Acabou o mistério da estrela Betelgeuse

Por Diário do Vale

A estrela gigante vermelha Betelgeuse, da constelação do Orion, não corre o risco de explodir. O que é uma ótima notícia nesses tempos de desgraça global. Observações com telescópios mostram que a redução do brilho dessa estrela, observada nos primeiros meses do ano, foi provocada por uma grande nuvem de poeira. Depois de ter sua luminosidade reduzida de magnitude 0,5 para 1,7 a estrela começou a retomar seu brilho normal no dia 22 de fevereiro passado. Segundo os cálculos Betelgeuse vai continuar brilhando por mais 100 mil anos antes de colapsar como uma supernova.

A gigante vermelha da constelação do Orion fica relativamente próxima do nosso sistema solar. Cerca de 700 anos luz. O que levou alguns sites sensacionalistas a preverem uma catástrofe para o nosso planeta se ela explodisse. Diziam que os raios gama e ultravioleta emitidos pela explosão poderiam destruir a camada de ozônio da Terra. Como se já não tivéssemos problemas suficientes com que nos preocuparmos.

Mas não há motivos para pânico. Mesmo que Betelgeuse explodisse como temiam redes de tv, como a CNN, não haveria consequências aqui na Terra. Os astrônomos calcularam que estamos suficientemente distantes para evitar que os raios X e ultravioleta emitidos pela explosão produzam efeitos significativos aqui na Terra. E o colapso de uma gigante como Betelgeuse não provoca a descarga de raios gama gerados pelas colisões de pulsares e buracos negros.

As estrelas estão divididas em três categorias principais. As anãs, as gigantes, e as estrelas normais, da sequencia principal, como o nosso Sol. Sirius, por exemplo, na constelação do Cão Maior, é uma estrela da sequencia principal. Mas tem uma companheira anã branca. Já Betelgeuse é uma típica gigante vermelha. Tão grande que se fosse colocada no lugar do Sol ela engoliria os planetas Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Essas estrelas gigantes não tem uma estrutura definida como o Sol. Elas parecem enormes bolhas de gás com um invólucro gasoso irregular que se estende por milhões de quilômetros pelo espaço afora.

Essas nuvens estelares contem partículas de poeira que se condensaram a partir dos elementos emitidos pela estrela. Foi uma dessas nuvens de poeira que se colocou entre o núcleo de Betelgeuse e a Terra provocando a redução de brilho notada em Dezembro e janeiro passados.

A medida em que nuvem girava em torno do núcleo da estrela o bloqueio da luz foi interrompido e a luminosidade voltou ao normal. A constelação de Orion, onde Betelgeuse figura como a Alfa, a estrela mais brilhante, é uma típica constelação do verão. Atualmente ela só pode ser vista de madrugada. Nos meses frios do inverno a constelação mais visível é o Escorpião do zodíaco. Que brilha próximo ao zênite aí por volta das nove horas da noite. Scorpius também tem uma estrela gigante vermelha em seu centro. Antares, que é tão grande quanto Betelgeuse, mas fica a cerca de 550 anos-luz, um pouco mais perto do que Betelgeuse.

Antares também é uma estrela dupla como Sirius, mas sua companheira não é uma anã branca, é uma estrela semelhante ao Sol.

Neste final de junho o astro mais brilhante do céu noturno é o planeta Júpiter. Que brilha como um farol branco perto da constelação do Sagitário. Quem se atrever a enfrentar o frio da noite, na sacada de um prédio ou num quintal, vai notar um outro planeta mais apagado ao lado do radiante Júpiter. É Saturno, o mundo dos anéis, que é um ótimo teste para quem tem uma luneta ou um telescópio de pequeno porte.

Grande: A nuvem de poeira e gás em torno de Betelgeuse

Jorge Luiz Calife

 

 

 

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2 Comentários

Alex 29 de junho de 2020, 12:56h - 12:56

Não entendi o negativismo seria espetacular poder acompanhar com instrumentos modernos uma supernova

Alexsander 27 de junho de 2020, 00:09h - 00:09

Excelente Calife! Sou fã de tuas incursões astronômicas e cinéfilas!!! Concentra energia nisto!

Deixa a politica de lado, pois o que tá errado hoje, pode se transformar no novo normal de uma hora pra outra…

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