Diocese Barra do Piraí-Volta Redonda lança Campanha da Fraternidade 2017

by Diário do Vale
Campanha da fraternidade- (5)

Da esquerda para a direita: Adriana Vasconcelos, Bispo Biasin, padre Juarez e Sandro Leonardo
(Foto: Paulo Dimas)

Volta Redonda- Com o tema “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida” e o lema: “Cultivar e Guardar a Criação (Gn 2,15)”, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu na quarta-feira (1º) a Campanha da Fraternidade 2017. Em Volta Redonda, a diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda se reuniu em uma coletiva de imprensa no auditório da Cúria Diocesana, na Vila Santa Cecília para lançar a campanha. Na mesa de abertura composta pelo Bispo Diocesano, Dom Francisco Biasin, pelo coordenador Diocesano de Pastoral, padre Juarez Sampaio, analista ambiental do Instituto Chico Mendes, Sandro Leonardo e pela presidente da Comissão Ambiental Sul, Adriana Vasconcelos. O objetivo da ação é dar ênfase à diversidade de cada bioma brasileiro, promover relações respeitosas com a vida, o meio ambiente e a cultura dos povos que vivem nesses biomas.
O bispo lembrou a criação divina na natureza e destacou a vida autossustentável indicando que população pode contribuir com o meio ambiente consumindo alimentos orgânicos, promovendo pequenas ações como de limpezas dos rios, além da preservação da mata atlântica cobrando do poder público medidas que contribuam com conservação dos remanescentes de mata atlântica e os biomas. Discutiu-se ainda a escassez de água potável, um bem comum a todos.
— A criação é o primeiro dom de Deus e por isso somos chamados a preservá-la. A igreja, através da Campanha da Fraternidade, quer despertar na população uma consciência ambiental e convida a população a cuidar do meio ambiente com pequenas ações. Com isso, conseguiremos seguir em prol da preservação dos remanescentes da mata atlântica evitando queimadas, jogando lixo em local adequado e ainda realizando a coleta seletiva dos objetos não contaminando o rio e por sua vez, o povo deve se atentar a limpeza da beira dos rios e córregos a fim de evitar transtornos maiores para os mesmos e sempre cobrar do poder público a conservação dos biomas e recuperação da mata atlântica — disse.
A campanha pretende dar continuidade à reflexão do tema e lema do ano passado “Casa comum, nossa responsabilidade” e “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. O coordenador Diocesano de Pastoral, padre Juarez Sampaio comentou que o assunto meio ambiente já vem sendo abordado e a Igreja Católica alerta desde 1979 a preservação dos bens naturais e o tema continua sendo atual, debatido, mas as questões devem ser aprofundadas e a população tem que perceber que o meio ambiente tem tudo a ver com o cotidiano delas.
— A população tem que ter uma consciência e perceber que o tema meio ambiente, preservação tem tudo a ver com o dia a dia delas, desde 1979, a igreja convida e destaca em suas campanhas o tema. Em 1986, 2004, 2007, 2011, 2016 e agora em 2017 continuamos debatendo o assunto. Percebe-se que o povo perdeu a ligação com a natureza e precisamos voltar com esse vínculo, por exemplo, a casa de praia é construída de frente ao mar, mas nas cidades os arquitetos e engenheiros estão construindo os imóveis com os fundos para os rios e a porta de frente para a rua, temos despertar no povo a importância da preservação da natureza — falou.
O analista ambiental do Instituto Chico Mendes, Sandro Leonardo, comentou sobre os dados alarmantes na região dos remanescentes da mata atlântica, por exemplo, em Volta Redonda resta apenas 11% de mata atlântica e em Barra Mansa 10%. De acordo com ele, a população tem que ter um envolvimento político-social para cobrar dos políticos proteção e conservação dos remanescentes e também da população caiçara.
— Esses dados são do levantamento do SOS Mata Atlântica, assim como no Brasil, na região os dados também estão alarmantes. Em Volta Redonda 11% e Barra Mansa 10% de remanescente de mata atlântica ainda restam e precisam ser preservados. Existem três linhas importantes que a população pode fazer para contribuir para a conservação, ter um envolvimento político-social, cobrar dos políticos municipais, estaduais e federais conservação e proteção do povo caiçara e indígena e por último trabalhar na restauração e recuperação das áreas afetadas — salientou.
A presidente da Comissão Ambiental Sul, Adriana Vasconcelos, disse sobre a atuação da comissão na região e a situação do bairro Volta Grande IV. Adriana disse que tem duvidas sobre o estudo feito pela CSN que afirmou que não há risco para a saúde dos moradores. Residências foram construídas em um terreno que era depósito de resíduos da empresa. A comissão assim como a associação de moradores do bairro aguarda o laudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fio Cruz), que segundo ela possui mais técnica e transparência.
— A Fio Cruz é altamente confiável a nível de América do Sul e isenta de qualquer ligação com a empresa. Estamos aguardando o resultado que não deixará duvidas — falou.
O Ministério Público pediu no mês passado à Justiça o cancelamento de uma reunião convocada pela CSN com os moradores para apresentar o estudo feito pela própria empresa que mostraria que não há risco para a saúde dos residentes. A Justiça concedeu o cancelamento.

Ações da campanha

O texto-base da Campanha da Fraternidade 2017, que tem como lema Cultivar e guardar a criação, aborda cada um dos seis biomas brasileiros, suas características e significados, desafios e as principais iniciativas já existentes na defesa da biodiversidade e da cultura dos povos originários.
Entre as ações propostas estão o aprofundamento de estudos e debates nas escolas públicas e privadas sobre o tema abordado pela campanha. Segundo a CNBB, o fortalecimento das redes e articulações, em todos os níveis, também é proposto com o objetivo de suscitar nova consciência e novas práticas na defesa dos ambientes essenciais à vida. Além disso, o texto chama a atenção para a necessidade de a população defender o desmatamento zero para todos os biomas e sua composição florestal.
No campo político, o texto-base da campanha incentiva a criação de um projeto de lei que impeça o uso de agrotóxicos. “Ele indica ainda que combater a corrupção é um modo especial para se evitar processos licitatórios fraudulentos, especialmente em relação às enchentes e secas que acabam sendo mecanismos de exploração e desvio de recursos públicos”, informou a CNBB.
No Brasil, a Campanha da Fraternidade existe há mais de 50 anos e sua abertura oficial sempre ocorre na Quarta-feira de Cinzas, quando tem início a Quaresma, época na qual a Igreja convida os fiéis a experimentar três práticas de penitência: a oração, o jejum e a caridade.

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2 comments

lana 2 de março de 2017, 16:25h - 16:25

a igreja tem que se preocupar e com a ALMA do fiel isso e o que importa para Deus.

maria 2 de março de 2017, 12:43h - 12:43

Muito bom!

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