A beleza mortal de Júpiter

Por Diário do Vale

Na semana passada a agência espacial, Nasa, divulgou novas fotos do planeta Júpiter. Enviadas pela sonda espacial Juno, que orbita o planeta desde 2016. São imagens lindas que fazem o planeta gigante rivalizar com Saturno, como o mundo mais belo do nosso sistema solar. Ao mesmo tempo a TV americana lançou um novo seriado de ficção científica, “Avenue 5” com o ex doutor House Hugh Laurie. A série é sobre uma nave de turismo do futuro, que perde a rota ao passar por Saturno e vai levar três anos para voltar a Terra. Para desespero dos passageiros ricos.

Atração: A beleza de Júpiter, na foto da Juno

Muito se falou sobre o turismo no espaço nos últimos anos. E o empresário Elon Musk chegou a divulgar uma concepção artística, mostrando seu foguete Starship voando sobre a mancha vermelha de Júpiter. O que seria uma forma muito dispendiosa de cometer suicídio. Com toda a sua beleza, Júpiter é um mundo para ser admirado de longe, através das lentes dos telescópios ou das sondas espaciais. O motivo são os cinturões de radiação que envolvem o planeta, muito mais poderosos do que os cinturões Van Allen, que envolvem a Terra.

Outro dia comentei sobre o filme “Outland – Comando Titânio” onde o ator Sean Connery mantém a lei em uma estação de mineração situada na lua Io, uma das mais próximas de Júpiter. O que é uma fantasia irrealizável. Além de ficar dentro do cinturão de radiação de Júpiter, a vulcânica Io está ligada ao planeta pelo tubo de fluxo, um canal de forças eletromagnéticas que despejam elétrons e outras partículas atômicas em sua superfície.

Um ser humano que tentasse andar na superfície de Io, como o Sean Connery faz no filme, receberia uma dose de radiação igual a 3600 rems. Cerca de dez vezes a dose mortal para uma pessoa, que fica entre 400 e 450 rems.

Afastando-se de Io temos a lua Europa, coberta de gelo. Onde existe um oceano que pode abrigar formas de vida. Ela também fica dentro dos cinturões de radiação e descer lá é garantia de uma morte rápida. A radiação por lá é tão forte que até os robôs enfrentam problemas. Eles precisam ter circuitos eletrônicos blindados, para evitar que a radiação destrua rapidamente os chips de memória e derreta os circuitos. Durante a missão da sonda Galileu, na década de 1990, a nave sofria panes e seus instrumentos se desligavam quando recebiam uma dose maior de energia.

Uma pena já que a visão da superfície de uma dessas luas seria espetacular. Júpiter, com todas as suas nuvens coloridas, apareceria suspenso no céu escuro com um diâmetro de quatro vezes o da lua que vemos no céu aqui da Terra. Saturno é bem mais hospitaleiro, já que seus anéis varrem as partículas radioativas e suas luas ficam bem distantes do planeta. O problema é a distância, quase um bilhão de quilômetros. Com os foguetes atuais são necessários quatro anos para chegar lá. E se a nave tiver algum problema, como no seriado do Hugh Laurie, não existe possibilidade alguma de resgate.

É por isso que, no futuro próximo, os turistas espaciais devem viver suas aventuras aqui perto, no espaço próximo da órbita terrestre. Empresas como a Space X e Blue Origin estão construindo foguetes para levar turistas para ver a curvatura da Terra, a 400 quilômetros de altura. Mesmo assim a viagem envolve riscos. No mês passado o terraplanista Mike Hughes morreu quando seu foguete caseiro se espatifou durante uma tentativa de ir ao espaço. Ele queria ir lá em cima para “provar” que a Terra é plana. Só provou que era um péssimo engenheiro de foguetes.

 

Fatal: O tubo de fluxo liga Júpiter à lua Io

 

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6 Comentários

leitor 13 de março de 2020, 18:14h - 18:14

assisto muito documentarios sobre os planetas acho muito interessante e acredito que existe civilizaçoes alienigenas fora do planeta terra muito supeiores aos seres humanos em algum lugar do universo . as civilizaçoes antigas deixou registrado que existem

Emir Cicutiano 14 de março de 2020, 08:10h - 08:10

Primeiro é preciso descobrir a vida extraterrestre. Comprovada cientificamente, aí sim pode-se conjecturar se é parte de uma civilização avançada ou uma forma de vida rudimentar como vírus (apesar de muitos cientistas não os considerarem seres vivos), protozoários e bactérias… Ou talvez um tipo de vida totalmente diferente do que temos aqui, corpos com capacidade de ação, reação e reprodução que não necessitam de água nem de carbono (o pó primordial) como base de sua constituição…

Linus. 13 de março de 2020, 16:16h - 16:16

Gosto muito de astronomia. É um assunto extremamente interessante. Mas a perda do Mike Hughes, é lamentável, como seria a de qualquer um de nós. Isso não te da o direito de terminar sua curta e pobre matéria a respeito de um assunto tão vasto, de forma sarcástica e indireta sobre a opinião de outros. Estude mais a respeito desses assuntos para enriquecer seus textos, e respeite a morte dos outros.

Emir Cicutiano 14 de março de 2020, 08:13h - 08:13

Realmente, totalmente desnecessária e desumana a análise da morte de Hughes, assim como seria de qualquer outro, ainda que desafeto, partindo de um jornalista ou outro formador de opinião…

Gustavo 14 de março de 2020, 15:36h - 15:36

Falar sobre a forma da Terra não é questão de opinião. Trata-se de um conhecimento científico consolidado há séculos.
Existem diversas maneiras de confirmar tal conhecimento sem precisar tirar os pés do chão. O problema é achar que é uma questão de crença, opinião ou qualquer dogmatismo.

Pleiboi do Perequê 14 de março de 2020, 19:23h - 19:23

Hughes pode ter morrido pra vc, terraplanista ingrato. Para nós, ele continuará sempre vivo em nossos corações.

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