A água nos asteroides e as penas nos dinossauros

by Diário do Vale

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O ano está terminando e a exploração das vastidões do espaço e do tempo continua a nos render surpresas. Semana passada os pesquisadores da Nasa anunciaram a descoberta de uma grande quantidade de água no asteroide Ceres. O maior dos pequenos mundos que giram ao redor do Sol entre Marte e Júpiter. Um pedaço de âmbar ancestral revelou a cauda de um dinossauro ainda coberta pelas penas originais. Sim, os dinossauros não eram esses lagartos de pele lisa que o cinema costuma mostrar. Eles tinham penas coloridas como os pássaros. Nas profundezas do espaço um buraco negro gigante devorou uma estrela, produzindo uma explosão cataclísmica. Que revelou um dos eventos mais energéticos do Universo.

A descoberta de água em Ceres foi feita pelos sensores da espaçonave Dawn, que está orbitando Ceres desde março de 2015. Primeiro as imagens revelaram depósitos brilhantes de sal, agora os detectores de radiação mostraram que existe uma grande quantidade de água misturada com as rochas da superfície e concentrada na forma de gelo, em pontos onde a luz do sol não chega. Os cálculos iniciais mostram que 30% da massa de Ceres pode ser água. O pequeno mundo até emite jatos de vapor de água. A sonda Dawn também visitou o asteroide Vesta, que não é tão rico em água quanto Ceres. Lá a quantidade de água é cem vezes menor.

O sistema solar onde vivemos está cheio de fontes de água. Existem oceanos mais profundos do que os mares da Terra nas luas Europa, do planeta Júpiter e Encelado do planeta Saturno. Boa parte dos anéis de Saturno é formada por gelo de água. Água também foi detectada no subsolo de Marte, nos cometas e até em crateras profundas da nossa Lua. No futuro os turistas espaciais que percorrerem o sistema solar poderão parar para encher seus cantis nesses mundos distantes do espaço.

Tão surpreendente quanto a água em Ceres foram as penas dos dinossauros. Há algum tempo que um grupo de paleontólogos defende a ideia de que alguns dinossauros eram cobertos de penas. Mas elas nunca tinham sido encontradas intactas nos fósseis. A descoberta que mudou tudo foi feita em um pedaço de âmbar com 99 milhões de anos, do período Cretáceo. Dentro dele a paleontóloga Lida Xing, da Universidade de Geociências, da China, encontrou a cauda, com penas, de um dinossauro da classe dos terópodes. Uma família que incluía o temível Tiranossauro rex. Esses dinossauros deram origem aos pássaros modernos e a descoberta da cauda do coelossauro vai melhorar nossa compreensão dos seres que dominaram nosso planeta, a Terra, durante centenas de milhões de anos.

Os dinossauros existiram durante um período de tempo centenas de vezes maior do que o da existência da espécie humana. Que em sua forma moderna não emplacou ainda um milhão de anos de existência. A extinção dos dinossauros pode ter sido provocada por uma catástrofe cósmica. Como a queda de um grande asteroide ou a explosão de uma estrela supernova.

E falando em supernovas os astrônomos descobriram um novo tipo de explosão estelar.

Em janeiro eles detectaram uma descarga de luz equivalente a 570 bilhões de sóis como o nosso. A explosão aconteceu a 3,8 bilhões de anos luz, perto da constelação do Tucano e foi classificada como uma hipernova.

Mas a análise dos dados mostrou que não era uma explosão comum. Era o fim de uma estrela que foi sugada por um buraco negro gigante. A explosão aconteceu perto do centro de uma galáxia, onde costumam ocorrer esses superburacos negros. E ao contrário de se apagar lentamente, como numa explosão estelar comum, a luz voltou a aumentar depois de alguns dias. Isso acontece porque tudo que é sugado por um buraco negro é esticado até formar um fio, como de espaguete. E isso deixou exposto o núcleo superquente da estrela.

 

Descoberta: As penas do dinossauro, preservadas no âmbar

Descoberta: As penas do dinossauro, preservadas no âmbar

 

JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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