Problemas ambientais são discutidos em aula magna do UniFOA

by Diário do Vale
aula magna

O deputado estadual Flávio Serafini (PSOL) e o procurador do MPF Júlio José Alfredo compuseram a mesa do debate promovido pelo curso de Serviço Social do UniFOA.
(Foto: Filipe Ferrão)

Volta Redonda – Foi realizada na noite de ontem (9) uma aula magna para discutir sobre ‘Capitalismo e Barbárie: Crimes ambientais no Brasil e a Realidade de Volta Redonda’, na Câmara Municipal de Volta Redonda. O debate, promovido pelo curso de Serviço Social do UniFOA, teve como palestrantes o deputado estadual Flávio Serafini (PSOL), membro da comissão de meio ambiente da Alerj, e o procurador do Ministério Público Federal Júlio José Alfredo. O mediador da mesa foi o professor Marco Aurélio Gandra. Estiveram presentes cerca de 250 pessoas.

O deputado Flávio Serafini frisou que a luta pela questão ambiental tem que estar no dia a dia de cada um e que o modelo capitalista adotado no nosso sistema é um dos principais fatores dos problemas ambientais que a população enfrenta. “O Brasil tem acabado cada vez mais com suas florestas e isso está naturalizado no nosso modelo econômico”, afirmou.  Em relação à Volta Redonda, Flávio Serafini relembrou que a história da cidade tem relação direta com a crise ambiental, uma vez que está relacionada com o desenvolvimento do capitalismo no país.

Em sua fala, o procurador do MPF Júlio Alfredo criticou o costume, principalmente por parte de empresas, de assumir o posicionamento de defensor do meio ambiente sem apresentar práticas sustentáveis de fato. Ele levantou ainda que o impacto ambiental causado por ações humanas ainda não são tratadas a sério e existe uma fala neutra, quando se deve agir de forma incisiva.

No debate, o despejo de resíduos no Rio Paraíba do Sul foi mencionado, bem como a preocupação com saneamento básico e a discussão em torno da reivindicação popular sobre a desapropriação da Floresta da Cicuta da CSN.

Dentre os questionamentos à mesa, se destacou o do professor de História Danilo Spínola Caruso, de 38 anos, atuante no Coletivo Terras de Volta, que luta pela reincorporação das propriedades não operacionais da CSN ao Poder Público. Danilo ressaltou a iniciativa do Centro Universitário de abrir espaço a uma discussão tão necessária diante do cenário de Volta Redonda.

– É importante trazer pessoas que às vezes não têm tanto espaço público para colocar suas visões, porque o debate muitas vezes é cerceado, um pouco controlado, e o que a gente precisa é da multiplicidade de opiniões, que as pessoas possam opinar, debater e discutir os problemas da cidade. E entender que o meio ambiente não é uma questão distante, como se as pessoas estivessem falando só de salvar as baleias, de salvar o urso panda. Estamos falando de coisas concretas, que dizem respeito à água que a gente bebe, ao ar que a gente respira, ao controle sobre territórios, sobre o espaço geográfico. Diz respeito literalmente à vida de cada um, aos hábitos de consumo – detalhou o professor de História, que espera por mais discussões como essa e que ocorram mudanças na realidade de Volta Redonda.

O evento contou também com a participação dos cursos de Direito, Jornalismo e Publicidade e Propaganda da instituição de ensino. A coordenadora de Serviço Social, Mônica Barison, frisou sobre a relevância de abordar a temática no ambiente acadêmico, a fim de promover posicionamento crítico aos futuros profissionais.

– A importância desse debate para a formação acadêmica é que trouxe críticas ao modelo de desenvolvimento posto hoje na sociedade brasileira, que vai desencadear os problemas sociais. Um deles é a questão dos problemas ambientais. O aluno precisa se apropriar desse debate crítico, porque no exercício da profissional ele vai lidar com essas situações, de forma direta ou indireta. Então, para fazer uma leitura crítica da realidade, ele tem que participar de eventos que promovam debates como esse – explicou.

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