Superação e sucesso marcam mulheres da região que foram em busca dos sonhos

by Diário do Vale

Erika com os filhos realizando o sonho de conhecer a neve-Foto: Arquivo pessoal

Sul Fluminense- O ano de 2019 fechou com 13 milhões de desempregados em todo país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma quantidade alarmante, que preocupa tanto quem está ativo no mercado de trabalho quanto quem busca por uma vaga. Diante do desafio, duas mulheres da região Sul Fluminense decidiram mudar suas vidas e rotinas de maneiras um tanto radicais, que geraram bons frutos e se tornaram histórias de superação.

Uma destas mulheres é Erika Lima, de 33 anos, que atualmente possui boas condições de vida, apesar do “perrengue” de alguns anos atrás. A moradora do bairro Bom Pastor, em Barra Mansa, era casada com Robson Luiz Rohr, um caminhoneiro, que no ano de 2016 foi diagnosticado com câncer. A família composta por dois filhos – uma menina de 11 anos e um menino de 12 – precisou buscar por tratamento para o câncer de Robson, no Estado do Espirito Santo.

– Nossa vida mudou, não conseguimos tratamento em Barra Mansa, então tivemos que levá-lo para o Espírito Santo. Quando ele se foi (o marido morreu), retornei para casa e pensei: ‘E agora?’ – disse Erika.

Diante da nova realidade, ela não sabia o que fazer para cuidar financeiramente da família, após ter ficado viúva. Por isso, começou a trabalhar como diarista, realizando serviços de faxinas. Em uma destas faxinas, uma de suas patroas indicou uma “startup” de Barra Mansa que promove o serviço de diaristas para interessados.

Como foi casada com um caminhoneiro e também é filha de um, sempre teve paixão por viagens e por isso começou a viajar em excursões todos os finais de semana, como maneira de lazer após a semana no batente. Até que decidiu mudar sua vida por inteiro: com o dinheiro ganho das cada vez mais frequentes faxinas, dedicou-se em viajar pelo Brasil e para outros países, se tornando uma diarista viajante.

– No ano de 2017 resolvi arriscar e fui pela primeira vez para o Beto Carrero World com meus filhos e de lá para cá não parou mais. Minha primeira viagem internacional com o dinheiro da faxina foi para o Chile, no ano de 2018. Depois, vi que era capaz de viajar com o dinheiro da faxina e comecei a dar passos largos, mas sempre mantendo o foco das faxinas, pois sem elas e sem os colaboradores nada seria possível – destacou Erika.
Ao todo, Erika, Anna Luiza e Erick Luiz realizam cinco viagens nacionais e uma internacional por ano. Em 2019, eles foram para a Argentina e este ano eles vão conhecer a França pela primeira vez.

– Já estou com passagem comprada para o dia 15 de novembro. Nós vamos para Amsterdã (Holanda) primeiro, em seguida para a França. A minha maior realização disso tudo foi poder levar meus filhos para conhecer a neve. Para mim foi mágico, ver os rostinhos, ver as emoções deles, não tem preço – afirmou a diarista viajante.

Letícia na formatura após vender muitos doces nas ruas -Foto: Arquivo pessoal

Empreendedorismo de sucesso

Outro exemplo de superação e sucesso é o de Letícia Gonçalves Boher dos Santos, jovem de 24 anos, que realizou conquistas após decidir investir na venda diária de trufas, nas ruas do bairro Vila Santa Cecília, em Volta Redonda.
A moradora do bairro Retiro, que era estudante do curso superior de Direito, no Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB), tinha dificuldades financeiras para custear o curso, que durou cinco anos. Por isso começou a vender as trufas para ter a renda o suficiente para conseguir pagar tudo.

– Na época, meu pai parou de pagar a faculdade, e eu não tinha um centavo no bolso. Por isso fui a um banco, pedi um cartão de crédito e comprei as coisas para fazer as trufas. Não sabia se eu ia conseguir pagar tudo, mas fui à cara e na coragem, paguei a faculdade e minha OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) – destacou Letícia, acrescentando que toda a família a apoiou com seu novo negócio, principalmente de um de seus amigos e de sua falecida avó.

Letícia começou com seu empreendimento em março de 2018 e deste período até então já faturou mais de R$ 20 mil, sendo que são aproximadamente R$ 1 mil por mês. Com o lucro, a jovem segue pagando seus estudos para concursos na região, com o dinheiro das vendas.

– Pretendo fazer minha pós-graduação, estou entrando em parceria com uma amiga em um escritório de advocacia. Desde os quatro anos de idade dizia que seria advogada, vejo no Direito uma forma de me expressar e também nunca gostei de injustiças – afirmou Letícia.

Por Miguel da Silveira

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3 comments

Pleiboi do Perequê 2 de fevereiro de 2020, 10:57h - 10:57

Glamourização do trabalho precário e do subemprego, chamando-o de “empreendedorismo” e “superação”. “Luta pela sobrevivência”seria mais apropriado.

Alexsander 2 de fevereiro de 2020, 21:08h - 21:08

Melhor do que ficar se lamentando e esperando o assistencialismo do governo. Tudo agora virou “glamourizaçao” disso ou daquilo. Vai chegar um tempo que elas poderão alcançar melhores fontes de renda, mas nem por isso perdem o mérito de se sustemtarem de forma modesta e digna.

Jurandir 3 de fevereiro de 2020, 09:48h - 09:48

Concordo plenamente com vc. Apoiadores dessa balbúrdia que virou o Brasil vivem a apoiar essa ideia de empreendedorismo para disfarçar os crimes contra os trabalhadores que vem acontecendo no país. O pior de tudo é que está fácil enganar o povo basta ver o comentário do tal Alexsander(não sabe nem o que Luciano Huck veio fazer em VR, coitado), sem noção.

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