A cem segundos do apocalipse

by Diário do Vale

 

Há mais de cinquenta anos, no auge da guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética, um grupo de cientistas criou um mecanismo simbólico para representar a ameaça sobre nossa civilização. O Relógio do Juízo Final, onde a meia noite representa a aniquilação total da humanidade. Com o passar dos anos o grupo inicial de cientistas aumentou com a adesão de especialistas em política internacional e meio ambiente. E a cada ano eles avaliam as ameaças enfrentadas pela espécie humana e acertam os ponteiros do relógio fatídico. Atualmente ele esta parado a cem segundos da meia noite, aí por volta das 23h58m.

As ameaças aumentaram e não enfrentamos apenas o risco de uma guerra com armas nucleares. Enfrentamos o aparecimento de novos vírus como o Covid-19, em epidemias cada vez mais frequentes devido a destruição do meio ambiente. Os países do mundo não só ainda mantem um arsenal de armas atômicas capaz de arrasar o mundo várias vezes como se mostraram incapazes de conter o aquecimento global e a propagação dos novos vírus. Daí nunca estivemos tão perto da meia noite fatídica quanto agora. E podemos não ser os únicos.

Um estudo feito pelo Caltech, o Instituto de Tecnologia da Califórnia, concluiu que a nossa galáxia deve estar cheia de mundos mortos, cobertos pelas ruínas de civilizações tecnológicas extintas. Civilizações que se destruíram em guerras com armas atômicas e através da destruição do meio ambiente de seus mundos. Produzindo gases poluidores que acabaram levando seus planetas a um efeito estufa descontrolado.

Diante de tantas ameaças alguns cientistas acreditam que a solução seria colonizar o espaço. O físico Stephen Hawking pensava assim e propôs a colonização de planetas distantes como meio de salvar a espécie humana se alguma catástrofe acabar com o nosso planetinha azul. Hawking citou os impactos de asteroides e cometas, a guerra com armas atômicas e os novos vírus como ameaças potenciais ao futuro da nossa espécie.

Atualmente o governo chinês tem planos de criar uma colônia em nossa vizinha Lua. Os americanos correm atrás com seu projeto Artemis. E a empresa Space X, do bilionário Ellon Musk se prepara para colonizar o planeta Marte. O problema é que Marte e a Lua não possuem atmosferas respiráveis e os seres humanos que se mudassem para lá teriam que enfrentar o efeito das radiações cósmicas e da gravidade reduzida.

Outros teóricos do voo espacial acham que seria melhor morar em gigantescos satélites ou estações espaciais, onde as condições de gravidade e atmosfera terrestres poderiam ser reproduzidas com um maior controle. Na década de 1970 o físico americano Geral O,Neill propôs um gigantesco habitat espacial com a forma de um cilindro oco, girando para produzir uma gravidade semelhante a da Terra. O cilindro de O´Neill teria 10 quilômetros de comprimento por um quilômetro de diâmetro. E seria construídos com alumínio extraído da superfície da Lua.

No mês passado a astrofísica finlandesa Pekka Janhunen ressuscitou as idéias de O´Neill num projeto apresentado na conferência anual de astronáutica. Janhunen propôs um mega-satélite formado por centenas de cilindros gigantes unidos numa estrutura circular. Cada cilindro poderia abrigar uma população de 50 mil pessoas e o conjunto todo seria montado em órbita ao redor do asteroide Ceres. Ceres é rico em nitrogênio que poderia ser extraído para formar a atmosfera dentro dos cilindros. Um belo estudo teórico que, infelizmente fica muito longe da nossa realidade atual. Em uma economia mundial cada vez mais enfraquecida por desastres climáticos e epidemias não vai sobrar dinheiro para financiar essas utopias espaciais.

E assim ficamos cada vez mais perto da extinção.

 

Relógio: Faltam cem segundos para a meia noite

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2 comments

Alexsander 10 de fevereiro de 2021, 06:40h - 06:40

Calife, tuas análise de filmes e de ciência e tecnologia são excelentes, parabéns! Leitura sempre saborosa!

guto 9 de fevereiro de 2021, 12:40h - 12:40

Final dos tempos com castigo divino, contudo não será o final do mundo, apenas haverá mudanças no mapa-múndi.

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