A Libélula vai voar nas névoas de Titã

by Diário do Vale

A agência espacial NASA vai mandar um drone para Titã, a maior lua de Saturno. Chamada Libélula, a sonda é um pequeno helicóptero robô que será capaz de voar na atmosfera de metano de Titã, onde a temperatura media chega a 160 graus negativos. Em Titã é tão frio que o clima é baseado em gases liquefeitos que chovem do céu formando rios e mares. Em 2004 a sonda europeia Huygens pousou em uma praia de Titã, mas só conseguiu funcionar durante algumas horas. O suficiente para enviar uma única imagem para a Terra.

A Libélula faz parte do projeto ‘Novas Fronteiras’, de missões de médio custo. Se tudo correr bem ela decola em 2026 e deve pousar em Titã oito anos depois, em 2034. Então o drone de três metros de comprimento passará dois anos e meio voando e pousando em locais diferentes de Titã, um dos mundos mais exóticos que se conhece. Espera-se que ela faça duas dúzias de voos percorrendo 180 quilômetros.

Apesar do ambiente hostil, um dos objetivos da missão é procurar por sinais de vida extraterrestre. Titã é o único mundo do nosso sistema solar, além da Terra, que possui rios, lagos e mares, feitos de metano e etano liquefeitos. Sabe-se que a atmosfera titaniana, composta pelo gás nitrogênio, está cheia de compostos orgânicos. Muito semelhantes às moléculas que permitem a vida em nosso planeta. Alguns exobiólogos acham que formas de vida exóticas, que substituíram a água pelos gases líquidos, poderiam viver lá.

E em Titã também existe um oceano de água, enterrado nas profundezas da lua de 5.150 quilômetros de diâmetro. “É extraordinário pensar neste drone voando sobre as dunas de areia orgânica de Titã, visitando um mundo cheio de compostos orgânicos que são os tijolos de formação da vida”, disse o administrador associado da NASA, Thomas Zurbuchen, no site Space.com. Um dos principais objetivos da missão é caracterizar a química que ocorre na superfície e na atmosfera titanianas.

Atualmente a NASA também desenvolve um helicóptero para voar em Marte. Todavia o Marscopter é só um demonstrador de tecnologia com 1,8 quilos de pouso e sem instrumentos científicos. Ele é feito para voar na atmosfera marciana que só tem um porcento da densidade da atmosfera terrestre. Em Titã a atmosfera é 400 vezes mais densa do que a nossa e o frio congelante é o maior obstáculo. Avaliada em 1 bilhão de dólares a Dragonfly vai carregar um conjunto de instrumentos para analisar os compostos químicos que existem lá em cima.

Mais perto da Terra a NASA testou com sucesso o foguete de escape da cápsula Orion, que deve levar os astronautas americanos de volta para a Lua em 2024. O foguete de escape é um equipamento de segurança essencial que retira a nave do foguete lançador em caso de acidente. Sem ele a nave não pode voar com tripulantes.

Atualmente as viagens espaciais não são mais um privilégio de organizações governamentais como a Nasa. Empresas e grupos particulares também estão investindo neste campo. No dia 25 de junho a Fundação Sociedade Planetária, criada pelo falecido astrônomo Carl Sagan, conseguiu enviar ao espaço o seu primeiro veleiro solar. O LightSail 2 pegou carona num foguete Falcon Heavy da empresa Space X e entrou em órbita da Terra. Depois de se separar do foguete a nave, que é do tamanho de uma fatia de pão de forma, abriu sua vela solar, que é do tamanho de um ringue de box (32 metros quadrados). No dia 2 de julho a nave se comunicou com o centro de controle da missão, na Universidade Politécnica da Califórnia e informou que as asas solares se abriram com sucesso.

Um veleiro solar é movido pela pressão da luz do Sol sobre sua vela prateada. No futuro espera-se que veleiros desse tipo possam alcançar as estrelas mais próximas.

Libélula: Drone vai voar na lua de Saturno
Veleiro: A Lightsail se comunicou com a Terra

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3 comments

Anderson 12 de julho de 2019, 20:40h - 20:40

Interessante. Um dos efeitos negativos da crise econômica dos EUA na década passada foi a diminuição do número de grandes missões da NASA. Tomara que com a recuperação econômica do país a exploração dos planetas e luas do Sistema Solar exterior seja retomada com grandes missões científicas.

Sócrates 11 de julho de 2019, 16:32h - 16:32

Poderiam mandar a familícia Bolsonazo pra lá, aposto que eles sobreviveriam numa boa.

capeta da grota do Santa cruz 11 de julho de 2019, 14:58h - 14:58

so tem que tomar cuidado com o mega asteroide que vem em direcao a terra e que corre o risco de colisao com a terra

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