Em uma galáxia muito, muito distante

by Diário do Vale

M-51: A posição do sistema estelar na Galáxia do Redemoinho

Pesquisadores do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica detectaram sinais da existência de um planeta na galáxia do Redemoinho, que fica a 28 milhões de anos-luz da Terra. Na última década a descoberta de planetas orbitando as estrelas da nossa galáxia, a Via Láctea, tornou-se comum, mas até então nenhum planeta fora localizado em outras galáxias devido a sua grande distância. Os astrônomos perceberam os sinais de um planeta quando observavam uma estrela de nêutrons que orbita um buraco negro, nas bordas da galáxia do Redemoinho.

Eles perceberam umas flutuações no brilho da estrela que podem ser provocadas por um planeta eclipsando a estrela periodicamente. Esse método, de detectar planetas pela mudança no brilho das estrelas é chamado de método de transito e tem sido responsável pela descoberta de milhares de planetas em nossa galáxia. “Estamos tentando abrir toda uma nova arena para a descoberta de novos mundos” comentou a líder do estudo, a astrofísica Rosanne Di Stefano de Harvard.

No começo a equipe estava observando várias galáxias usando o telescópio de raios X Chandra, da Nasa. Eles apontaram o Chandra para três galáxias relativamente próximas da nossa e observaram 55 sistemas estelares na galáxia M-51, popularmente conhecida como galáxia do Redemoinho, 64 sistemas na galáxia M-101, a galáxia do Cata Vento e 119 estrelas na galáxia Messier 104, a galáxia do Sombrero. A descoberta aconteceu quando eles observavam um par bizarro de astros formado por uma estrela de nêutrons e um buraco negro, na M-51. Foi quando eles detectaram flutuações no brilho da estrela dupla, provocadas por um possível companheiro oculto.

O novo planeta deve orbitar bem longe da dupla estrela de nêutrons, buraco negro, para não ser destruído pelas marés gravitacionais desse astro. É interessante lembrar que os primeiros planetas extra-solares descobertos, no final do século 20, orbitavam estrelas de nêutrons. Segundo os pesquisadores essa nova descoberta pode ser “a ponta do iceberg” revelando muitos outros mundos em galáxias distantes.

E com isso vão se ampliando os horizontes da nossa espécie. Houve uma época, há mil anos, em que a humanidade achava que a nossa Terra era o único mundo que existia. Então, no século 17, o físico italiano Galileu Galilei usou o recém-inventado telescópio para descobrir que Vênus, a estrela vespertina, era um mundo que tinha fases semelhantes as da Lua. Depois ele apontou sua luneta para outra estrela brilhante no céu, o planeta Júpiter e descobriu que ele tinha várias luas. A própria lua da Terra tinha montanhas e crateras. Com isso a humanidade ficou sabendo que existiam outros mundos além do nosso. E que a Terra era apenas um planeta de uma família de nove, que orbitam nossa estrela, o Sol.

Mas até o início do século 20 se acreditava que a formação de planetas era um acontecimento muito raro. Que dependia da quase colisão entre duas estrelas. Por volta de 1960 essa teoria já tinha sido abandonada e os planetas eram vistos como consequência natural do processo de formação das estrelas. Uma teoria que foi confirmada a partir das observações feitas pelo Telescópio Espacial Hubble, lançado em 1991.

Hoje sabemos que existem milhares de planetas só na nossa galáxia. Mas ainda resta uma dúvida. Será que existe vida lá em cima. Mas essa pergunta deve encontrar uma resposta muito breve. A Nasa, a agência espacial americana, declarou recentemente que a descoberta de vida fora da Terra é iminente.

 

Jorge Luiz Calife

 

 

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