O Hubble e as joias do Universo

Por Diário do Vale

Bela: A Glitter cercada de estrelas e galáxias distantes

Lançado ao espaço em 1991, o Telescópio Espacial Hubble continua a revelar as maravilhas do céu estrelado. Ao contrário do que muita gente pensou o velho Hubble não ficou obsoleto com a entrada em operação do Telescópio James Webb. São instrumentos diferentes que observam diferentes facetas do Universo. O Hubble perscruta o Cosmos com seu olho sensível a luz visível e aos ultravioletas. Já o James Webb enxerga na faixa dos raios infravermelhos. Que é ótima para enxergar através das nuvens de poeira cósmica e observar quasares e galáxias muito distantes.

Recentemente a Nasa divulgou esta bela foto da galáxia Glitter, que fica a 30 milhões de anos-luz da Terra. A Glitter é uma pequena galáxia anã, muito menor do que a nossa Via Láctea. Ela tem só 1% da massa da nossa galáxia. Oficialmente a Glitter tem a designação ESO-318-13 e fica na constelação de Antlia (A bomba pneumática), ali nas imediações do Centauro, perto do polo sul celeste. Ela é chamada de galáxia Glitter porque parece um feixe de joias brilhantes derramadas sobre o fundo do infinito negro. A imagem do Hubble é um verdadeiro exercício de perspectiva e revela outros objetos interessantes além da cintilante Glitter.

Em primeiro lugar note as estrelas brilhando como diamantes celestes na foto. Uma delas esta bem em cima do centro da Glitter. Essas estrelas pertencem a Via Láctea e estão muito mais próximas de nós do que a galáxia. Além das estrelas é possível notar uns redemoinhos coloridos em torno da galáxia principal. Esses redemoinhos de gás e manchas avermelhadas são outras galáxias, maiores e muito mais distantes do que a Glitter. Uma delas é uma galáxia espiral azulada que aparece na extremidade direita da Glitter, mas na verdade se encontra a milhões de anos luz atrás dela.

Nada mal para um telescópio que já completou 31 anos de uso ininterrupto. Mas o Hubble não está sozinho, e suas observações são complementadas por outros telescópios, situados na Terra e no Espaço. No mês passado, astrônomos australianos revelaram uma interessante descoberta feita com o telescópio de 1,3 metros do observatório de Siding Springs. Ao mapear o céu eles descobriram um gigantesco buraco negro, situado a 9 bilhões de anos-luz da Terra. O que é uma distancia segura, já que o monstruoso objeto esta devorando o equivalente a massa do nosso planeta Terra a cada segundo. É como se o buraco negro engolisse um mundo igual a este em que vivemos a cada segundo.

Essa matéria absorvida pelo buraco negro fica girando num disco de gás incandescente ao seu redor, o chamado disco de acreção. E o resultado é um brilho que pode ser visto por todo o Universo. É o que chamamos de quasar. Segundo os dados obtidos pelos australianos, o buraco negro no centro do quasar é o mais ativo já observado. Ele é 7 mil vezes mais luminoso do que todas as estrelas de nossa galáxia juntas. Sua massa equivale a 13 bilhões de sóis como este que brilha em nosso céu. E é 500 vezes maior do que o Sagitário A, aquele buraco negro que fica no centro da Via Láctea.

Quando observamos objetos muito distantes, como os quasares, estamos vendo o Universo como ele era há bilhões de anos. Naquela época as galáxias tinham se formado há relativamente pouco tempo, e os buracos negros em seus centros tinham muita matéria, na forma de gás e estrelas para consumir. Com o tempo essa matéria se torna escassa e o quasar se apaga. É por isso que não temos nenhum desses objetos nas galáxias mais próximas da nossa região de espaço-tempo.

 

 

Jorge Luiz Calife

 

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2 Comentários

Jorge Lucas 1 de julho de 2022, 13:28h - 13:28

Calife está melhorando sempre e a cada dia. Parabéns!!!

Jorge Lucas 1 de julho de 2022, 13:27h - 13:27

Calife está melhorando a cada dia!

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