Clima instável contribui para automedicação, segundo especialistas

by Diário do Vale

Volta Redonda –  Num dia está frio, com temperaturas que ficam na casa dos 21º C e até pancadas de chuva, no outro um clima seco e de muito calor onde a máxima chega a 30ºC. É assim que tem sido os últimos dias de um inverno pra lá de instável na região. E a mudança climática acaba diminuindo a imunidade das pessoas e as tornando mais propensas às gripes, resfriados, alergias, mas o problema é que isso também promove uma atitude que pode ser perigosa: a automedicação.

Segundo a alergista Carolina Ghirlinzoni, o ideal é sempre procurar um médico e não se automedicar, já que essa ação sem o acompanhamento de um profissional pode trazer sérias consequências.

– Não recomendo que ninguém tome remédio algum sem antes consultar um médico. Muitas vezes as pessoas tomam antigripais e antialérgicos e nem sabem com qual doença estão. Isso pode até agravar a situação que estiverem – alertou.

A médica orientou que as pessoas tomem alguns cuidados para evitar um resfriado ou até uma gripe nesta época do ano.

– A melhor maneira para se prevenir contra um resfriado, uma gripe, é ter uma alimentação leve e saudável, tomar bastante líquido e andar agasalhado, assim a pessoa terá um (sistema) imunológico resistente e dificilmente pegará um resfriado. Tomando estes cuidados, o organismo se fortificará – garantiu.

Já em relação aos que tem alguma predisposição alérgica, Carolina aconselhou procurar um especialista.

– Vivemos essa mudança brusca no tempo diariamente. Um dia está calor e no outro frio e esse tempo instável faz com que aqueles que já tenham uma tendência a ter a alergia atacada sintam mais a mudança do clima. Minha recomendação é que as pessoas que já saibam dessa condição procurem tomar os antialérgicos que estão acostumados, desde que haja uma indicação do médico. Primeiro é necessário procurar um especialista para começar o tratamento, antes que uma simples alergia se complique numa sinusite ou alguma doença mais séria – explicou.

A médica alergista Elaine Nogueira frisou os riscos de se medicar por conta própria, entre eles o fato da pessoa estar tratamento apenas os sintomas e não a causa do problema.

– Quando a pessoa tem um quadro inflamatório em geral, o risco da automedicação incorreta pode levar a consequências desagradáveis, como uma reação adversa e até mesmo alérgica, expondo o corpo a sequelas desnecessárias. Também pode acontecer de a pessoa estar tratando apenas o efeito e não a causa. Por exemplo, alguém que tiver rinite ou asma, ao acabar de se medicar pode até aliviar os sintomas, mas não o quadro de base, a doença propriamente dita – esclareceu, recomendando visitas regulares ao médico, caso a pessoa já tenha um histórico e uma predisposição alérgica, além de evitar ficar exposto ao tempo sem estar agasalhado corretamente, tomar bastante água e utilizar soro fisiológico nasal constantemente.

 Mudança no tempo, corrida às farmácias

E é só o tempo mudar para que haja uma verdadeira corrida às farmácias e drogarias. De acordo com o gerente de uma rede de drogarias que fica na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, Lúcio Nascimento, as pessoas tendem a procurar mais medicamentos, sprays nasais, nebulizadores e umidificadores de ar.

– As pessoas acabam comprando mais medicamentos, já que o valor é mais acessível. Mas estamos vendendo muitos nebulizadores e umidificadores de ar, não na mesma proporção, claro. A única recomendação que damos é que caso a pessoa queira aumentar a imunidade, e não fique propensa a resfriados, que tome bastante vitamina C. Aliado ao fato de visitar o médico regularmente, claro – afirmou.

 

 

 

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