Valorização da cultura negra é tema de evento do Sepe de Volta Redonda

by Diário do Vale
Laços fortes: Evento teve como objetivo estimular a educação para combater o racismo que afeta a cultura negra no país (Foto: Libânia Nogueira)

Laços fortes: Evento teve como objetivo estimular a educação para combater o racismo que afeta a cultura negra no país (Foto: Libânia Nogueira)

Volta Redonda – O combate ao racismo e a valorização da cultura negra foram abordados nesta terça-feira (5) em um evento promovido pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação de Volta Redonda (Sepe-VR) no Memorial Zumbi, na Vila Santa Cecília. Com oficinas artísticas e debate sobre a atuação da educação contra o preconceito, foi destacada a importância de se trabalhar a cultura negra dentro das escolas. Embora haja lei que obrigue o ensino da história afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental ao médio, segundo a direção do Sepe, essa realidade não é vista na cidade, bem como em todo país.

Durante o dia foram realizadas oficinas de abayomi – produção de bonecas africanas -, capoeira, turbante e resgate da cultura ‘afrovoltarredondense’, como os próprios organizadores chamaram.
A oficina de dança foi ministrada pelo cantor e compositor Lucio Sanfilippo, também educador físico e jornalista, que compôs a mesa de debate sobre ‘O papel da Educação no Combate ao Racismo e na Valorização dx Negrx’. Ele ressaltou que discussões como a promovida pelo Sepe tem importância principalmente atualmente. Para ele, a população está tendendo ao retrocesso.

– Existe uma promoção de ódio e a gente precisa mostrar que está todo mundo junto – disse.

O evento contou com a participação de alunos e professores da rede pública e a proposta do evento, de acordo com Thiago Ferreira de Oliveira, um dos diretores do sindicato, foi estimular que essas pessoas levem para a sala de aula e prática pedagógica a desconstrução do senso comum, que pela visão dele, tem o racismo arraigado.

Thiago é professor de Língua Portuguesa e contou que na abordagem de temáticas africanas, além de diversas questões sociais, em uma escola pública, sofreu represália dos alunos, dos pais e da própria instituição. Mas também teve uma experiência, que segundo ele foi gratificante, pois uma ex-aluna hoje é representante de um grupo feminista e disse que se tornou militante graças a ele.

– Em sala de aula a gente faz o que pode, mas não há políticas públicas que nos amparem. A educação vira mercadoria e como vai haver mudança se não for pela educação? – questionou. Ainda segundo Thiago, há a pretensão de promover outros eventos como esse, que contou com a coordenação dele com os demais integrantes do Sepe-VR: Maria das Dores Mota, Thaís Rodrigues e Lândia Tavares. No ano passado, foram realizadas atividades para discutir a questão de gênero e o próximo deve abordar a formação dos professores, utilizando figuras influentes da educação.

Enquanto ex-aluna da rede pública estadual, a estudante de História Felícia Ferreira da Silva, de 17 anos, avaliou a discussão como fundamental de acordo com a sua vivência no ambiente escolar. Para ela, a precariedade da educação com relação a história do negro vem de longa data e precisa de mudança o quanto antes.

– Na escola o negro é sempre o escravo. Tudo que se fala da história africana é em relação à escravidão, a parte triste de um povo que tem toda uma cultura maravilhosa e que merece ser respeitada assim como todas. E eu sempre me incomodei na minha posição de aluna e isso só pode mudar através da educação. O costume que muitas negras e negros têm de tentar esconder suas raízes é pela falta de informação sobre a própria cultura. A gente não precisa esconder a nossa origem, temos que ter orgulho dela e isso tem que ser falado – destacou.

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7 comments

magna 6 de abril de 2016, 22:42h - 22:42

Estamos vivendo uma época onde o ódio anda tomando conta das pessoas. Ninguém é ibrigado a gostar disso ou daquilo. Mas, todos temos obrigação de respeitar o outro. Respeito é bom e todo mundo gosta seja qual for sua classesocial, etinia ou opção sexual.

Dr. Monteiro 7 de abril de 2016, 10:01h - 10:01

“Etinia”. E ódio à língua portuguesa, pode?

Thaís Rodrigues Martins 6 de abril de 2016, 19:24h - 19:24

Parabéns ao Sepe e à cobertura do Diário do Vale! Como diria o patrono da educação brasileira, grande educador, Paulo Freire, educar pressupõe o respeito à Diversidade. Ainda há muito o que se aprender sobre democracia e alteridade… Valores sem os quais não se constrói uma sociedade decente.

Darci Ribeiro 6 de abril de 2016, 19:49h - 19:49

Paulo Freire, patrono de um dos piores sistemas educacionais do mundo. Piada pronta.

Dr. Monteiro 6 de abril de 2016, 15:12h - 15:12

Lila, pelo visto, você deve ser uma das aguerridas militantes ligadas ao SEPE. Eu gostaria muito de escrever algo no seu dialeto, mas não tenho essa capacidade.

De qualquer forma, saiba que eu considero entidades como o SEPE o suprassumo da vanguarda. Vanguarda do atraso.

Dr. Monteiro 6 de abril de 2016, 09:54h - 09:54

O SEPE, longe de se preocupar com professores e com a educação, transformou-se em veículo propagador do marxismo 2.0, filhote da Escola de Frankfurt, servindo de massa de manobra para a causa marxista-revolucionária. Não há qualquer preocupação com a verdadeira educação, basta ver a defesa de “causas” raciais, de gênero, LGBT etc., típicas bandeiras ideológicas da esquerda revolucionária. Atraso em cima de atraso. Vamos levar décadas para nos livrarmos desse lixo ideológico.

lila 6 de abril de 2016, 10:44h - 10:44

Dr. Monteiro, escreveu, escreveu, mas não deu pra entender nada, dá pra ser mais claro por favor?

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