Caminhada lembra combate à violência ao idoso

by Diário do Vale
Melhor idade: Integrantes de grupos de programas da prefeitura deram o recado e disseram 'não' à violência (Foto: Paulo Dimas)

Melhor idade: Integrantes de grupos de programas da prefeitura deram o recado e disseram ‘não’ à violência (Foto: Paulo Dimas)

Volta Redonda – A Caminhada Contra a Violência ao Idoso, que marca há 15 anos em Volta Redonda o Dia Mundial de Combate à Violência Contra o Idoso (celebrado hoje, dia 15 de junho), foi realizada na manhã desta segunda-feira e reuniu cerca de mil pessoas, a maioria integrantes dos programas municipais voltados para a terceira idade. A organização da caminhada, que saiu do Aterrado e seguiu até a Praça Brasil, na Vila Santa Cecília, ficou por conta das secretarias de Ação Comunitária (Smac), Esporte e Lazer (Smel), Cultura (SMS) e de Saúde (SMS), além do apoio da Guarda Municipal e do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa.

A caminhada reuniu integrantes dos 63 Grupos de Convivência do município, da Fanfarra da Melhor Idade, alunos do Capd (Centro de Atendimento à Pessoa com Deficiência), o grupo de teatro da Academia da Vida e alunos dos polos de ginástica da Smel, em uma grande mobilização para mostrar à população a importância de se denunciar os atos de violência contra os idosos.
– Em Volta Redonda, nós temos vários projetos e programas voltados para a Terceira Idade (muitos em parceria com o Governo Federal e o Governo Estadual) mais ainda assim não conseguimos impedir que existam atos de violência contra o idoso. Nada melhor que essa caminhada – que este ano reuniu o maior número de pessoas, desde a sua criação – para mostrar à sociedade que é preciso denunciar a violência contra o idoso – ressaltou o secretário municipal de Ação Comunitária, Munir Francisco, que acompanhou a caminhada, junto com a secretária municipal de Esporte e Lazer, Rose Vilela. No final da caminhada, na Praça Brasil, a Smel promoveu uma aula coletiva de zumba. Houve distribuição de pipoca e água.

Maus tratos

As pessoas idosas sofrem diversas formas de violência, e os maus tratos podem ocorrer em seus lares, nas instituições ou nos espaços públicos: violência física, abuso psicológico, negligência, abandono, autonegligência e até abusos financeiros. Denúncias devem ser feitas pelos números 0800 7260 662 (Ligue Idoso) ou 3339-9113 (Conselho Municipal da Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa).

Negligência ainda é a principal
forma de violência contra o idoso

A negligência ainda é a principal forma de violência cometida contra pessoas idosas no Brasil. A coordenadora-geral do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, Ana Lúcia da Silva, destacou que essa é a primeira violência identificada e faz com que se abram portas para outras formas de violações.
“É a [forma de violência] mais informada no Disque 100”, disse Ana Lúcia.
Segundo ela, além das violações que ferem o Estatuto do Idoso, o conselho se preocupa com a retirada de direitos já garantidos, como a diminuição da pena para violência contra idosos no projeto do novo Código Penal. “São coisas que mostram que não existe sintonia da sociedade com o que de fato existe no Brasil.
Assim como o fortalecimento da rede de delegacias especializadas no atendimento ao idoso, Ana Lúcia defende a qualificação de todos os agentes públicos de segurança para atender a esse público. Ela ressaltou que o Ministério do Desenvolvimento Social tem um projeto para construção de centros de referência para idosos, mas que gestores municipais não têm interesse por causa do alto custo de manutenção. “O custeio e despesas fixas são coisas que oneram o município. Então, muitos prefeitos não se interessam em ter. Temos que buscar instrumentos que possam responsabilizar esses administradores.”
Para Ana Lúcia, entretanto, o desafio de cuidar dos idosos não é só do Estado, mas de toda a sociedade civil. De acordo com ela, é preciso tomar consciência desse processo. “As pessoas não estão se preparando psicologicamente para compreender e assumir o envelhecimento. Existe uma negação, as pessoas querem continuar jovens. Com isso, é muito mais difícil definir o perfil do que será o espaço mais adequado para que possamos ter essa convivência”, explicou, defendendo que ela seja sempre transversal e intergeracional.
Segundo dados do Disque 100, serviço de recebimento de denúncias contra violações de direitos humanos, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em 2014, houve 27.178 comunicações de abusos contra a pessoa idosa. As mais recorrentes são de negligência, 20.741 denúncias (76,32%); violência psicológica, 14.788 (54,41%); abuso financeiro e econômico, 10.523 (38,72%); violência física, 7.417 (27,29%) e violência sexual, 201 (0,74%). Entre as formas de violência menos denunciadas estão a institucional, a discriminação e outras violações ligadas a direitos humanos, trabalho escravo e torturas.
O levantamento mostra ainda que 76,48% das violações denunciadas são cometidas na casa das vítimas; e em 51,55% dos casos denunciados, os próprios filhos são suspeitos das agressões. São Paulo lidera o volume de denúncias, 5.442 (20,02%), mas o Distrito Federal tem o maior número de denúncias per capita: 354,73 por 100 mil habitantes.
A capital federal é seguida pelo Amazonas (297,3 denúncias por 100 mil habitantes), Rio Grande do Norte (250,81 por 100 mil), Piauí (187,72 por 100 mil) e Rio de Janeiro (186,68 por 100 mil). O estado de São Paulo está em décimo sexto no ranking, com 114,05 denúncias para cada 100 mil habitantes.

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