Barra Mansa – Um serviço que na década de 70 era oferecido pela Equipe Técnica Regional de Educação Especial do Estado, foi municipalizado e hoje, através do Cemae (Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado), atende aproximadamente 600 alunos de todas as escolas da rede municipal. Segundo a coordenadora de Educação Especial da prefeitura, Sônia Coutinho, as atividades são divididas em dois tipos de atendimentos.
O atendimento especializado voltado para alunos com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. O outro tipo é o atendimento complementar para alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem.
– Em ambas as atividades os agentes de apoio à Educação trabalham nas escolas junto aos alunos com grave comprometimento na locomoção, higiene, alimentação e comunicação. Estes profissionais não são responsáveis pela área pedagógica, mas atuam também como mediadores entre o professor e o meio. No caso do Cemae Central é realizada avaliação multidisciplinar, atendimentos nas áreas de psicologia, psicopedagogia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, além do acompanhamento do processo de inclusão dos alunos através da Equipe Escola – destaca, acrescentando que atualmente todas as escolas da rede municipal têm o serviço do Cemae.
Capacitando para melhorar conhecimento
Sônia Coutinho explica que são realizados ainda cursos de Libras para professores e pais de alunos surdos. Além disso, há o projeto “Happy Hour Pedagógico”, que consiste em workshops para professores sobre a educação especial. O próximo ciclo será em agosto.
Já a formação continuada é oferecida a todos os profissionais que trabalham na educação especial, através de grupos de estudo e reunião de supervisão do serviço.
– Na oficina profissionalizante Didi Coutinho tem cursos de cozinha, costura e customização, artesanato e marcenaria. Em breve, começa a oficina de plantas e a construção de um jardim sensorial no Centro Educacional Carlos Campbell – disse.
Ex-aluno do Cemae atua como agente disciplinador
Cursando o sétimo período de pedagogia pelo Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), o funcionário público Maicon César Damasceno, de 30 anos, frequentou por 15 anos o Centro Educacional Carlos Campbell, no Centro, para cegos e pessoas com baixa visão. Hoje ele trabalha no local como agente disciplinador.
– A passagem pelo Cemae auxiliou muito na minha autonomia como deficiente visual e me deu toda a estrutura pedagógica para caminhar na minha trajetória acadêmica, sendo muito importante como instrumento na minha formação profissional. Hoje consigo ter uma autonomia para me locomover e usar um computador e celular através de uma tecnologia assistida – comenta.