
Alerta: Ação aconteceu na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, e orientou quem passou pelo local (Foto: Franciele Bueno)
Volta Redonda – Um desmaio, aparentemente simples, pode ser na verdade um indício de um problema cardíaco. A arritmia cardíaca – mau funcionamento dos impulsos elétricos do coração que fazem com que o órgão bata de forma acelerada ou mais lenta – é apontada como a causa mais comum de morte súbita no país. Por conta disso, Volta Redonda recebeu nesta sexta-feira (10), pela primeira vez, a campanha nacional de prevenção das arritmias cardíacas e morte súbita. A data é comemorada em todo o país no domingo, dia 12.
Com o slogan: “Coração na Batida Certa”, cardiologistas e profissionais de saúde passaram o dia na Vila Santa Cecília, orientando a população sobre a arritmia cardíaca. Para reduzir as estatísticas e agravamento dos casos, a equipe da Sobrac (Sociedade Brasileira de Cardiologia) orientou a população sobre formas de prevenção, diagnóstico e tratamento das arritmias cardíacas.
O alerta se concentrou na velocidade e procedimentos corretos para garantir que, durante uma arritmia cardíaca, o paciente sobreviva e, melhor, sem sequela cerebral. Isto porque, o socorro nestes casos, deve ser rápido, ou seja, entre quatro e seis minutos, tempo para que o paciente passe pelo desfibrilador. De acordo com os profissionais da saúde, se forem realizadas as manobras de reanimação cardíaca de forma correta, a vítima pode esperar por até 10 minutos pelo atendimento de emergência.
– O atendimento de emergência é primordial para a vida e a saúde do paciente em casos de arritmia, pois serão eles que vão garantir a esta pessoa uma melhor recuperação sem sequela cerebral, mas tudo isso deve ser feito ate a chegada do desfibrilador, aparelho utilizado para estes casos – ressaltou a cardiologista Melissa Mattoni, lembrando que estes procedimentos devem seguir critérios corretos para garantir a eficácia do socorro.
Além das manobras de reanimação, o socorrista deve ainda acompanhar o batimento cardíaco do paciente. Um dos indícios da arritmia são os batimentos acima de 100/minuto. Já a braquicardia revela esses batimentos abaixo de 60/minuto.
– Havendo os primeiros socorros, o desfibrilador é o aparelho que vai garantir a vida desse paciente – completou a médica, lembrando que por conta da importância desse equipamento, a legislação exige o desfibrilador em locais onde há grande concentração de pessoas, como shoppings, campos de futebol, eventos de música, entre outros.
Prevenção
A melhor forma de garantir uma vida saudável, de acordo com os médicos, é realizar exames preventivos para o diagnóstico precoce da alteração cardíaca. Os especialistas ainda alertam que o fumo, álcool, estresse e sedentarismo são fatores que contribuem para um AVC (Acidente Vascular Cerebral), provocado entre outros fatores pela fibrilação atrial – ritmo de batimento rápido e irregular dos átrios do coração. Um dos aliados para um organismo saudável é a prática regular de exercícios físicos e alimentação saudável.
Entre os sintomas da fibrilação atrial – que são os batimentos rápidos e irregulares do coração – os médicos listam as palpitações, cansaço, tontura e perda dos sentidos. A doença tem prevalência em idosos com idades entre 75 a 80 anos.
Estatísticas
As arritmias cardíacas matam mil pessoas por dia, sendo 45 por hora, passando de 300 mil mortes por ano. Estima-se que 5% dos brasileiros sofrem desta doença. Pelo menos 86% das paradas cardíacas ocorrem dentro da casa da vitima, e 50% eles são assistidos por adolescente ou idoso, sem a presença de um adulto por perto.
– Por isso chamamos a atenção para prevenção e as manobras de reanimação cardíaca que são fundamentais até a chegada da equipe de socorro – completou a médica.
A aposentada Zenair Ferreira, de 72 anos, foi uma das que parou para receber as orientações médicas. Ela recentemente descobriu ter diabetes e pressão arterial alta, desde então afirma ter ficado preocupada com o estado clinico.
– Estou aqui para saber o que posso fazer para melhor minha qualidade de vida e evitar um AVC – completou Evair.
Já o morador de Barra Mansa, Edson Faria, de 57 anos, admitiu não ter o hábito de ir ao médico. No entanto, ele revelou preocupação com a saúde e achou a iniciativa da Sobrac uma ótima oportunidade para alertar a população sobre as doenças do coração.