Na produção rural regional, sai a salada e entram os refogados

by Diário do Vale

Algumas verduras ficam ‘fora de moda’ durante o período de inverno (Foto: Pollyanna Moura)

Barra Mansa – Com a chegada do inverno, produtores rurais da região têm notado diferença no bolso. Com as temperaturas mais baixas, as vendas de algumas hortaliças e folhas utilizadas em saladas – itens muito consumidos em estações onde a temperatura aumenta – caem um pouco. Em Santa Rita de Cássia, distrito de Barra Mansa, existem aproximadamente 139 produtores, membros da Associação dos Produtores Familiares de Santa Rita e Região (Apfam). Eles estão divididos em aproximadamente 40 propriedades e dividem os problemas nesta época.

Segundo a agrônoma Talita Kesia de Almeida e Silva, nessa época do ano os produtos que mais são cultivados e têm mais saída são aqueles que podem ser refogados, como couve, mostarda, brócolis, cebolinha, entre outros.

– Eles produzem de tudo, mas nesta época acabam perdendo parte da produção porque não tem muita saída. Não tem uma gestão, na verdade. O mercado, por exemplo, precisa ter alguns produtos, independentemente da época do ano, como alface. Ele precisa ter a banca cheia, mesmo sabendo que a saída pode ser baixa. Já os produtos que podem ser refogados, a saída acaba sendo maior, e isso acaba fazendo com que os produtores não percam tanto assim – comenta.

De acordo com a agrônoma, os produtores distribuem as hortaliças e os legumes para todos os supermercados da região. Ela explica que eles combinam os preços com os fornecedores dos mercados e o estabelecimento coloca um preço maior para obter lucro.

– Eles trabalham em forma de consignação. O mercado indica o preço, e não o produtor. O produtor só recebe o valor do que foi vendido e se sobrar, o valor não é repassado. Há anos, nós como associação, tentamos mudar isso e colocar um preço fixo. Até para que não haja briga e que todos possam trabalhar com o mesmo preço, mas é muito difícil – disse.

Produtos como: alface, couve, cebolinha, salsa, repolho, agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve-flor, acelga, jiló, quiabo, abobrinha, mandioca e berinjela são cultivados em Santa Rita. A produção, segundo a agrônoma, abastece além dos supermercados da região, escolas e prefeituras, através do Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (Pnae).

– Temos sócios daqui de Santa Rita e também de outros lugares. Temos aqui, produtores de leite também. Ao todo, varia entre 40 a 60 propriedades, porque alguns acabam de associando, depois saem, e depois retornam. Oscila um pouco. Quanto ao meio de transporte, cada um utiliza o seu veículo – comenta.

Cursos

A agrônoma ressalta que os produtores têm a oportunidade de se capacitar através de uma parceria da associação com o Sindicato Rural (Senar). Cursos de gestão e de aplicação de produtos nas plantações, ajudam os produtores a terem mais conhecimento sobre seus negócios, a fim de se manterem atualizados e manterem suas plantações sadias e sem pragas.

– Fazemos inclusive, esses cursos dentro das propriedades, mas infelizmente nem todos têm interesse em se capacitar – comenta. Acreditamos que poderia haver mais interesse e união entre eles – ressalta.

Supermercado

Segundo um gerente de um supermercado localizado no bairro Aterrado, em Volta Redonda, independentemente da época do ano, o estabelecimento não tem prejuízos. Ele ressalta que mesmo que alguns produtos tenham menor saída, ainda assim o mercado compra dos produtores porque precisa abastecer as prateleiras para não deixar o consumidor na mão.

– Prejuízo a gente não tem. Só pagamos a eles (produtores), o que vendemos. Nessa época verduras mais quentes, a gente vende mais. Produtos frios não vendem tanto mesmo. A venda gira em torno do clima. Temos que ter à disposição todo tipo de produto e mesmo que tenham menor saída, ainda assim a gente vende. Alface, por exemplo, alguém sempre compra. Mesmo que seja para fazer aquela salada básica. Quanto às frutas e legumes a compra é mais consciente. Geralmente a gente faz as compras de acordo com as promoções, também – comenta.

 

Você também pode gostar

2 comments

VAI VENDO 14 de julho de 2019, 22:03h - 22:03

Eu NUNCA compro verduras em supermercados. Perto do trabalho e perto de casa tem vendedores de confiança nas praças ou numa casa que se serve de quitanda.

Pago o preço direto para os produtores e elimino o atravessador. O preço é um pouco mais caro, porém às vezes levo as sobras gratuitamente, e muitas das vezes, arredondamos com o vendedor o preço com o peso/unidade.

O supermercado perto da feira derruba os preços no dia para disputar clientes, e nos demais dias ELEVA OS PREÇOS para descontar o prejuízo. Claro que muitos clientes já desconfiaram e só vão as feiras.

Emir Cicutiano 14 de julho de 2019, 23:40h - 23:40

Vai Vendo, o preço direto com o produtor NUNCA pode ser mais caro que num mercado ou quitanda. Vc não estudou administração?…

Comments are closed.

diário do vale

Av. Pastor César Dacorso Filho nº 57

Vila Mury – Volta Redonda – RJ
Cep 27281-670

(24) 99926-5051 – Jornalismo

(24) 99974-0101 – Comercial

(24)  99208-6681 – Diário Delas
.

Image partner – depositphotos

Canal diário do vale

colunas

© 2025 – DIARIO DO VALE. Todos os direitos reservados à Empresa Jornalística Vale do Aço Ltda. –  Jornal fundado em 5 de outubro de 1992 | Site: desde 1996