Sul Fluminense – A confirmação da morte de um turista britânico, há cerca de alguns dias, em razão do consumo excessivo de vodca e energético chama atenção para uma prática muito comum entre jovens e adolescentes que, na verdade, oferece um grande risco à vida. Com base nesse tipo de preocupação, foi criado, em 2011, o projeto Na Medida, da ONG Associações Singulares.
Desde 2011 foram atendidos mais de 88 mil estudantes em 22 cidades do Vale do Paraíba Fluminense e Paulista. Os 12 educadores do projeto, que tem sede em Resende, são capacitados para realizarem oficinas lúdicas com o objetivo de contribuir para a reflexão e aprendizado dos alunos participantes.
– O projeto aposta na estratégia de proporcionar o acesso à informação sem adotar uma postura diretiva e eficaz enquanto proposta educativa, pois, ao mesmo tempo em que não nega a realidade respeitando as diferentes formas de relação com o álcool, favorece o processo de autonomia e individuação, incentiva a reflexão sobre escolhas e consequências, trabalha com as potencialidades e os questionamentos que advêm das experiências sem deixar de fornecer apoio e orientação – explica o psicólogo Bruno Marcato, coordenador do projeto.
De acordo com ele, considerando a complexidade da temática proposta, as oficinas valorizam temas correlatos como álcool e trânsito, o consumo de bebida alcoólica no período da gravidez e durante a adolescência, a relação entre o consumo de álcool e a violência, as drogas, a sexualidade, gênero, padrões de consumo, mitos e verdades sobre o uso do álcool, a família e o trabalho. Através dessas oficinas, com uma hora e vinte minutos de duração, os educadores utilizam dinâmicas de grupo, dramatizações, músicas e muita conversa.
– As atividades são desenvolvidas por um trio de jovens educadores, com formações diversas e uma linguagem acessível. Distante do modelo de palestras tradicionais, os estudantes participam de todo o processo de reflexão.
Atenção no Carnaval
Levando em conta que nos dias de folia já há uma expectativa do aumento do consumo de álcool pelos foliões, Marcato ressalta que a uma das orientações do projeto é que menores de 18 anos devem evitar esse tipo de consumo. Isso porque, além da questão legal, estudos comprovam que nessa fase o organismo ainda está em desenvolvimento e o consumo do álcool pode causar inúmeros danos.
“Para as pessoas maiores de idade a dica é o consumo responsável, considerando a quantidade, a frequência e contexto em que a bebida será consumida. Bebida e direção, bebida e gravidez, bebida e energético são exemplos de combinações desastrosas. O consumo de água alternado com a bebida e uma boa alimentação antes de começar a beber, também são dicas importantes”, salientou o coordenador, ao acrescentar que embora o foco do projeto seja orientar estudantes entre 12 e 18 anos sobre os riscos do consumo precoce de bebida alcoólica e o tema central seja a relação com a bebida alcoólica, existem muitos assuntos correlatos que também precisam ser abordados direta ou indiretamente.