Chumbinho: ilegal, mortal e à venda

by Diário do Vale

Volta Redonda– A possível morte por envenenamento de uma adolescente, de 14 anos, no Rio de Janeiro, reascendeu a questão da venda de substâncias que podem levar à morte. Fragmentos de carbamato, conhecido como chumbinho, foram encontrados no corpo da vítima. O produto é vendido clandestinamente no Brasil como raticida. A comercialização da substância – extremamente tóxica – é proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Há muitas denúncias de que o chumbinho também seja utilizado para o assassinato de cães e gatos e até para pessoas cometerem suicídio. A substância, quando ingerida pelo ser humano, pode causar uma grave intoxicação e chegar ao óbito. É o que explica a professora de química do UniFOA (Centro Universitário de Volta Redonda), Cirlene Fourquet Bandeira.
– Os sintomas típicos de intoxicação por chumbinho são forte dor abdominal, diarreia, náuseas, vômitos, suor e salivação em excesso. Tremores, contração da pupila e taquicardia também são comuns. As reações podem aparecer em menos de uma hora após a ingestão. Diante da situação, o melhor a fazer é levar a pessoa imediatamente ao atendimento médico – disse, acrescentando que os sintomas também são bem semelhantes em animais, principalmente a dor no abdômen e salivação.
O aspecto do chumbinho geralmente é sob a forma de um granulado cinza escuro ou grafite (cor de chumbo). A substância não possui registro na Anvisa, nem em qualquer outro órgão de governo. De acordo a Anvisa, o produto não possui rótulo contendo orientações quanto ao seu manuseio e segurança, informações médicas, telefones de emergência e, o que é ainda mais grave, a descrição do agente ativo bem como antídotos em caso de envenenamento, o que é fundamental para orientação do profissional de saúde nesse momento.
As denúncias da comercialização ilegal do chumbinho devem ser direcionadas a Vigilância Sanitária dos municípios. A principal linha de investigação do caso da adolescente carioca Lorrana Manoel continua sendo de que ela tenha sido morta por envenenamento. Novas informações apontam que a vítima consumiu um sanduíche horas antes de morrer que provavelmente estaria contaminado com o veneno.

Alimentos que devem ser ingeridos com cautela

Existem alimentos que podem apresentar risco à saúde se forem ingeridos com frequência devido a sua composição química como, por exemplo, a mandioca, amêndoa amarga, castanha de caju, sementes de abóbora, feijão-de-lima ou feijão-fava, e as sementes da maçã, do pêssego, da pera e da linhaça.
Os alimentos citados contém cianeto, o nome pode não ser familiar, mas a sua letalidade entrou para a história. Na Segunda Guerra Mundial, o cianeto ou cianureto foi utilizado nas câmaras de gás matando milhões de judeus. A professora comentou que o cianeto no organismo intoxica o sangue.
– A sustância reage na hemoglobina do sangue impedindo a entrada de oxigênio aos tecidos e pode resultar numa morte rápida – disse.
Há ainda pessoas que possuem alergia a determinados alimentos e não sabem e quando descobrem já se intoxicaram. Recentemente, um torcedor do flamengo, que viajou até o Rio para assistir a semifinal da Libertadores, morreu após comer camarão pela primeira vez, horas antes do jogo. A professora Cirlene Fourquet Bandeira comentou é possível descobrir através de exames específicos se a pessoa possui alergia a determinados alimentos.
– Um médico alergista pode ajudar com exame para detectar alergia de alimentos. Muitas pessoas, por exemplo, são alérgicas a amendoim e outras a frutos do mar e só descobrem depois que passam mal. Existe uma infinidade de outros alimentos que as pessoas têm alergia, mas esses dois são os mais populares – falou.

Produtos de limpeza podem intoxicar crianças

Produtos de limpeza são vendidos também de forma clandestina e sem rótulo
(Foto: Divulgação)

Cirlene Fourquet destacou ainda na entrevista que os produtos de limpeza devem ser armazenados com cuidado, longe do alcance das crianças. Parece clichê, mas a simples atitude de guardá-los na parte de cima de armários pode evitar sérios problemas de intoxicação.
De acordo com o Sistema de Informações Toxicológicas da Fiocruz, os casos de intoxicação por produtos como estes ocupam a segunda posição no ranking, ficando atrás apenas das intoxicações por medicamentos. No Brasil, aproximadamente 9.507 crianças são vítimas de intoxicação todos os anos. Desse total, mais de 18% são por envenenamento com produtos de limpeza.
– Muitas mães guardam embaixo da pia os produtos de limpeza, é perigoso a criança pegar e beber a substância, muita delas líquidas, ou inalar o produto e ainda deixá-lo entrar também em contato com a pele. Tudo isso pode ser evitado deixando cloro, água sanitária, álcool, detergentes, entre outros, longe das crianças e caso venha acontecer um incidente tem que correr para o médico e informar sobre o ocorrido. Nenhuma medida paliativa deve ser feita em casa, pois pode agravar a situação – comentou.

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