver em situação de vulnerabilidade financeira. Voluntárias vão oferecer oficinas de empreendedorismo, de forma que as mulheres que estiverem nesta condição possam ter meios para conseguir uma vaga no mercado de trabalho. As capacitações serão uma vez ao mês ao longo deste ano, na cidade de Volta Redonda, no Sul Fluminense, e os temas das aulas variam entre culinária, corte e costura, e artesanato.

– Sabemos que grande parte dos casos de violência acontecem dentro das próprias casas das mulheres, onde muitas são dependentes financeiramente dos respectivos maridos ou companheiros. Queremos empoderar estas vítimas, de forma que elas possam romper com o ciclo da violência, e tenham novamente uma vida plena e sem violência – finalizou a idealizadora do aplicativo.

 

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