Mercado Popular da Vila Santa Cecília completa 15 anos

by Diário do Vale
 Vendas: Mercado Popular, que fica na Vila Santa Cecília, tem 104 boxes (Foto: ACS)


Vendas: Mercado Popular, que fica na Vila Santa Cecília, tem 104 boxes (Foto: ACS)

 

Volta Redonda – Um projeto social que se tornou um grande sucesso comercial. Assim pode ser definido o Mercado Popular, iniciativa pioneira da prefeitura, que completou 15 anos na semana passada, com direito a festa, bolo e parabéns. E mais: a presença do prefeito Antônio Francisco Neto, que implantou o projeto – destinado a retirar vendedores ambulantes das ruas e formalizar este tipo de comércio – no seu segundo mandato, iniciado em 2001.

O projeto do Mercado Popular – que depois foi estendido para outros locais da cidade, como Avenida Amaral Peixoto, Vila Brasília e Aterrado – foi idealizado pelo então assessor do prefeito, o jornalista Oscar Cardoso, já falecido, e é realizado pela prefeitura por meio do Banco da Cidadania, outra ideia de Cardoso.

De acordo com Paulo Afonso da Silva, do Banco da Cidadania, circulam pelos corredores e 104 boxes – sendo 94 de comércio e 10 de serviços da prefeitura. O mercado fica ao lado da Praça Brasil, em um ponto privilegiado num dos maiores centros comerciais da cidade, e além dos boxes de comércio, conta ainda com uma praça de alimentação. Paulo Afonso, que acompanha o projeto desde a sua criação, destacou a relevância social do Mercado Popular.

– As famílias vivem desta renda, eram vendedores ambulantes, muitos se destacaram e melhoraram muito de vida. A maioria vive muito melhor do que quando trabalhava na rua, o balanço geral é muito produtivo – disse ele, ressaltando que os boxes não podem ser transferidos, salvo sob licitação realizada pela prefeitura. “Quase todos os comerciantes estão lá desde a criação, a loja não pode ser vendida ou alugada. Quando identificamos alguma irregularidade neste sentido, retomamos o patrimônio público e fazemos nova licitação”.

Por iniciativa própria dos comerciantes, foi criado um condomínio, com segurança e faxina, pagos por eles, além de um sistema de câmeras, também adquirido pelos próprios comerciantes. “A limpeza do banheiro fica por conta deles e a prefeitura paga a água. A energia elétrica é paga por eles, em rateio”, detalhou Paulo Afonso, que completou: “No pavilhão eles estão protegidos do sol e da chuva, e nós estamos sempre procurando ajudar e orientar, este é o nosso papel”.

O representante do Banco da Cidadania disse que a comemoração de 15 anos foi um momento especial, e representou o sucesso do Mercado Popular. “Os 15 anos são a concretização do projeto bem sucedido idealizado pelo Oscar Cardoso. Por iniciativa deles (comerciantes), por gratidão, eles sempre nos chamam para as festas. O Neto tem um carinho muito grande por este projeto e faz questão de vir sempre, e eu também”, disse Paulo Afonso.

Neto destacou o alcance social do projeto, que ajudou a mudar a cara de Volta Redonda, uma vez que retirou praticamente todo o comércio ambulante das ruas.

– Este projeto mora no nosso coração, porque tem um alcance social enorme. Foi uma grande ideia do Oscar Cardoso e do Paulo Netto (atual diretor da Empresa de Processamento de dados de Volta Redonda – EPD-VR), que deu muito certo, trouxe benefícios para uma categoria que passou a ter dignidade para trabalhar, e para população, que passou a ter uma cidade mais organizada, além de uma excelente opção de comércio – disse Neto, confirmando que é presença assídua nas festas de aniversário do Mercado Popular: “Faço questão de ir, tenho um carinho muito grande por este projeto e pelas pessoas que estão lá”.

Comerciantes destacam ‘mudança de vida’

Se os consumidores de Volta Redonda ganharam uma opção de comércio com preços mais em conta e diversidade de produtos, em uma área acessível da cidade, para os antigos ambulantes – atuais micro empresários – a mudança de vida com a implantação do Mercado Popular foi ainda mais radical.

“De início – quando eu estava trabalhando na rua – tinha que ir para festas em outras cidades. Depois que o Neto nos deu essa oportunidade, nunca mais tive que fazer. Mudou muito minha vida para melhor”, disse Maria José Ferreira Ribeiro, que atualmente é síndica do condomínio formado pelos lojistas. Maria José destacou ainda que os lojistas “recebem todo o apoio do Poder Público” e que, trabalhando no Mercado Popular, tem mais confiança dos clientes. “A clientela é muito variada, recebemos também muita gente de fora, que está de passagem pela cidade”.

Ruthléa Gonçalves Mendes Ferreira, que está no Mercado Popular desde o início do projeto, destacou que a comodidade para trabalhar é muito maior que na época em que atuava como vendedora nas ruas da cidade.

“Há 15 anos eu já estava no Camelódromo, quando fomos abençoados pelo prefeito Neto e pelo Oscar Cardoso, o pai desta ideia. Mudou tudo, a banca eu tinha que montar e desmontar todo dia, tirar as mercadorias das caixas – no meu caso, relógios – o que acabava causando algumas quebras, tinha que arrumar tudo na banca. Agora eu só chego, levanto a porta, e na hora de ir embora, abaixo a porta e acabou, não tenho que encaixotar nada. É outra vida”, relatou.

Segundo ela, o mercado trouxe outras vantagens para o trabalho. “Temos segurança para trabalhar, a clientela é de primeira, podemos vender peças melhores e assim ter mais um lucro. Temos o MEI (Micro Empreendedor Individual) agora, que nos possibilita trabalhar com nota. Mudou bastante o faturamento, temos estrutura para atender a população. Você chega lá é limpo, organizado”, relatou Ruthléa, destacando ainda que a instalação do Mercado Popular possibilitou também acesso aos serviços bancários. “Por termos um local fixo para trabalhar, os bancos acreditam no nosso trabalho”.

Cliente

Quanto aos clientes, a avaliação sobre o mercado é a melhor possível. Todos os entrevistados destacaram a combinação entre preço baixo, variedade de produtos e organização como os pontos fortes do Mercado Popular. O metalúrgico Faber de Oliveira Lobo, que arrumava um relógio em um dos boxes, afirmou que é cliente assíduo do mercado.

“Sempre venho, você encontra de tudo, tem bom preço. Aqui é sensacional, inclusive tem uma praça de alimentação”, disse Lobo, que ficou surpreso ao saber que o mercado teve início como um projeto social. “É excelente, não sabia que tinha começado assim. É muito bom, porque agora não fica mais ninguém nas ruas. Peguei a época que Vila Santa Cecília tinha muitos ambulantes, era muito ruim, desorganizado e sujo”, avaliou.

A bióloga Maria Celeste Oliveira afirmou que estava “só de passagem” pelo Mercado, mas mesmo assim não resistiu e deu uma parada para escolher óculos novos. “Aqui tem vários produtos e tem preço, é muito bom. Passo de vez em quando”, disse ela, que também aprovou a iniciativa que fez surgir o Mercado Popular. “Achei muito legal a ideia, melhorou a estrutura física, trouxe conforto para o consumidor e tirou as pessoas das ruas. Muito bom”.

A aposentada Lúcia Maria Silva Martins, que procurava por bolsas em vários boxes, disse que passa pelo mercado com frequência.

“Venho sempre, o preço atrai. Procuro bolsas, acessórios para celular, arrumo relógios, faço tudo isso aqui, porque é bem mais em conta. É bom, gosto muito daqui”, afirmou ela. De acordo com Lúcia, a iniciativa da Prefeitura de Volta Redonda que tirou os ambulantes das ruas também trouxe segurança para os fregueses. “Acho ótimo, tirando da rua eles têm mais segurança, e nós também: você pode parar, escolher um produto, mexer na sua bolsa. E no meio da rua não é tão seguro assim”, avaliou ela, destacando mais uma vantagem do Mercado Popular: “E se andar bastante, dá até para barganhar”.

 

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2 comments

soldado 18 de junho de 2016, 15:57h - 15:57

falou tudo kadu,cheio de troço da china paraguai,maioria com defeito,pra vender troço pirata basta pagar taxa e aluguel que tá tudo bem,tá de brincadeira.

kadu 18 de junho de 2016, 15:08h - 15:08

o engraçado que prenderam policiais falando que traziam contrabando do paraguai pro mercado popular, mais o pessoal que vende o contrabando no mercado popular ninguém prendeu! só pela foto já da pra se observar playstation 4, tablets entre outros, todos sem notas fiscais, tudo produto sem procedência, fora que ali é um antro de sonegação. Daí você comerciante que quer abrir uma loja no centro, como a vila, precisa pagar altos preços de aluguel, pagar vários impostos, colocar produto de procedência, comprar impressora fiscal, investir e investir e ainda acaba não vendendo quase nada e ainda mesmo denunciando não acontece nada, pois todos aplaudem esse antro de sonegação e contrabando… Bem Vindo a Volta Redonda.

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