A longa viagem do Nauka

Por Diário do Vale

Nauka: Módulo tem 13 metros de comprimento.

A agência espacial russa lançou ao espaço, na última quarta-feira, dia 21 de julho, um grande módulo laboratório para ser acoplado com a Estação Espacial Internacional. Chamado Nauka, que quer dizer ciência em russo, o módulo pesa 20 toneladas e tem 13 metros de comprimento por 4,3 de largura. Ele contém um toalete, alojamentos para um cosmonauta, um sistema de regeneração de oxigênio e um equipamento de reciclagem que vai extrair água da urina dos astronautas. O Nauka foi construído no final da década de 1990 e deveria ter sido lançado em 2008. Mas a crise econômica na Rússia e uma série de problemas técnicos fizeram com que os engenheiros da agência Roskosmos tivessem que esperar 14 anos para vê-lo subir ao espaço.

A missão teve alguns momentos de suspense, logo depois que o Nauka se separou do terceiro estágio do foguete lançador, um Proton-M. A telemetria detectou falhas nos sistemas de comunicação e propulsão. Alguns sites especializados em rastreio de veículos espaciais chegaram a suspeitar que o Nauka estivesse perdido no espaço. Mas os problemas foram logo corrigidos e o módulo abriu seus painéis solares e acionou seus motores. Fazendo duas mudanças de órbita que o direcionaram para um encontro com a estação espacial na próxima quinta-feira.

A Estação Espacial Internacional, ISS, é um projeto conjunto envolvendo doze países, incluindo os Estados Unidos e a Rússia. Basicamente a ISS nasceu da união de dois projetos diferentes: A estação espacial americana Freedom e a russa Mir 2. Os módulos americanos, japonês e europeu ficam na parte da frente do complexo de 90 metros de comprimento. Os módulos russos ficam na parte detrás. Para receber o Nauka, os cosmonautas tiveram que se livrar do antigo módulo Pirs, que ficou 20 anos acoplado a estação. Ele servia de escotilha para passeios espaciais dos cosmonautas russos. Os americanos e europeus usam a comporta Quest, que fica do outro lado da ISS.

O Pirs foi rebocado por uma nave Progresso e lançado para se queimar na atmosfera, acima do oceano Pacífico. Qualquer pedaço que tenha sobrado caiu no oceano sem causar danos. Geralmente quando uma veículo espacial é construído, são produzidas duas unidades idênticas. Uma é lançada ao espaço e a outra fica na Terra para servir de modelo de testes. É o que aconteceu com a primeira estação espacial dos Estados Unidos, a Skylab. O Skylab 1 foi colocado em órbita e acabou sendo destruído ao reentrar na atmosfera em 1979. O Skylab 2 permaneceu intacto, foi usado para treinar os astronautas em Terra e se encontra atualmente no museu aeroespacial Smithsonian, em Washington.

Com o Nauka quase aconteceu a mesma coisa. Ele é uma cópia do módulo Zarya, que foi a primeira peça da estação espacial ISS a ser enviada ao espaço em 1998. Mas no lugar de manda-lo para um museu ele foi sendo cuidado e aperfeiçoado até ficar pronto para ser instalado na ISS.  Os entusiastas dos voos espaciais estão acompanhando esta missão desde a semana passada. Um deles, o inglês Martin Lewis, conseguiu fazer uma foto do Nauka, quando ele passou sobre a Inglaterra na semana passada, usando um telescópio amador e uma câmera. O que mostra que qualquer um pode acompanhar o que acontece no espaço sideral desde que tenha o equipamento adequado. Atualmente existem duas estações espaciais em órbita. A ISS e a estação espacial chinesa que ainda esta em construção.

Por Jorge Luiz Calife

Partida: A nave Progresso levou o módulo Pirs

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