Volta Redonda- Com o objetivo de alertar a população da região sobre os cuidados para evitar o câncer de pele, o Grupo de Apoio a Pessoas Com Câncer (GAPC) iniciou em dezembro uma campanha com o tema ‘Sol Sem Medo’ e o slogan ‘Saiba como se prevenir contra o câncer de pele’. A campanha vai se estender até março, com diversas ações na programação.
De acordo com a organização do evento, neste domingo, dia 26, será realizado um pedal de conscientização em Penedo, juntamente com o pedal de encontro dos grupos de WhatsApp, com estimativa de público de mais ou menos 1,5 mil ciclistas.
Tanta mobilização se justifica: segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), há um risco estimado de 82,53 casos novos a cada 100 mil homens e 75,84 para cada 100 mil mulheres.
Embora o câncer de pele seja o tipo mais frequente da doença no Brasil, correspondendo a 30% de todos os tipos de câncer registrados no país, o prognóstico dele pode ser considerado bom, se detectado nos estágios iniciais. Nos últimos anos, houve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor.
De acordo com a dermatologista Pâmela Novais Rabelo, parceira voluntária do GAPC, e que atende em algumas clínicas da região e na prefeitura de Pinheiral, a exposição à radiação ultravioleta tem efeito cumulativo e os raios solares penetram profundamente na pele, podendo provocar diversas alterações, como surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas e outros problemas. A exposição solar em excesso é prejudicial e pode causar tumores benignos ou malignos, como o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma.
– Na verdade, a maioria dos cânceres de pele está relacionada à exposição ao sol, por isso todo cuidado é pouco – alerta.
Segundo a médica, evitar a exposição excessiva ao sol é o principal cuidado. Ao sair ao ar livre, diz ela, a pessoa deve procurar ficar na sombra, principalmente entre 10 e 16 horas, quando a radiação UVB é mais intensa. A recomendação é usar sempre protetor solar com fator de proteção superior a 30 FPS. Cobrir as áreas expostas com roupas apropriadas, com uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas, além de óculos escuros também complementam as estratégias de proteção.
A dermatologista explica que o sol pode ser prejudicial para todos os tipos de pele, mas ela alerta que existem grupos mais sensíveis ao sol.
– Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas quando expostas ao sol. Por outro lado, os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja: pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados. Pois, são as mais atingidas – alertou.
No caso dos idosos, os cuidados devem ser ainda maiores, destaca a dermatologista. Segundo ela, na derme, o envelhecimento se traduz em perda da hidratação, oleosidade e elasticidade. “Assim, quanto maior a idade, maior o risco de desenvolver os tumores de pele. Além disso, os raios solares aceleram o envelhecimento. Por isso, quem é mais velho não deve descuidar da proteção solar diária com o filtro solar, bonés, viseiras, óculos. Preferir a sombra e evitar exposição excessiva ao sol”, recomenda.
Para se prevenir melhor, a dermatologista Pâmela aconselha a realização frequente do autoexame da pele, através de uma inspeção completa e cuidadosa da pele de todo o corpo, do couro cabeludo à sola dos pés, com a ajuda de espelhos e de um familiar. “Dar especial atenção à cor, tamanho, relevo e formato das pintas e lesões na pele. Se detectar lesão nova e suspeita ou alteração numa anterior, agendar uma consulta médica; Exame completo da pele, se possível realizado anualmente, por um médico dermatologista”, diz.
Por Júlio Amaral