Volta Redonda – Pacientes com o vírus HIV estão se queixando da falta de medicamentos para o tratamento da doença. O remédio, mais conhecido como 3 em 1, reunindo tenofovir (300 mg), lamivudina (300 mg) e efavirenz (600 mg), distribuídos pelo CDI (Centro de Doenças Infectocontagiosas), através da Secretaria de Saúde, estaria, de acordo com pacientes, sendo entregue em doses fracionadas.
A medida, além de exigir o retorno frequente dessas pessoas ao CDI, deixa os pacientes preocupados com a possibilidade de os estoques ficarem completamente zerados. O companheiro de um portador do vírus, que preferiu não se identificar, garantiu que o parceiro, de 24 anos, estaria entrando em depressão por receio de ficar sem a medicação diária. O autor da denúncia, que mora com o companheiro soropositivo há três anos, disse temer pela saúde do parceiro. Outros pacientes entraram em contato com o DIÁRIO DO VALE, por meio de redes sociais, para reclamarem da falta do medicamento.
– Ele é muito saudável e ninguém percebe a existência da doença, mas temo que com a falta dessa medicação a saúde dele fique abalada – ressaltou, lembrando que um dos agravantes dos portadores do HIV é a baixa imunidade. “Com este frio intenso, sem medicação, temo que meu parceiro venha adquirir alguma infecção”, falou o rapaz, enfatizando que nestes três anos de convivência com o parceiro nunca houve falta de medicação.
O DIÁRIO DO VALE entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. No entanto, o jornal obteve informações de que o Ministério da Saúde seria o responsável pelo atraso no envio dos medicamentos. Ainda de acordo com a mesma fonte, a previsão é de que a distribuição seja normalizada ainda esta semana.
Protocolo
O uso do medicamento 3 em 1 está previsto no Protocolo Clínico de Tratamento de pacientes com HIV e AIDS, definido pelo Ministério da Saúde como tratamento inicial para os pacientes soropositivos. Estes medicamentos são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e enviados às secretarias municipais de Saúde. Ao introduzir esta medicação no sistema SUS, o Ministério da Saúde afirmou que a dose combinada representava um avanço importante na melhoria do acesso ao tratamento de AIDS no país.
Na ocasião, o Ministério da Saúde, garantiu, inclusive, que a utilização da dose fixa combinada (3 em 1) permitiria uma melhor adesão ao tratamento de pessoas que vivem com HIV e AIDS. O órgão alertou ainda que, por ser de fácil ingestão, o medicamento tem como grande vantagem a boa tolerância pelo paciente, uma vez que significaria a redução dos três medicamentos para apenas um comprimido.