Produtores rurais vivem período mais crítico dos últimos anos

by Diário do Vale
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Em crise: Queda na produção de hortaliça está fica a cada ano mais acentuada (Foto: Arquivo)

Sul Fluminense – O verão ainda não chegou, mas as altas temperaturas já permitem que os produtores dos distritos de Santa Rita de Cássia possam classificar esse período como um dos mais críticos dos últimos anos. A afirmação negativa está relacionada diretamente a falta de chuva e também as despesas com mão de obra e com o alto custo com energia para manter o funcionamento de irrigação nas plantações. De acordo com o presidente da Associação dos Produtores Rurais de Santa Rita, Adílson Resende, em outros anos, nesse período, muitos produtores já deveriam estar em fase de preparação do solo, o que está sendo impossível diante de um cenário que não prevê chuvas para a região.
– Com isso, uma grande queda na produção é garantida. Não havendo água, seja por chuva ou irrigação, as plantas sentem muito e a qualidade fica prejudicada. Infelizmente, as coisas estão piorando a cada verão e vamos ter que enfrentar essa fase difícil, que deve se estender até março. O produtor que possui o sistema de irrigação ainda consegue amenizar a situação, mas nem todos têm recorrer a esse recurso – destacou o presidente.
Ele acrescentou que, além dos produtores, as empresas que produzem e comercializam insumos também estão sendo prejudicadas por conta da baixa procura pela preparação de solo. Segundo o presidente, desde já a associação pede a compreensão dos consumidores e adianta que os produtos que chegam até as prateleiras sofrerão um reajuste nos próximos dias.
Isso, segundo ele, se deve ao fato do aumento do gasto dos produtores com o combustível, a mão de obra e também com a energia utilizada no sistema de irrigação.
– Esses reajustes enfrentados pelos produtores, que vivem um momento complicado, vão chegar até aos consumidores – afirmou  Resende.
Acostumado a produzir cerca de dois mil pés de hortaliças, por dia, o produtor rural Aluísio Otávio de Almeida afirma que o período está tão crítico para o setor que, no caso dele, a produção desses dois mil pés pode vir a sofrer queda de 50%, ou até mais, nos próximos dias
– Não temos muito o que fazer, a não ser rezar para que chova. Em outras épocas, tínhamos o problema do sol e do calor, com a chegada do verão, mas havia a possibilidade de chuvas. Hoje, esse cenário não existe mais e temos que recorrer a irrigação para tentar garantir a qualidade dos produtos – observou o produtor.
Ele está na fila de espera pela limpeza e desobstrução de reservatório, iniciada pela prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural.

Medida preventiva

Conforme explicou o secretário de Desenvolvimento Rural, Carlos Roberto de Carvalho, o Beleza, o objetivo desse tipo de serviço é garantir a ampliação dos reservatórios é fazer com que os produtores tenham mais recursos para irrigar seus produtos, durante o período estiagem. Isso porque, segundo o secretário, diante da falta de chuva o processo é o mais indicado para que os produtores tenham condições de cuidar de suas plantações.
– Hoje, a melhor saída para os produtores é o sistema de irrigação e o serviço de limpeza dos reservatórios é para que o serviço seja otimizado. Futuramente, tendo em vista que a situação relacionada a falta de recursos naturais tende a piorar, nossa intenção é viabilizara implantação do sistema de gotejamento. Na falta da chuva, é preciso que os produtores consigam se adaptar as tecnologias para manter a sua produção – ressaltou o secretário.
De acordo com Beleza, outra medida que vem sendo tomada pelo município, com previsão de resultados a médio e longo prazo, é a recuperação das nascentes do distrito de Santa Rita de Cássia por meio do programa “Produção de Águas”, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. A iniciativa visa o plantio de árvores às margens das nascentes do distrito.
– Para que os produtores possam utilizar o sistema de irrigação, eles dependem das nascentes e, por esse motivo, temos investido no processo de recuperação – ressaltou o secretário, ao acrescentar que nesse período de crise econômica, é muito importante ressaltar que muitos produtores assumiram prejuízos, diante da queda da produção, para evitar o desemprego no setor.
Santa Rita de Cássia possui uma média de 120 propriedades rurais, sendo que cada uma possuiu, em média, dois produtores.

Por Roze Martins

(Especial para o DIÁRIO DO VALE)

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