Barra Mansa – Membros do comitê intersetorial de combate à dengue de Barra Mansa se reuniram anteontem, no Campla (Centro Administrativo Municipal Prefeito Luiz Amaral), onde foi definido o cronograma de ações que serão realizadas para intensificar o combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti. Até abril, o município já registrou 611 casos de dengue com 256 confirmados.
Baseado nos dados do Programa Municipal de Combate à Dengue (PMCD), o comitê intersetorial definiu as localidades que receberão o Dia D de combate à dengue.
– Vamos mobilizar diversos profissionais para conscientizar os moradores sobre a importância dos 10 minutos semanais para evitar a proliferação do mosquito – frisou o secretário municipal de Saúde, Jonathan Aguiar. Além dos agentes de combate à dengue, as equipes dos postos de saúde, limpeza urbana e alunos das escolas municipais serão mobilizados para as atividades.
O primeiro bairro a receber o Dia D será o Siderlândia, no dia 26 de maio. Em seguida, as equipes vão atuar nos bairros Paraíso de Cima (2 de junho), Boa Sorte (9 de junho), Boa Vista II (16 de junho), Ano Bom (25 de junho) e Centro (30 de junho). Na semana que anteceder a ação, as escolas públicas e privadas localizadas nos bairros contemplados vão receber a visita dos agentes de combate à dengue. Eles vão realizar mini-palestras para os alunos e funcionários.
– Quanto mais se abordar sobre a dengue é melhor para evitar aumento de casos na cidade – comentou o secretário de Saúde, completando: – A prevenção e o controle da dengue dependem do combate ao vetor. A participação ativa da comunidade é essencial para a eliminação do criadouro do mosquito. A prefeitura está fazendo a sua parte para evitar uma epidemia da doença e é preciso que os moradores colaborem com a limpeza da cidade.
Limpeza de terrenos
Nas últimas duas semanas, a Coordenadoria de Resíduos Sólidos do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) notificou 258 proprietários de terrenos baldios para efetuarem a limpeza e capina dos imóveis.
– A secretaria de Saúde nos forneceu uma listagem com os terrenos que apresentavam mato alto e possíveis focos de dengue. Nossos fiscais foram até esses locais, confirmaram a necessidade de limpeza e emitiram as notificações. Os donos têm prazo de até 15 dias, após o recebimento da notificação, para cumprir a determinação. Caso contrário, serão multados – garantiu José Ribamar Leal, coordenador de Resíduos Sólidos do Saae. A multa varia de R$ 526,00 a R$ 2.058,00.
Agentes da Vigilância Ambiental passam por capacitação
A Vigilância em Saúde Ambiental de Barra Mansa promoveu esta semana a capacitação de 12 agentes para atuar diretamente nas ações de controle do combate à dengue. Durante quatro dias, assessores técnicos da Divisão de Controle de Vetores do Governo do Estado repassaram informações, tais como o uso correto de inseticida, equipamentos e dos insumos estratégicos.
Segundo o assessor técnico do Estado, Luis Carlos Vasconcelos, a principal finalidade da iniciativa foi treinar os agentes para atuar em situações de surto e epidemia.
– O combate a dengue exige ação contínua e envolve diretamente a população. Hoje, Barra Mansa se enquadra no estado de surto, que é caracterizado por número inferior a 300 casos para cada 100 mil habitantes – detalhou Luis.
A capacitação passou por etapas de orientações quanto ao manejo ambiental, que envolve mudanças no meio ambiente que impeçam ou minimizem a propagação do vetor, evitando ou destruindo os criadouros potenciais do Aedes e o controle químico, que consiste em tratamento focal (eliminação de larvas), peri-focal (em pontos estratégicos de difícil acesso) e por ultra baixo (fumacê).
– Este último deve ter uso restrito em epidemias, como forma complementar de interromper a transmissão de dengue, ou quando houver infestação predial acima de 5% em áreas com circulação comprovada de vírus – explicou o assessor.
De acordo com o coordenador municipal da Vigilância em Saúde Ambiental, Igo de Freitas Gonçalves, a meta do órgão é cobrir 80% dos 82 mil imóveis do município.
– Nossa equipe é formada por 78 agentes e, mesmo estando em estado de surto, que preconiza ações de bloqueio das residências, como é feito atualmente coma visitação dos agentes às casas a cada dois meses, vamos elaborar nos próximos dias um plano para o uso do ultra baixo volume, utilizado quando a situação é de epidemia – disse Igo.
Para Luis e Igo o combate a dengue precisa interagir com outros setores públicos e com a própria população.
– Todos os setores públicos podem e devem dialogar sobre o combate ao Aedes aegypi. Precisamos investir ainda nas mudanças de hábitos da população, de maneira urgente – concluíram.