Caminhada em Pinheiral pede conscientização ao autismo

by Diário do Vale

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Pinheiral – Solange Andrade é mãe de duas crianças. Há cinco anos, o caçula foi diagnosticado autista. Apesar do susto e da dor com a notícia inesperada, Solange acumulou forças e decidiu começar a lutar para que o filho tivesse seu lugar na sociedade. “Desde o ano passado, participava de um movimento com mães de autistas em Volta Redonda. Recentemente, me uni com uma mãe de Pinheiral e decidimos criar um grupo aqui na cidade para trazer o assunto, ainda gerador de muitas dúvidas, para a população local. O autismo não é uma doença, é um estado, uma situação”, explicou Solange, que participou nesta quinta-feira (18) de uma caminhada na cidade para conscientizar a população sobre o transtorno.
A I Caminhada do Orgulho Autista foi realizada pela Associação de Pais, Familiares e Amigos de Autistas de Pinheiral (AFAAP) – grupo do qual Solange faz parte. Além da conscientização, a atividade serviu para marcar o Dia Mundial do Orgulho Autista, celebrado neste dia 18 de junho. O evento contou com o apoio da prefeitura e da secretaria de Educação.
Presente na caminhada, o prefeito José Arimathéa Oliveira (PT) falou sobre a importância da ação.
– A ideia do movimento é apoiar e levar para as famílias a necessidade de saber diagnosticar alguém com o transtorno dentro de casa e nas escolas, identificando possíveis mudanças de comportamento das nossas crianças. As causas e diagnósticos ainda estão sendo estudados, mas é fundamental conseguir o apoio e a sensibilidade da sociedade para ajudar essas pessoas – disse o prefeito, ressaltando que o governo tem buscado envolver os vários profissionais das áreas de Saúde e Educação para traçar estratégias de integração e acolhimento, bem como a parceria da prefeitura com a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), que tem ajudado muito na questão.
A vice-prefeita, Patrícia Rivello, observou que o tema ainda é desconhecido e frisa a importância da educação inclusiva.
– Profissionais de todas as áreas devem ter conhecimento sobre o assunto. Precisamos refletir em cima do tema e pensar possibilidades para este público. Temos feito diversas reuniões com equipe multidisciplinar para que eles (autistas) sejam incluídos e não apenas integrados – informou Patrícia.
De acordo com a secretária municipal de Educação, Cleonice Pires, o município atende de 16 a 20 alunos laudados, além dos casos que estão em investigação.
– Nosso objetivo é ampliar a equipe com outros profissionais (fonoaudiólogos, psicólogos), oferecendo atendimento e orientação também aos professores e familiares – disse a secretária frisando que a proposta consta no Plano Municipal de Governo.

Atendimento

As crianças portadoras do transtorno em Pinheiral contam com atendimento em uma sala especializada dentro da Escola Estadual Municipalizada Manoel Teixeira Campos Junior. O serviço é feito pela professora de Atendimento Educacional Especializado (AEE), Zoraide Viana. Ela, que também é uma das idealizadoras do movimento, explica que o trabalho é para pessoas de todas as idades, desde que estejam matriculados na rede de ensino, além de pais, familiares e professores.
– Para os profissionais das unidades de ensino, por exemplo, eu forneço apoio e preparação para o desenvolvimento em sala de aula – detalha Zoraide que atende a 14 crianças no período contraturno.
Outra questão que, segundo a professora, merece destaque é o respeito no atendimento prioritário em consultórios, filas de banco, supermercado, etc. – Eles não têm tolerância para esperar, portanto, esse direito deve ser respeitado. Ainda existe muito preconceito, não só com o autismo mas também com outros transtornos – concluiu.

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