Grávidas em início de gestação redobram cuidados contra o Aedes

by Diário do Vale

Barra Mansa – Na primeira semana do ano, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que o combate ao mosquito Aedes aegypti é o maior desafio de 2017 na área de saúde pública no Brasil. A fala causa preocupação em toda a população e, em especial, às mulheres grávidas em início de gestação. Para elas, além do risco da dengue e da febre chikungunya (comum a todos), a temeridade quanto a infecção pelo Zika vírus, que pode levar o bebê á microcefalia.

Para se protegerem do Aedes, transmissor dessas doenças, muitas têm mudado a rotina e investido em cuidados especiais como, por exemplo, o uso diário de repelentes e de roupas que cobrem todo o corpo. Em Barra Mansa, somente no ano passado, segundo o setor de Epidemiologia da Secretaria de Saúde, 39 gestantes foram monitoradas com casos suspeitos de Zika, sendo que desse total 16 tiveram confirmação do vírus detectado.

Esse ano, por enquanto, o setor tem apenas uma gestante em monitoramento. A cabeleireira Fernanda da Silva Medeiros, de 31 anos, descobriu a gravidez no final do ano passado e, desde então, sua principal preocupação tem sido em se prevenir contra picadas do Aedes. Ela, que já está fazendo pré-natal, recebeu algumas orientações da obstetra.

– Minha gravidez não foi planejada, senão teria escolhido outra época para engravidar e não esse período de chuvas, quando aumenta o risco de proliferação do Aedes. Quando soube do resultado positivo, minha maior preocupação foi agendar uma consulta pra iniciar o pré-natal e saber da minha médica os principais cuidados a tomar. Um deles tem sido o uso diário de repelentes, a cada três horas e também tenho optado por roupas que cubram as pernas, já que é o local onde o mosquito costuma picar. Com tantos casos que vemos todos os dias, na imprensa, é impossível não ficar insegura e com medo de contrair o Zika vírus – comenta a gestante.

A autônoma Ana Paula de Souza, de 36 anos, está grávida de quase três meses e tem tomado o máximo de cuidados para se prevenir contra o Aedes. Mesmo com o calor desse período do ano, ela também tem usado roupa que cobrem o corpo e mantido a casa fechada. Há cerca de quinze dias fez o marido limpar todo o quintal, para evitar focos de proliferação e, voluntariamente, vem pedindo a colaboração de vizinhos para que também se preocupem e mantenham seus quintas limpos. Segundo ela, o uso do repelente apropriado também faz parte da rotina

– Eu tenho tomado todos os cuidados e pedindo a Deus que fique livre da doença até o final da gestação. Como ainda vou completar três meses, ainda não saí do período de risco para a microcefalia no meu bebê e, por isso, todo cuidado ainda é pouco para evitar a Zika e também a dengue e chikungunya. Todas essas doenças são muito prejudiciais a nós, gestantes, até porque a nossa imunidade fica inferior a de outras pessoas – ressalta Ana Paula.

Repele: Infecção pelo Zika vírus, que pode levar o bebê à microcefalia (Foto: Divulgação)

Repele: Infecção pelo Zika vírus, que pode levar o bebê à microcefalia (Foto: Divulgação)

Cuidados são fundamentais

Conforme destaca a obstetra Alessandra da Silva, a preocupação de mulheres grávidas, principalmente antes dos três meses de gestação, que representa o período de formação craniana do feto, deve realmente ser permanente. Conforme destaca, controlar e prevenir a proliferação do Aedes aegipty se tornou um grande problema de saúde pública e, enquanto os governos ainda estudam sobre como controlar as doenças provocadas pelo mosquito, o ideal é que cada um faça sua parte e que as gestantes reforcem os cuidados diários.

– O mosquito está disseminado em área urbana e, dessa forma, o risco dele nos picar, em qualquer lugar, é muito grande. As gestantes devem ter uma preocupação maior porque o Zika as deixam expostas a terem filhos com problemas  sérios e que podem comprometer todo o seu futuro – destaca a obstetra, ao ressaltar que, desde que sob orientação médica, uma grávida pode utilizar o repelente com intervalo de até duas horas, principalmente nas pernas, pelo fato do Aedes ter característica de voo baixo.

De acordo com ela, hoje a maior forma de prevenção ainda é o combate das larvas do mosquito e sua proliferação, o que segundo a obstetra acaba se tornando um dever não só das autoridades, como também da população. Conforme alerta Alessandra, embora a maioria dos casos da Zika não apresente, sintomas, é importante reconhecê-los e ficar alerta. Seriam eles: febre de média a alta; dor muscular e abdominal; dores nas articulações, principalmente mãos e pés; dores de cabeça e atrás dos olhos. Irritação nos olhos, diarreia e pequenas feridas na boca.

Repelentes gratuitos

De acordo com dados do Ministério da Saúde o governo previa entregar, neste mês, repelentes gratuitos para as 484 mil gestantes inscritas no programa Bolsa Família, mas atrasos no processo de compra do produto impediram o cumprimento do prazo. Embora tenham feito uma economia de R$ 128 milhões e comprado um produto com eficácia de 10 horas, ainda não há prazo para a entrega dos repelentes. A licitação já foi concluída e a expectativa é que nenhum concorrente da licitação entre com recurso. Vencidos os prazos de reivindicações, os repelentes devem começar a ser distribuídos em 15 dias após a assinatura de contrato.

Desde outubro de 2015, foram 2.289 casos de microcefalia registrados no Brasil e, em um ano, houve uma redução em 86% dos nascimentos de bebês com microcefalia. A expectativa em 2017 é de estabilidade para o número de casos de dengue e zika, mas com ampliação das notificações de chikungunya.De acordo com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, a estimativa é fechar 2016 com um crescimento dos casos de febre chikungunya em 627%.

 

 

Por Roze Martins

(Especial para o DIÁRIO DO VALE)

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