Escola de Barra Mansa realiza projeto voltado à cultura afro

Estudantes vão participar de diversas atividades sobre a cultura afro (Foto enviada via WhatsApp)

Barra Mansa –  O projeto “Negritude Damião” acontece na sexta-feira (30) com os alunos da Escola Municipal Damião Medeiros, no bairro Paraíso de Baixo. Tendo em vista o mês da consciência negra, a disciplinaria Cristiana Aparecida da Silva Costa, junto com a direção e os professores da escola desenvolveu um projeto para apresentar e ensinar aspectos da cultura afro para todos os alunos da escola.

A sexta-feira vai contar como dia letivo e o projeto, que começa às 8h e está programado para encerrar às 17h, será dentro do horário de aula de cada aluno. Por essa razão, a escola direcionou os horários das atividades pensando nos alunos de cada turma. As oficinas acontecerão durante todo o evento, para que todos os alunos possam participar.

O projeto “Negritude Damião” contará com oficina de turbantes, que recebeu doação de tecidos; oficina de tranças com uma das funcionárias da escola e o auxílio de mães e avós de alunos; roda de conversa sobre representatividade com o coletivo Flor de Maio; debate sobre transição capilar; oficina de bonecas africanas com uma artesã; oficina de rap com conversas sobre a história do rap, educação, determinação, coragem e força de vontade; e a história do samba, que será contada por um dos professores da escola.

A disciplinária lembra que o evento é importante para fixar o aprendizado das crianças, que os alunos estão participando muito e se sentindo inseridos. Ela afirmou que nenhum dos convidados está cobrando para participar do projeto, eles receberam o convite e aceitaram.

– Os projetos ajudam os alunos a enxergar e compreender que eles são importantes para a cultura, que os negros não precisam estar inseridos ou relacionados à violência. Com as oficinas e as rodas de conversa queremos desenvolver a autoestima, a representatividade e fazê-los compreender que têm tanto valor quanto todos os outros seres humanos – destacou ela.

Cristiana explica que começaram a desenvolver o projeto quando a direção da escola mudou, em 2017. Com a chegada de uma professora muito ligada ao movimento negro, Lili Paiva, e da nova diretora, Angélica Soares, o incentivo para inserir a lei da obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” foi maior. A disciplinaria da escola ressalta que a maioria dos alunos da escola são negros e por isso é importante ensinar, através de projetos dinâmicos, aspectos da cultura afro.

– O evento não é só uma realização da escola, as crianças vão fazer desfiles de moda afro e doces de origem africana. Todos estão muito envolvidos e empolgados. Recebemos doações e os alunos correram atrás de muitas coisas para o projeto. Algumas crianças ficaram tão empolgadas com a roda de conversa sobre transição capilar que me perguntaram se vão sair de lá com o cabelo diferente – contou a professora.

A diretoria da escola aproveitou para convidar os membros da comunidade para conhecer a iniciativa e disse que conta com a presença dos pais para participar do evento que dura o dia todo.

– Conhecimento não ocupa espaço. Os alunos que não são negros também estão participando e estão empolgados. Queremos que os alunos se encontrem sem ter vergonha da pele. E que haja principalmente respeito por parte de todos eles com todas as pessoas e culturas. Mostrar que culturas diferentes também são naturais, bonitas, ricas. O projeto pretende ensinar aos alunos a importância da conscientização, do respeito, de saber lidar com o ser humano. Mostrar que apesar das dificuldades que os negros passaram, mudar depende deles. Eles podem fazer o que quiserem, exercer a profissão que escolherem e ser grandes profissionais – concluiu a professora.