As primeiras estrelas do James Webb

by Diário do Vale

O telescópio espacial James Webb completou a primeira fase do processo de alinhamento dos seus espelhos. E enviou para a Terra suas primeiras imagens. Ainda são imagens de teste, que servem para calibrar os instrumentos. O telescópio de 10 bilhões de dólares foi lançado ao espaço no Natal do ano passado no cone de um foguete Ariane 5, lançado da base de Kourou na Guiana francesa. Ele levou um mês viajando pelo espaço até atingir sua órbita final, no ponto de Lagrange, a um milhão de quilômetros da Terra. E recentemente completou o processo de alinhamento dos seus 18 espelhos.

Ao contrário dos telescópios comuns, que tem um espelho só, o James Webb tem 18 dispostos como favos de uma colmeia. E eles precisam ser alinhados com a precisão de 50 nanômetros, que é menos do que a espessura de um fio de cabelo humano. O processo começou no início do mês passado, quando os técnicos da agência espacial Nasa direcionaram o Webb para que apontasse para uma pálida estrela na constelação da Ursa Maior, a HD 84406. Trata-se de uma estrela de sexta magnitude que foi escolhida justamente por não ser muito brilhante, o que poderia prejudicar os sensores ultra delicados do telescópio.

As primeiras imagens da HD 84406 mostravam dezoito imagens de uma mesma estrela. Uma imagem para cada faceta do espelho. Começou então a primeira fase do alinhamento, que terminou no dia 18 de fevereiro passado. As fases dois e três foram completadas uma semana depois, no dia 25 de fevereiro. E no dia 16 de março o Instituto do Telescópio Espacial anunciou que o telescópio estava completamente focalizado. Com os dezoito segmentos trabalhando em conjunto para produzir uma única imagem ampliada.

Para a primeira foto colorida foi escolhida uma outra estrela obscura, a J1755402. Só as estrelas mais brilhantes do céu recebem nomes, as outras tem apenas números. Uma coisa interessante na foto da J17554042, aí embaixo, é o que aparece atrás delas. Essas manchas luminosas ao fundo são galáxias, conjuntos de centenas de milhares de estrelas situados a milhões de anos luz da Terra. Esse é o objetivo principal do James Webb, estudar as galáxias mais distantes que se encontram nos limites do espaço e do tempo.

É bom lembrar que quanto mais distante se encontra uma estrela ou galáxia, mais tempo sua luz leva para chegar na Terra e alcançar os nossos olhos. O James Webb vai estudar galáxias situadas a 13 bilhões de anos-luz da Terra. O que significa que vamos ver essas galáxias como elas eram há 13 bilhões de anos, quando o universo estava apenas começando. Mas isso só deve começar em junho, depois que forem concluídas todas as fases de alinhamento desta máquina super precisa.

Os telescópios espaciais tem revolucionado nossa visão do universo onde se situa o nosso pequenino planeta, a Terra. O James Webb tem sido descrito, erroneamente, como o sucessor do Hubble, mas os dois cumprem missões diferentes. O Hubble observa o espaço nos comprimentos de onda da luz visível e do ultravioleta. Já o James Webb enxerga no outro extremo do espectro, no infravermelho. Lançado ao espaço em 1991, o Hubble continua funcionando mais de três décadas depois. E no domingo passado a Nasa anunciou para esta semana a divulgação de uma nova descoberta feita pelo Hubble. Aguardem.

Por Jorge Luiz Calife

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