Sul Fluminense – Motoristas da região contaram em sua maioria ao DIÁRIO DO VALE que aprovaram a medida do presidente da República, Jair Bolsonaro, que determinou a suspensão do uso de radares estáticos, móveis e portáteis nas rodovias federais. Apesar disso, todos acreditam que possa haver um aumento no número de acidentes, por causa da imprudência.
O caminhoneiro José Amarildo Sampaio é do Ceará e estava parado no Posto Pinheirinho, em Resende, na Via Dutra. Ele afirmou que, por norma da empresa para qual trabalha, anda apenas nos limites de velocidade estipulados nas vias. Ressaltou, no entanto, que muitas vezes os radares móveis acabavam sendo usado para forma de “arrecadação”.
– Quando estou de carro, sei bem onde estão os radares de poste. Busco sempre respeitar, mas tem situações que a gente sabe que pode ‘andar um pouco mais’. Às vezes, para chegar mais rápido a gente acelera. Não muito acima do permitido, mas acelera. E o radar móvel a gente não sabe onde está – contou ele.
Por outro lado, Sampaio afirmou que há uma chance maior de acidentes. “O problema é que tem muita gente que acha que é piloto de Fórmula-1. Quer andar a 200 por hora e aí não pode de jeito algum. Infelizmente essa decisão do presidente pode favorecer esse tipo de gente – contou.
Rodrigo Fernandes tem visão parecida, pois disse que em alguns pontos já há excesso de radares. “E aí tem poucos trechos onde se pode acelerar um pouco mais e nesse ponto estão os radares móveis. É uma sacanagem, como pescar no aquário”, afirmou. A professora Maria Clara Lourenço, de 25 anos, foi a única motorista entrevistada pelo DIÁRIO DO VALE a ser totalmente contrária à decisão do presidente.
– Não gostei, disso. As estradas já têm um nível alto de velocidade permitido e acho que quem quer chegar logo sai mais cedo. Tenho medo do que pode acontecer. O brasileiro com regras e multas já anda errado. Imagina sem – questionou.
A decisão
A Polícia Rodoviária Federal (PRF), em cumprimento aos despachos do presidente da República, Jair Bolsonaro, que determinou a suspensão do uso de radares estáticos, móveis e portáteis nas rodovias federais, mandou recolher esses equipamentos do serviço diário de fiscalização. A decisão vale até que o Ministério da Infraestrutura conclua a reavaliação da regulamentação dos procedimentos para fiscalização eletrônica de velocidade em vias públicas.
Na quinta-feira, a instituição emitiu nota circular administrativa, ordenando gestores e servidores que cumpram a determinação. A nota assinada pelo diretor-geral da PRF, Adriano Marcos Furtado, prevê também a revogação dos atos administrativos internos que dispõem sobre a atividade de fiscalização eletrônica de velocidade em rodovias e estradas federais. O diretor determinou também que sejam priorizadas a revisão dos normativos para simplificação e desburocratização para que contemplem instrumentos que fomentem o “caráter pedagógico e a otimizar a eficiência das ações para incremento da segurança viária”.
Ao deixar o Palácio da Alvorada, na manhã de quinta-feira, Bolsonaro disse que os radares fixos, aqueles instalados em postes ao lado das rodovias, não entram nessa suspensão, pois o governo tem contratos com empresas que operam esses equipamentos. “Não vamos alterar contratos”.
3 comments
Isso não é uma boa, pois a maioria dos motoristas brasileiros adoraram enviar o pé. Anote aí os acidentes vão aumentar.Bolsonaro errou nessa.
fui a 140 km pela dutra a fora
Esses ônibus realmente estão correndo muito.
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