Um sinal estranho no céu

by Diário do Vale

Astrônomos australianos detectaram uma estranha emissão de rádio vindo de um ponto da Via Láctea. Diferente de tudo o que já foi observado o sinal de radiofrequência dura 60 segundos, depois desaparece e se repete a cada vinte minutos. Seja o que for ele se encontra a 4 mil anos-luz de distancia da Terra. E foi batizado com a sigla GLEAM XJ162759. A descoberta foi feita pelo radiotelescópio MWA de Murchinson na Austrália e deixou os pesquisadores assombrados. Como disse a cientista australiana Natasha Hurley-Walker, uma das autoras da pesquisa, “Não existe nada conhecido no céu que faça isso”.

Astros que aparecem e desaparecem são chamado de transientes. E são classificados como transientes longos e transientes de período curto. Um tipo conhecido de transiente de período longo são as explosões de estrelas conhecidas como supernovas. Ao explodirem essas estrelas se tornam os astros mais brilhantes de suas galáxias. Mas a medida em que os gases da explosão esfriam eles deixam de emitir luz e outras radiações. E depois de algumas semanas de brilho intenso a supernova se apaga.

Já os transientes de período curto são os chamados pulsares. Estrelas feitas de nêutrons que giram muito rapidamente, emitindo feixes de radiação de rádio através dos polos. Quando os primeiros pulsares foram descobertos, na década de 1960, acreditou-se que eram transmissões de rádio geradas por seres extraterrestres. Mas a observação revelou que eram apenas núcleos estelares fortemente comprimidos.

Magnético: O GLEAM pode ser um novo tipo de magnetar (Foto magnetar).

O problema com o GLEAM é que seu período de emissão, de 20 minutos, não se ajusta nem a uma supernova, nem a um pulsar comum. Para seus descobridores talvez seja um novo tipo de estrela magnética, ou magnetar. Um estudo teórico sugere que o GLEAM poderia ser uma magnetar de período ultralongo, que nunca foi observada antes. De qualquer forma a equipe do observatório MWA, que fica no deserto do interior de Austrália vai ficar de olho no estranho fenômeno.

No século passado o famoso cientista britânico John B.Bernal disse que o Universo não era mais estranho do que imaginamos. Ele podia ser mais estranho do que podemos imaginar. E estava certo. A medida em que olham nas profundezes da espaço estrelado os astrônomos descobrem coisas que os autores de ficção nunca conseguiram sequer imaginar. Além do Gleam, um outro mistério espacial foi descoberto recentemente, desta fez pela equipe do radiotelescópio MeerKAT, que fica na África do Sul. Eles completaram um mosaico de imagens que revela o coração da nossa galáxia, a Via Láctea, com detalhes sem precedentes. E essa imagem revelou a existência de mais de mil filamentos misteriosos que se estendem por uma distancia de 150 anos luz (Um ano-luz é igual a 9,3 trilhões de quilômetros). Não se sabe o que produz esse fenômeno, mas as observações mostram que esses fiapos cósmicos são altamente magnéticos e aparecem em pares. Frequentemente eles se alinham como “cordas de uma harpa”.

 

Talvez seja um subproduto da atividade do Sagitário A, o buraco negro gigante que fica no centro da nossa galáxia, a 25 mil anos-luz da Terra. Mas isso é apenas uma hipótese. Na verdade ninguém sabe o que são essas coisas. No caso do Gleam podemos ter certeza de que não se trata de uma tentativa de comunicação feita por Inteligências extraterrestres. Se observarem o que acontece aqui na Terra os extraterrestres não terão o menor estímulo para se comunicarem com criaturas tão estúpidas quando o autoproclamado Homo sapiens,

Por Jorge Luiz Calife

You may also like

diário do vale

Rua Simão da Cunha Gago, n° 145
Edifício Maximum – Salas 713 e 714
Aterrado – Volta Redonda – RJ

 (24) 3212-1812 – Atendimento

(24) 99926-5051 – Jornalismo

(24) 99234-8846 – Comercial

(24) 99234-8846 – Assinaturas
.

Image partner – depositphotos

Canal diário do vale

colunas

© 2024 – DIARIO DO VALE. Todos os direitos reservados à Empresa Jornalística Vale do Aço Ltda. –  Jornal fundado em 5 de outubro de 1992 | Site: desde 1996