A verdadeira educação, para que seja efetiva, tem que transcender à sala de aula. Acredito
que a educação é um campo amplo e que sem ela o desenvolvimento não seria possível.
A sala de aula, a escola e os mecanismos educacionais são fundamentais para o
desenvolvimento humano. Ressalto, ainda, que o acesso à educação de qualidade é
fundamental e direito de todo indivíduo. O ensino é essencial para o desenvolvimento da
cidadania e ampliação da democracia.
Quando um aluno aprende na sala de aula a escrever melhor para ir bem em uma prova, é
efetivo. Quando ele aprende a escrever melhor para se comunicar melhor, para toda a sua
vida, isso é transcendente, porque isso ninguém tira nos tira. Uma educação efetiva se leva
para toda a vida. Que tipo de educação estamos oferecendo hoje? É algo que se leva para
todo o sempre?
Por isso é importante olhar e aprender com a educação do passado, pois ela pode influenciar a
educação do futuro. Embora o futuro seja imprevisível, talvez, como uma educação efetiva,
podemos aprimorá-lo, será? A educação que acredito é aquela que ninguém nos tira, tem
relação com autonomia.
A sociedade é afetada pela educação à medida que faz indivíduos melhores. Esses indivíduos
melhores, em um processo de troca de informações, aprimoram a sociedade. É importante
lembrar que a educação gera autonomia. Foi sempre assim.
A educação é capaz de dar ferramentas ao indivíduo para que ele enfrente as dificuldades da
vida. Uma vez que o aluno aprendeu a escrever na escola, no curso, no colégio, vai levar esse
conhecimento para a vida. Uma vez que aprendeu a falar, uma vez que aprendeu a usar a
linguagem matemática, certamente ninguém retira esse conhecimento.
Os dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apontaram que
de 2015 para 2017, o Brasil não mudou de posição no ranking de Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH), que é calculado através dos indicadores de saúde, renda e educação. Os
dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam uma
taxa de analfabetismo estimada em 11,5 milhões de brasileiros, entre pessoas de 15 anos de
idade ou mais.
O grande desafio do Brasil está em igualar a educação. A única forma de conseguir um país
igualitário é através de educação pública de qualidade. Para isso, seria necessário investir na
formação continuada dos professores, em infraestrutura e em métodos de ensino que se
mostrem eficazes.
Aprender com o que está dando certo também é uma estratégia eficiente. Quando faço meu
trabalho, por exemplo, uso muito a modelagem. Olho o que deu certo e replico, faço parecido.
Se a política educacional do Brasil seguir esse padrão, acredito que, talvez, a gente consiga
enviar para mais pessoas uma educação de nível melhor.
Outro detalhe sobre a educação é que não possível garantir os seus resultados efetivos,
podemos oferecer qualidade, mas o que fica, o que será retido é, muitas vezes, imprevisível.
As pessoas me perguntam isso e sempre respondo que essa é a mágica da vida. A educação
é como uma semente. Quando plantamos sementes, elas podem germinar e dar lindos frutos e
flores. Ou podem não germinar. Mas devemos continuar a plantar, não é mesmo?
O resultado dos processos educacionais será validado pela vida. Não temos a menor garantia
de que todos os cursos, todas as aulas, de que todo o investimento na educação vai dar
resultados. Mas temos a garantia de se não investirmos em educação, não haverá resultado.
É preciso estar atento, enquanto pais e professores. É preciso pensar sobre que filhos e alunos
serão deixados para o mundo.
Alunos e pais também tem vez
Em concordância ao que foi dito anteriormente, sobre a necessidade do aprendizado
transcender à sala de aula, André Whately, pai de dois filhos, um cursando a faculdade e o
outro se preparando para prestar vestibular nos anos que seguem, afirma que além de um
professor capacitado é necessária uma didática que faça com que os alunos aprendam, de
fato, o que estão estudado.
O foco das escolas em obter notas altas nos vestibulares é algo que preocupa André. Ele
acredita que essa prática pode afetar negativamente os alunos, uma vez que há uma grande
pressão para que atinjam determinada nota, mas nem sempre o conteúdo foi assimilado de
maneira satisfatória.
– A preocupação maior das escolas não deveria ser o vestibular, mas o aprendizado. Uma vez
que o aluno aprendeu o que está sendo passado pelo professor ele vai ter a sabedoria e a
bagagem para responder as questões na prova – opina André.
Como pai, ele percebeu, que quando os filhos conseguem aprender a matéria a simpatia que
sentem pelo professor aumenta, mostrando a satisfação dos meninos com o novo aprendizado.
Além de melhorar o relacionamento com os professores dentro da sala de aula.
Lembrando que a família também tem uma parcela de responsabilidade na educação de
jovens, André destaca que o apoio e o auxílio de familiares são fundamentais para o
desenvolvimento do estudante.
Uma forma de tornar a educação mais eficaz e proporcionar melhor desenvolvimento aos
jovens, na opinião de Bianca Boechat, estudante de 18 anos, é através de projetos voluntários
e trabalhos em grupo. Ela acredita que dessa forma os jovens iram adquirir consciência sobre
situações reais e ainda aprender como agir em determinadas situações.
Para Bianca adquirir consciência social seria uma forma de compadecer-se com o problema do
outro. Além disso, o trabalho voluntário ajudaria a incentivar os alunos a desenvolver projetos,
uma vez que poderiam utilizar o aprendizado da sala de aula para criar algo que ajudaria a
solucionar um problema na área onde o aluno estiver prestando trabalho voluntário.
– No exterior, algumas escolas já possuem a política de carga horária mínima de trabalho
voluntário. Isso é importante para criar uma consciência social já que um dos problemas que
enfrentamos é a falta de empatia com o problema de outras pessoas – comentou a jovem.
Através dos programas de voluntários da ONU (Organização das Nações Unidas) é possível
perceber como atividades voluntarias ajudam a enriquecer a sociedade e a educar os jovens.
De acordo com as informações disponibilizadas pela organização, o voluntariado beneficia
tanto a sociedade como cada indivíduo, através do reforço da solidariedade, da confiança e da
reciprocidade entre os cidadãos.
Os voluntários do UNV (Voluntários das Nações Unidas), de acordo com a ONU, se envolvem
diretamente com as comunidades em que trabalham, fazendo com que a experiência vá além
das tarefas diárias. Bianca acredita que o voluntariado e a educação eficaz estão atrelados, de
forma que uma ação complementa a outra.
– Além de formar profissionais aptos a lidar com as questões do futuro, eu acho que uma boa
educação, algo que todas as pessoas deveriam ter acesso, desenvolve um senso de empatia e
uma preparação maior para lidar com as diversas questões que enfrentaremos no futuro –
enfatiza a jovem.
1 Comentário
Antigamente muitos não tinham estudo, mas eram educados .
Hoje muitos tem estudo, mas não têm educação.
O caipira que não sabia ler e escrever, respeitava as pessoas, os animais,
não constrangida as pessoas , enfim era muito educado.
Hoje às pessoas só pensam em si, perguntam o que querem, não fazem gentilezas e respeito virou artigo de luxo.
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