Caminhadas chamam atenção para a violência sexual infantil na região

by Diário do Vale
Recado: Grupo em Barra Mansa levou faixas e cartazes lembrando a importância das denúncias (Foto: Chico de Assis/Ascom PMBM)

Recado: Grupo em Barra Mansa levou faixas e cartazes lembrando a importância das denúncias (Foto: Chico de Assis/Ascom PMBM)

Barra Mansa e Volta Redonda – O dia 18 de maio é lembrado como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Para lembrar a data, nesta quinta-feira (18) as prefeituras da região realizaram atividades. Em Barra Mansa, a prefeitura, a Ordem dos Advogados do Brasil – 4ª Subseção Barra Mansa, o Conselho Tutelar e o Sest Senat promoveram uma caminhada pelas ruas do Centro visando chamar a atenção da sociedade para o abuso e a violência sexual contra a criança e o adolescente. O objetivo da ação foi conscientizar e prevenir os crimes.

Segundo a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Ruth Coutinho, a atividade foi muito importante.

– Nossa intenção foi fazer um chamamento à população para assumirmos a responsabilidade de prevenir e enfrentar o problema da violência sexual contra a criança e o adolescente. É imprescindível a integração de entidades nesta causa, para assim, unirmos forças para diminuir este tipo de violência, que é muito grande, e afeta toda a sociedade – disse a secretária.

A presidente da Comissão de Direito da Criança e do Adolescente da OAB, Maria Cristina da Silva, explicou a diferença entre abuso e exploração sexual.

– O abuso sexual tem uma origem afetiva e a exploração sexual tem um caráter financeiro, que nem sempre é só em dinheiro, mas também, favores – revelou Maria Cristina, acrescentando que existem relatos de casos de exploração sexual no Centro da cidade e às margens da Via Dutra, de homossexuais homens contra adolescentes meninos de idade entre 12 e 17 anos.

A conselheira tutelar Ana Duque destacou a relevância das denúncias.

– É muito importante que as crianças e os familiares denunciem os casos de violência sexual, mesmo quando ainda é só suspeita. As pessoas podem fazer as denúncias pelo Disque 100 ou pelo telefone do Conselho Tutelar (24) 3322-1029 – concluiu.

Disque 100

Desde que o serviço foi criado, os números de atendimentos e denúncias crescem a cada ano. De acordo com a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, em 2016, foram 145.428 mil denúncias, uma média diária de 398 violações por dia.

Além de violência sexual, o Disque 100 recebe ainda denúncias de maus-tratos, negligência, pornografia, entre outros crimes. A maior parte das ocorrências recebidas pela central são contra meninas, 53%. Esse número sobe para 81% quando as denúncias são de violência sexual. Quase metade das vítimas tem entre zero e sete anos (43%) e são negras ou pardas (58%).

A ligação é gratuita e o usuário não precisa se identificar. O Disque 100 funciona todos os dias, das 8h às 22h. Após serem examinadas, as denúncias recebidas são encaminhadas para as autoridades competentes e o anonimato é garantido.

Alerta: Vila Santa Cecília foi o palco da passeata contra a violência sexual infantil em Volta Redonda (Foto: Divulgação/ Ascom VR)

Alerta: Vila Santa Cecília foi o palco da passeata contra a violência sexual infantil em Volta Redonda (Foto: Divulgação/ Ascom VR)

Caminhada em Volta Redonda reúne 300 pessoas

A Vila Santa Cecília serviu de palco nesta quinta-feira para que cerca de 300 pessoas se reunissem contra o abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes em Volta Redonda. O grupo realizou uma caminhada pelas ruas do bairro, saindo da Praça Juarez Antunes até chegar embaixo da Biblioteca Municipal, onde ocorreram duas apresentações de crianças e jovens: Intervenção Urbana, do projeto Garoto Cidadão e do Grupo Bate Latas, de dois projetos: Curumim e garoto Cidadão, da Fundação CSN.

A passeata reuniu profissionais da SMAC – Secretaria Municipal de Ação Comunitária, através do DPES (Departamento de Proteção Especial), do qual o Creas (Centro de Referência Especializado da Assistência Social) e o DPB (Departamento de Proteção Básica) fazem parte; FIA (Fundação da Infância e Adolescência); Casa da Criança e Fundação CSN.

A coordenadora do Creas, Márcia de Souza Braga, explicou que em muitos casos, crianças e adolescentes sofrem abuso e, num primeiro momento, não entendem que estão sendo abusadas, pois o abusador é uma pessoa muito próxima, como o pai, por exemplo.

– É fundamental que as crianças e adolescentes aprendam desde cedo que ninguém pode tocar o seu corpo, elas precisam ser mais esclarecidas. E cada um de nós pode ajudar, ensinando isso. Elas precisam de conhecimento – declarou Márcia.

América Tereza, presidente da FIA, afirmou que não dá pra deixar de ter indignação com este tema.

– Não podemos ser indiferentes. Meninos e meninas são abusados até nas escolas por professores. E não são somente os menos favorecidos que sofrem, crianças e adolescentes de famílias de maior poder aquisitivo também são vítimas deste tipo de violência. Essa marca uma pessoa leva para sempre em sua vida. Temos que denunciar, pois denunciar é proteger – afirmou.

O vice-prefeito e secretário de Ação Comunitária, Maycon Abrantes, esteve no evento representando o prefeito Samuca Silva (PV). Ele considera baixo o número de denúncias que chegam ao Creas.

– Pouco mais de 100 casos foram denunciados no Creas nos últimos três anos, é pouco, é um absurdo porque a gente sabe que esse número é muito maior. A família que sabe que tem um abusador em casa precisa se manifestar, tem que procurar a Assistência, delegacia. Dentro da secretaria, o Creas é a porta de entrada para estas crianças e adolescentes. Disque (24) 3339-9143 ou o número 100. O nosso papel é de fiscalizar, ajudar. Todos merecemos uma vida saudável, uma vida feliz. Nós não podemos permitir que se acabe com a infância de uma criança e de um adolescente. Todos precisamos fazer o nosso papel de fiscalizar e denunciar – ressaltou.

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1 comment

Sergio moro 19 de maio de 2017, 09:23h - 09:23

Eu fico imaginando um maniaco ficando sensibilizado com essa passeata…
Tsc tsc tsc

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