O estranho mundo dos buracos negros

Por Diário do Vale

Interestelar: Entrando no buraco negro

Os fantásticos buracos negros continuam a surpreender e maravilhar os astrônomos. Uma equipe do Massachusetts Institute of Technology conseguiu medir a velocidade de rotação de um buraco negro gigante. O ASASSN-14li que fica no centro de uma galáxia situada a 290 milhões de anos luz da Terra. E descobriu que ele esta rodando com a metade da velocidade da luz. As observações foram feitas com o telescópio de raios X Chandra da Nasa. O ASASSN-14 li foi descoberto no ano passado depois que ele devorou uma estrela, transformando-a em fiapos de plasma superaquecido.

Os buracos negros são astros formados pelo colapso gravitacional de estrelas gigantes, sua gravidade é tão forte que nem a luz pode escapar do seu interior e por isso eles são negros. O ASASSN-14li tem uma massa estimada entre 1 milhão a 10 milhões de vezes a massa do nosso Sol. Ele é semelhante ao Sagitário A, um buraco negro gigante situado no centro da nossa galáxia, a Via Láctea, e que tem 4 milhões de massas solares.

Apesar de suas forças destruidoras, os buracos negros podem ser portais para outras regiões do espaço e do tempo. Em um artigo escrito para o site Space.com o cientista Gaurav Khanna, da Universidade de Massachusetts, em Dartmouth afirma que uma nave espacial poderia sobreviver ao mergulho dentro de um buraco negro gigante, se ele estiver girando. Antigamente acreditava-se que qualquer nave que entrasse no buraco negro seria estraçalhada pelas forças produzidas pela singularidade. A singularidade é formada pelos restos da estrela que implodiu e que atingiu uma densidade infinita, no centro do buraco negro.

O novo estudo, feito pela equipe de Gaurav Khanna, mostra, matematicamente, que as forças produzidas por uma singularidade giratória seriam demasiado fracas para afetar a integridade da nave ou de seus tripulantes. Os estudantes da universidade de Massachusetts começaram a estudar o assunto motivados pelo filme de ficção científica “Interestelar”, exibido em 2014, e cujo roteiro foi escrito pelo prêmio Nobel Kip Thorne.

No filme o astronauta Cooper, interpretado pelo ator Matthew McConaughey sobrevive a uma viagem através de um buraco negro gigante, o Gargantua. Uma estudante de pós-graduação, Caroline Mallary, criou um modelo de computador que mostra quais seriam os efeitos físicos produzidos sobre uma nave que entrasse no Sagitarius A. E descobriu que, sob todas as condições, a nave não sofreria efeitos destruidores ao cruzar o horizonte interno da singularidade.

Isso abre a possibilidade para viagens através do hiperespaço, como nos filmes de ficção. E talvez até viagens no tempo em direção ao futuro. Outra pesquisa recente, feita por cientistas do Fermilab americano e da universidade da Lousiana, indica que a matéria sugada pelos buracos negros pode viajar para o futuro. Isso aconteceria porque o espaço-tempo é tão retorcido na singularidade que se estende para uma região do futuro criando um buraco branco. A novidade surgiu depois que os cientistas aplicaram um novo ramo da física conhecido como gravidade quântica ao estudo das condições dentro dos buracos negros.

De qualquer forma quem viajar para as imediações de um desses astros experimentará efeitos de dilatação do tempo tão grandes que só vai retornar ao nosso mundo décadas ou séculos depois. Como acontece com o personagem do filme Interestelar, quando saiu da Terra ele deixou para trás uma filha com oito anos de idade e ao voltar ela estava com 90 anos!

Nos limites do espaço e do tempo a ficção e a realidade estão muito próximas.

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