Volta Redonda – A IV Jornada sobre Envelhecimento e Geriatria, que aconteceu no último sábado (8) na Universidade Geraldo di Biase, no Aterrado, reuniu cerca de 180 profissionais do setor de Saúde, da região Sul Fluminense. Durante o dia, médicos, enfermeiros, e cuidadores de idosos, debateram sobre técnicas e inovações nos cuidados com as pessoas da terceira idade.
Promovido pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, o ponto alto do evento ficou por conta dos depoimentos de pessoas que lidam no dia a dia com idosos e que apresentaram suas dificuldades, dúvidas e propostas visando melhorar a qualidade de vida dessa população. O presidente da Sociedade de Geriatria, o médico Renato Vaz, lembrou que sem as devidas orientações, o cuidador pode colocar em risco a vida do idoso.
O médico citou que um dos erros mais comuns acontece durante a alimentação das pessoas acamadas que, geralmente, é feita com o paciente deitado. Esta prática, no entanto, é descartada pelos profissionais de saúde. “Em posição deitada a pessoa, principalmente se for idosa, pode engasgar durante as refeições, uma reação bastante comum, quando a alimentação é administrada a pacientes nesta posição”, explicou o médico, lembrando que, nestes casos, o paciente pode sofrer asfixia.
A falta de qualificação pode levar ainda, de acordo com o médico, o cuidador a ministrar medicação de forma equivocada, bem como, adotar medidas no cotidiano colocando em risco a vida ou a reabilitação do idoso. Mas a qualificação não se restringe apenas aos cuidadores de idosos. O médico chama atenção ainda para a importância dos profissionais que atuam em geriatria, estarem atualizados com técnicas que vem surgindo no mercado, visando melhorar a qualidade de vida dessa população.
– Hoje o que nos preocupa muito é o tratamento dado ao idoso dependente que precisa ser acompanhado por profissionais bem atualizados que poderão, inclusive, detectar e prevenir o surgimento de doenças comuns às pessoas dessa faixa etária – ressaltou o geriatra.
Outra preocupação da Sociedade de Geriatria é o fato de a população idosa estar crescendo cada vez mais no país, ao contrário do que vem acontecendo com a formação de profissionais destinados a essa área, cujo número não acompanha a realidade de idosos. “A expectativa de vida cresce, mas a formação de novos profissionais não acompanha esta realidade e isto nos preocupa e muito”, completou o médico.
Investimentos em setores públicos também entraram na pauta de discussão, onde os profissionais debateram sobre a falta de programas visando atender a população idosa. No Brasil, segundo a Sociedade de Geriatria, a maioria das vias públicas não está adaptada para as necessidades dos idosos. Os prédios públicos também, segundo o médico, não passaram por adaptações garantindo a segurança dessa parcela da população.
– Nosso país está envelhecendo e os poderes públicos não adotam medidas para garantir o direito de ir e vir dessas pessoas em segurança – ressaltou o médico, lembrando que faltam rampas, corrimão, pisos adequados, entre outras medidas, que podem evitar acidentes. Associados a este investimento o médico chama atenção ainda para a importância de criação de Centros Especializados em Idosos, com atendimentos clínicos diversificados.