Barra Mansa se transforma em polo de transplante renal

Primeira cirurgia no município foi realizada no domingo (4), na Santa Casa

by Lucas Brandão

Processo de credenciamento começou há cerca de quatro anos, com o objetivo de transformar a cidade em polo de transplantes renais – Foto: Evandro Freitas

Barra Mansa – Em Barra Mansa foi realizado o primeiro transplante de rim da história do município, no domingo (4). A cirurgia foi realizada na Santa Casa. A paciente tem 45 anos, é de Angra dos Reis e foi transplantada com um rim vindo de outra cidade do interior fluminense. A cirurgia foi considerada bem sucedida. A mulher passa bem e a expectativa é que recupere a função renal em mês. O processo de credenciamento começou há cerca de quatro anos, com o objetivo de transformar a cidade em polo de transplantes renais. Os detalhes do procedimento foram divulgados durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (8), na prefeitura.

A liberação do Ministério da Saúde foi concluída há um ano. E o trâmite foi facilitado pelo fato de a unidade ser uma Organização de Procura de Órgãos (OPO) e já realizar transplantes de córnea. “Já tínhamos a experiência. Você tem hoje funcionando como OPO dois serviços no Rio. Um é a Santa Casa. Nós captamos órgãos do sul do estado inteiro”, comentou Sergio Gomes, secretário de saúde de Barra Mansa.

Realizar o transplante renal em Barra Mansa facilita o tratamento dos pacientes da região, reduz deslocamentos e possibilita um acompanhamento mais efetivo dos familiares. “Como nossa região não tinha serviço referenciado, nossos pacientes iam para Juiz de Fora, São Paulo ou Rio de Janeiro. E isso gera um grande transtorno logístico, porque depois de transplantado, o paciente ainda passa por diversas revisões”, analisou Marco Antônio Mannarino, diretor técnico da Santa Casa.

Agora, o município quer mostrar sua estrutura a quem está na fila de espera e ser escolhido como local da cirurgia. São 76 pacientes já inscritos para serem transplantados na Santa Casa de Barra Mansa. “Conversamos com clínicas parceiras. Mas o paciente que já está inscrito num serviço mais antigo fica receoso de vir para cá em um primeiro momento. É uma relação de confiança que se cria ao longo dos meses”, disse Matheus Mannarino, coordenador da equipe de cirurgia de transplante renal.

Fila Nacional

Para receber um rim, é preciso estar na fila nacional de espera de transplantes. Pacientes de qualquer lugar do Brasil podem optar por Barra Mansa. E o município também pode receber órgãos captados em qualquer parte do país. Mas para isso acontecer, é preciso haver doadores. O Brasil é o terceiro país do mundo com mais transplantes de rim. Mesmo assim, é preciso conscientizar os familiares para que autorizem a doação de órgãos dos entes falecidos. Um rim só pode captado em casos de morte encefálica ou doação voluntária, sempre dependendo da compatibilidade do órgão.

“É preciso orientar a família, porque é ela que vai aceitar ou não a doação. Em vida, podemos assinar termos, mas eles não são válidos após o falecimento. A família é que dá a autorização”, comentou Carolina de Oliveira, coordenadora do serviço de transplante renal.

O próximo passo de Barra Mansa é buscar o credenciamento para o transplante de medula. “É um avanço grandioso na saúde da cidade, nos transformando em referência no interior”, finalizou o prefeito Luiz Furlani.

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