Cientistas procuram ouro nas estrelas de nêutrons

by Diário do Vale
Lua: Robô vai explorar cavernas
Rica: O ouro se forma nas estrelas de nêutrons

Como o Tio Patinhas, nas histórias em quadrinhos, os cientistas estão procurando ouro no espaço. Eles querem saber como foi exatamente que os elementos mais pesados, como o ouro, a platina, o urânio e o plutônio foram criados nos tempos iniciais da história do Universo, ou seja, depois do Big Bang. A pesquisa está sendo realizada pelo Instituto Conjunto de Astrofísica Nuclear da Universidade de Michigan. Eles concluíram que as colisões entre estrelas de nêutrons são a principal fonte de ouro no Universo.
Todos os elementos químicos que existem, incluindo aqueles que formam os nossos corpos, foram fabricados dentro das estrelas. Quando o Universo era muito jovem, logo depois do Big Bang, o único elemento que existia era o Hidrogênio, que tem um átomo muito simples, formado por um próton e um elétron. Quando as primeiras estrelas se acenderam elas começaram logo a fabricar elementos mais pesados, através do processo de fusão nuclear, que acontece dentro de seus núcleos. Uma estrela como o nosso Sol produz energia transformando átomos de hidrogênio em átomos de hélio, que tem dois prótons e dois elétrons. Mais tarde, em uma idade mais avançada as estrelas passam a fabricar outros átomos mais complexos, como o oxigênio que respiramos e o carbono das nossas células.
Quando a estrela morre, lançando suas camadas externas no espaço, esses elementos se espalham pelas nebulosas e vão formar outras estrelas. É por isso que o Sol, que é uma estrela de terceira ou quarta geração, tem outros elementos além do hidrogênio e do hélio em sua estrutura. Todavia, apesar dos sonhos do Tio Patinhas, o Sol nunca vai produzir ouro ou platina. Ele não tem as pressões e as temperaturas necessárias para isso. Sua alquimia não vai além dos elementos mais leves.
Uma teoria corrente diz que o ouro e a platina são criados no núcleo de estrelas gigantes, quando elas explodem como supernovas. Agora, o novo estudo do pesquisador Benoit Côté sugere que os elementos mais pesados são criados pela fusão de estrelas de nêutrons. Que são os núcleos implodidos das estrelas gigantes. Mesmo assim o número de estrelas de nêutrons não corresponde à quantidade de elementos pesados no Universo. Deve existir outro mecanismo que produz esses elementos em estrelas menos densas.
Para comprovar a teoria os pesquisadores de Michigan estão procurando por sinais de ouro e platina na atmosfera de algumas das estrelas mais antigas do Universo. Para isso eles contam com a técnica da espectroscopia, que permite analisar a estrutura química dos astros através da luz que eles emitem. Isso acontece porque cada elemento absorve luz de um comprimento de onda específico, o que produz riscas escuras no espectro das estrelas. O espectro é a luz da estrela decomposta em suas cores constituintes.
Mais perto daqui, a agência espacial americana NASA, assinou um contrato com o centro de robótica da Universidade Carnegie Mellon para desenvolver um carro robô capaz de explorar as cavernas da Lua. Ao contrário das crateras lunares, que foram criadas pelo impacto de meteoritos, as cavernas da Lua se formaram quando a superfície lunar desmoronou abrindo uma passagem para os túneis de lava que existem embaixo da superfície.
Essas cavernas poderiam ser um abrigo ideal para os futuros colonizadores da Lua. Tanto que o projeto do robô explorador de cavernas será financiado com dinheiro do projeto Artemis. Que pretende colocar um homem e uma mulher no polo sul da Lua em 2024. Abrindo caminho para uma futura colônia lunar.
Essas cavernas lunares são muito escuras e frias para serem exploradas pelos astronautas. Ninguém sabe o que pode existir lá dentro. Talvez fendas perigosas ou trechos onde o teto pode desabar. Por isso será mais seguro mandar robôs para fazer o reconhecimento desses locais inexplorados.

Por: Jorge Calife

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1 comment

Anderson 1 de julho de 2019, 10:26h - 10:26

Fascinante! É incrível como a engenhosidade humana possibilitou a pesquisa de fenômenos distantes bilhões de anos-luz e a exploração tripulada e robótica de nossa vizinhança no Sistema Solar.

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