Tráfego nas estradas da região excede limite projetado

by Diário do Vale
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Intenso: De acordo com dados do estudo, o tráfego entre Barra Mansa e Volta Redonda é o segundo mais pesado do estado do Rio (Foto: Paulo Dimas)

Volta Redonda – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, na última semana, o estudo “Sudeste Competitivo”. Ao fim dessa pesquisa, foram identificados 16 trechos de rodovias da Região Sudeste cujo volume de carga, em horários de pico, ultrapassa o limite para o qual as estradas foram projetadas. O resultado, segundo a CNI, é o comprometimento do fluxo rápido e eficiente de cargas e custos elevados de transporte para o setor produtivo.
Esses trechos foram divididos entre os quatro estados da região e, somente no estado do Rio de Janeiro, estão seis deles. Desses, quatro estão no Sul Fluminense, mais especificamente, na Via Dutra. De acordo com dados do estudo, o tráfego entre Barra Mansa e Volta Redonda é o segundo mais pesado do estado do Rio. Atualmente, o volume de carga neste trecho, nos horários mais movimentados do dia, utiliza 143% do previsto no planejamento da rodovia. Ainda segundo a pesquisa, a previsão é que, em 2020, esse número aumente para 189%.
O trecho Piraí – Seropédica, que abrange a Serra das Araras, vem em seguida, com tráfego 142% maior do que o calculado. Para essa área, a previsão é que, em 2020, aumente para 192%.
A Concessionária Nova Dutra, que administra a rodovia, informou que o Volume Diário Médio (VDM) de tráfego no trecho Sul Fluminense – entre as cidades de Resende e Piraí – da Via Dutra é de 30.886 veículos, nos dois sentidos da rodovia. Este número, segundo a concessionária, representa aumento de cerca de 40% no VDM, desde 2008, e engloba todos os tipos de veículos que cruzam a rodovia – autos, caminhões e ônibus.

Estudo prevê necessidade de investimentos nas estradas

Além de identificar os pontos críticos das rodovias, o estudo “Sudeste Competitivo” concluiu que, para garantir escoamento ágil e eficiente da produção, seja no mercado interno ou para exportação, a Região Sudeste necessita de R$ 63,2 bilhões em investimentos na malha de transportes até 2020. Esse valor, segundo dados da pesquisa, é o necessário para executar, até o ano citado, 86 projetos prioritários para modernizar e integrar o sistema logístico de Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, incluindo melhorias em rodovias, ferrovias e portos.
Ainda de acordo com o resultado do estudo, uma vez concluídas, essas obras propiciarão economia anual de até R$ 8,9 bilhões com transporte de cargas para o setor produtivo, com base na movimentação projetada para o fim da década.
Segundo dados da Concessionária Nova Dutra, desde o início da concessão, em 1996, mais de 13 bilhões foram investidos em recursos, incluindo a realização de obras, aquisição de equipamentos, operação da rodovia e pagamento de impostos. Em nota, a concessionária divulgou números de investimentos e afirmou que as ações realizadas tem como objetivo proporcionar aumento da fluidez de tráfego, mais conforto e segurança aos usuários da rodovia.
“Os recursos foram e continuam sendo aplicados em melhorias operacionais, modernização e conservação da Via Dutra, e englobam 56 quilômetros de pistas marginais; 356 quilômetros de muros de concreto; 33 novas pontes e viadutos; 48 novas passarelas; recuperação de 107 pontes, 66 viadutos e 25 passarelas; e mais de 17 milhões de metros quadrados de pavimento, o equivalente a 132.750 caminhões basculantes”, informou a concessionária.
Outro projeto que deverá aumentar a fluidez do tráfego na Via Dutra é a duplicação da Serra das Araras, aprovado pelo governo do estado, em junho, mas ainda sem previsão de início das obras. Sobre esse assunto, a Nova Dutra não se pronunciou.
“Em relação aos questionamentos sobre os investimentos na Serra das Araras, a CCR Nova Dutra informa que não possui informações oficiais sobre o assunto, que se encontra em análise da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”, afirmou a concessionária, por meio de nota.
Ainda de acordo com informações da Nova Dutra, desde 1996, houve aumento de 95% no volume do tráfego nos 402 quilômetros da rodovia – de São Paulo até o Rio de Janeiro. Por outro lado, ressaltou a concessionária, o índice de acidentes em toda a extensão da Via Dutra apresentou queda de 26% e o índice de vítimas fatais teve redução de 73%.
Atualmente, em toda a rodovia, são registradas, por dia, cerca de 890 mil viagens (tanto as de curta como as de longa distância). Mas, segundo a Nova Dutra, é preciso levar em conta que a via é muito utilizada para pequenos deslocamentos. Por exemplo, um carro que sai de Barra Mansa em direção a Volta Redonda, pela estrada, também é considerado uma viagem.

Estudo é o último de uma série

O estudo “Sudeste Competitivo” faz parte da série “Estudos Regionais de Competitividade”, realizados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e por federações estaduais da indústria. Em junho de 2011, foi apresentado o Norte; em agosto de 2012, o Sul; em outubro de 2012, o Nordeste; e o Centro-Oeste foi divulgado em outubro de 2013.
De acordo como a CNI, os estudos regionais oferecem subsídios para o governo planejar o futuro do sistema logístico, otimizar os recursos e reduzir os custos de transporte no Brasil.

Por Clarissa Coli
(Especial para o DIÁRIO DO VALE)

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7 comments

Alvaro f Silva 28 de novembro de 2015, 17:47h - 17:47

Nao devemos esperar que os governantes assumam a tarefa de resolver o problema. Carga pesada deve ser transportada por via férrea. Então, os empresários que receberam a antiga RFFSA de presente no governo FHC, deveriam ter sido obrigados a aumentarem e manterem a malha ferroviária brasileira. Somente assim seriam retirados das rodovias as centenas de milhares de caminhões que hoje causam a sua destruição precoce, bem como as milhares de mortes em acidentes causados por caminhoneiros bêbados ou drogados.

Maniac 28 de novembro de 2015, 12:38h - 12:38

Tudo o exposto na matéria é do conhecimento de todos e as intervenções dos comentaristas pertinentes, mas não vejo iniciativa por parte dos governantes que só fazem planos, projetos, promessas, que não saem do papel. Recentemente o Pezão ( em quem confesso que votei e torço pelo governo dele ) veio aqui e disse que havia conseguido verbas, muito dinheiro, que iria investir na Dutra, construir uma nova pista na serra das Araras E TERMINAR A RODOVIA DO CONTORNO ATÉ O FINAL DESSE ANO! Com a palavra os nobres colegas…

Liberdade e Propriedade 28 de novembro de 2015, 10:39h - 10:39

Os pedágios da Dutra deveriam ser divididos, como aconteceu perto de São Paulo, para desestimular o uso da rodovia como avenida, a liberação de acessos deveria ser limitada, querem transformar a rodovia numa avenida industrial, cada indústria com sua entrada independente, tá errado, as indústrias têm que estar todas dentro de um pólo com única entrada para todas e todos os fornecedores no mesmo pólo. O Brasil não sabe fazer zoneamento.

Liberdade e Propriedade 28 de novembro de 2015, 10:47h - 10:47

Continuação: O projeto de Resende, Itália e Porto Real é bom, de Piraí e BM não é, pois querem transformar a rodovia em avenida coletora. A finalidade da Dutra é ligação longa distância. O ideal seria se cada cidade tivesse um único trevo como VR.

Discordante 30 de novembro de 2015, 09:44h - 09:44

“Ótima idéia”, com uma entrada única, em caso de acidente ou bloqueio desta entrada todas as indústrias e cidades ficam sem acesso à Dutra ao mesmo tempo! Outra idéia “maravilhosa” sua é dividir os postos de pedágio, já não basta o valor absurdo que é pago hj, teríamos q pagar mais pedagios a cada trecho menor! Parabéns pelas brilhantes idéias! SQN! Vc deve ser acionista da Nova Dutra só pode!

Al Fatah 28 de novembro de 2015, 10:36h - 10:36

Fugindo do assunto, mas não totalmente, alguns anos atrás a Nova Dutra veio com a proposta de transferir o atual posto de pedágio de Itatiaia para outro local, na altura de Floriano, obviamente querendo arrecadar com o forte fluxo intermunicipal do eixo Resende x Volta Redonda, mas parece que a idéia não vingou…

Quem ia gostar muito disso é o estado de São Paulo, lembrando que o novo foco de investimentos no Vale é o trecho entre Guaratinguetá e Itatiaia, onde as terras são mais baratas. Um pedágio a mais entre o Pólo Industrial de Porto Real/Resende e a cidade do Rio minaria sua atratividade e só reforçaria a centralidade paulista, levando as empresas a se instalarem do lado de lá da divisa…

pião 28 de novembro de 2015, 09:54h - 09:54

Gostaria de saber quando a Rodovia do Contorno vai ser inaugurada? Pois de certa forma deve reduzir uma boa parte do fluxo de caminhões com cargas pesadas de cruzar a cidade desde o Santo Agostinho até a Via Dutra. Facilitando um pouco o trânsito que ultimamente tem sido intenso nesta parte da cidade.

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