Sul Fluminense
O fim do verão e todo o outono e inverno na região foram marcados pela falta de chuvas. A situação melhorou a partir do fim de setembro, quando voltou a chover, mas chegou a haver preocupação das autoridades. Em 22 de outubro, mesmo após a volta das chuvas, especialistas diziam ao DIÁRIO DO VALE que o problema do Rio de Janeiro é tão grave como o do estado de São Paulo e também pode faltar água para a população fluminense. Segundo eles, os níveis estão menores que o normal para a época e a Represa do Funil, em Itatiaia, opera abaixo de 20%, quando o normal seria entre 70% e 80%.
De acordo com os técnicos, medidas precisam ser tomadas em todas as cidades, principalmente na região, onde há uma maior concentração de pessoas, consequentemente um consumo elevado de água. O presidente da Agência de Meio Ambiente de Resende, Wilson Moura, disse à Agência Brasil que o risco da falta de água no Rio de Janeiro é grande, inclusive com a possibilidade de utilização das camadas mais profundas, com concentração maior de sedimentos, o que encarece o tratamento da água para consumo.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) previu que a partir do fim de outubro, as pancadas de chuva deverão ser mais frequentes e abundantes em toda a Região Sudeste, que sofre com níveis recordes de baixa nos reservatórios.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o sistema de alta pressão atmosférica que mantém o ar mais quente e seco próximo à Terra vinha bloqueando a entrada de frentes frias e a ocorrência de áreas de instabilidade no país. Esse fenômeno impedia a formação de nuvens.
No entanto, a ocorrência de precipitações dentro da normalidade para o período não será ainda suficiente para repor, de imediato, a água dos principais mananciais de abastecimento da cidade de São Paulo e de municípios vizinhos. O monitoramento diário feito pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), desde 2003, indica que o nível de armazenamento do Cantareira nunca havia ficado tão baixo. O sistema é o mais importantes entre os seis administrados pela Sabesp e atende ao consumo de 6,5 milhões de pessoas.